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Microsoft Surface Pro – Evento Divulgação

Foi no dia de ontem que a convite de Microsoft a ZWAME esteve presente no evento de divulgação de mais informações referente ao modelo Pro da gama Surface.

Surface_Pro

Se a nível de Hardware assim como o preço de lançamento já não eram novidade e já estavam disponíveis o principal objectivo que me levou ao evento foi tentar perceber qual seria exactamente o mercado alvo ou a ideologia por detrás destes tablets.

Como deu para perceber na nossa análise ao RT ficamos na dúvida sobre como classificar o equipamento,  tendo em conta o desempenho e limitações, qual seria o objectivo exacto no lançamento destes dois produtos, principalmente no mercado Europeu e nomeadamente no Português onde a concorrência por parte de Android, iOS e mais recentemente por parte de fabricantes OEM com Windows 8 em dispositivos, tanto em notebooks, tablets ou em Híbridos (tablet que com a dock adicional tornam-se uma espécie de notebook).

Ficamos a perceber que o objectivo final da Microsoft é o de ser líder no mercado de tablets não tendo ficado claro qual exactamente o papel do Surface, isto porque segundo Miguel Caldas o objectivo destes dispositivos tanto o RT como o Pro não é o de eliminar a concorrência existente nos fabricantes de OEM, ou de substituir os mesmos passando a ser possível obter Windows RT ou Windows 8 num tablet através da Microsoft, mas o de preencher um nicho no mercado que a Microsoft acha que tem todo o sentido explorar e o de “agitar as águas” no que diz respeito ao mercado de dispositivos móveis que até à pouco tempo encontrava-se limitado ou a portáteis ou a tablets.

Relembro que a primeira versão do RT foi lançada nos Estados Unidos a Outubro de 2012 e desde esse momento para cá começamos a ver vários OEMs a apresentar diversas soluções que uniam a portabilidade do tablet com acessórios que permitiam a conversão do mesmo num notebook, os chamados Híbridos ou novas formas de interagir com um Notebook dando destaque ao touch ou introdução via Pen.

Segundo também Miguel Caldas, aquilo que distingue a Microsoft das restantes empresas no que diz respeito a apostas em determinados mercados tem a ver com a persistência e é precisamente com a persistência que acha que a Microsoft conseguirá seja com o Surface, seja com o Windows implementado em tablets ou Híbridos tornar-se líder neste segmento, mesmo que não seja daqui a alguns meses, mas lá chegará.

Quando digo que não ficou claro perceber o papel do Surface digo-o,  porque nas suas versões actuais tanto a nível de design como de preço o mesmo tem algumas lacunas.

A nível de Hardware não existe dúvidas que tanto a versão ARM como agora a versão com i5 são bastante capazes e principalmente no caso do Pro trazem algumas novidades neste tipo de form factor, seja pela tecnologia do ecrã, onde todas as camadas estão extremamente próximas umas das outras fazendo com que seja um dos poucos monitores onde a escrita torna-se quase como manual (como escrever sobre uma folha).

Através de tecnologia emprestada da Wacom com um ecrã que suporta 1024 níveis de pressão, apenas disponíveis nos modelos mais caros dos digitalizadores da Wacom, ou pelo desenvolvimento em conjunto com a Wacom de uma nova API que irá ficar disponível em breve que permite trazer esta tecnologia de reconhecimento para quase todas as aplicações tradicionais como é o caso de algumas versões do Photoshop.

O grande problema neste dispositivo nomeadamente o Surface Pro é mesmo que o design actual limita a sua utilização não permitindo ser visto como um mero notebook ou substituto a um PC de secretária devido a estar limitado a uma posição fixa e também à falta de acessórios como uma dock com ou sem teclado que permita o aumento da sua funcionalidade, devido à sua espessura também não será propriamente uma solução para aqueles que procuram a mobilidade assim como também em termos de autonomia.

É ai que segundo a Microsoft entra o RT, para colmatar a mobilidade e a autonomia, contudo optado por questões de hardware, colocar como sistema operativo o Windows RT que é neste momento literalmente um Windows 8 bastante limitado, torna difícil levá-lo  a sério como um equipamento para trabalho.

Depois temos o factor que torna a decisão mais fácil, ou mais difícil dependendo do orçamento, para a maioria dos utilizadores, o preço, por 879€ a versão de 64GB e 979€ a versão de 128GB torna este equipamento barato se estiver a pensar utilizar como uma espécie de mesa digitalizadora, ou para utilizar em específico pela tecnologia Wacom presente, contudo o tamanho pode não ser o mais confortável ou fora do preço normal para um equipamento que aparenta querer ser considerado como um tablet ou híbrido.

Da conversa que decorreu e das várias perguntas colocadas pelos participantes durante esta pequena apresentação, deu para perceber que o lançamento destes modelos teve três objectivos:

  • Disponibilizar aos parceiros empresariais da Microsoft uma ferramenta que satisfizesse as lacunas que existiam no mercado empresarial devido às questões de segurança, compatibilidade de aplicações com sistemas Android, iOS e politicas de workgroup facultando um modelo mais completo para utilização no ambiente interno e um modelo com maior mobilidade para as equipas técnicas ou comercias.
  • Testar a aceitação deste tipo de produtos por parte do consumidor final, assim como obter feedback sobre pontos a melhorar e “acordar” o mercado que estava ligeiramente adormecido em termos de inovação.
  • Criar uma infraestrutura em termos de suporte pré-venda e pós venda para este segmento de forma a melhorar a resposta da Microsoft para quando, se for o caso, uma vez que nada mais foi dito, nem anunciado, para uma futura versão do Surface, que juntará o melhor do RT (mobilidade e autonomia) com o melhor do Pro (Funcionalidades a nível de Hardware e compatibilidade em termos de sistema operativo).

Não referi neste artigo a questão de software, uma vez que estando este Surface Pro, a correr uma versão completa do Windows 8 Profissional, com Hardware tipicamente usual em Notebooks, todo o software cujas especificações técnicas sejam suportadas pelo Surface será 100% compatível.

O Surface estará à venda conforme indicado anteriormente no dia 30 de Maio disponível na FNAC, Mediamarkt, Staples, El Corte Ingles e  Worten.

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