Análise OCZ Trion: TLC e baixo preço

Introdução

A OCZ desvenda hoje o Trion que tinha mostrado por ocasião da Computex deste ano e, após o lançamento do OCZ ARC 100 para entrada de gama e o Vector 180 e RevoDrive 350 para o mercado entusiasta, este lançamento pretende lançar um SSD de entrada de gama, abaixo do ARC 100.

Como muitos de vocês sabem a OCZ foi uma das empresas que ajudou a popularizar o uso de SSDs, com uma política de preços agressiva, mas com um passado marcado por problemas de qualidade que iam matando a empresa. A Toshiba salvou a OCZ e agora, conjuntamente, têm lançado novos produtos que pretendem limpar a má imagem do passado e tornar a OCZ novamente numa marca em destaque nesta categoria de mercado. Como poderão ler a seguir, esta cooperação entre as duas empresas aprofundou-se com o Trion, sendo o produto com mais influencia por parte da Toshiba.

Existem várias novidades com este SSD, sendo algumas destas as seguintes:

• É o primeiro SSD da OCZ a usar NAND TLC (Triple Level Cell). A memória nos SSDs pode ser SLC, só com um bit por célula, MLC, com dois bits e agora TLC, com 3 bits. Quantos mais bits por célula, maior a densidade de armazenamento, mas menor é a sua resistência.
• É o primeiro SSD a usar memória 19 nanômetros TLC da Toshiba.
• É o primeiro SSD a usar 100% tecnologia Toshiba (incluindo a controladora) em que os testes e validação são feitos pela OCZ.
• É o primeiro SSD da OCZ a suportar DevSleep, que permite usar menos energia quando o computador está ligado, mas não está a ser utilizado, fazendo dele uma boa solução para o mercado móvel.
• É o primeiro SSD da OCZ que usa o novo standard da JEDEC para medir a resistência do SSD.

Especificações versão 240 GB

Várias notas em relação às especificações do Trion. Primeiro, ele usa uma controladora feita pela Toshiba e não a controladora normal da OCZ, a “Barefoot 3”. Se desta última conhecia-se algumas especificações técnicas detalhadas, desta controladora da Toshiba pouco foi desvendado. Suporta TLC, Devsleep, mas não suporta ou não está ativado nenhum método de encriptação por hardware. Este é o segundo ponto que quero tocar, porque o suporte para encriptação continua a ser uma propriedade só disponível em SSDs mais caros, o que é pena, mas um pouco compreensível devido ao facto do Windows só suportar Bitlocker a partir da versão Pro, enquanto este SSD não pretende atingir a gama empresarial do mercado.
Podem-se escrever 55 GB por dia, mas ao contrário de outros SSDs, não é durante 5 anos, mas sim durante 3, o que modifica um pouco o total de bytes que pode ser escrito. Mesmo assim, acho que é mais que suficiente para o mercado onde se insere.
Ele não trás qualquer acessório, mas muitas vezes também não é preciso e a OCZ pretende que ele seja competitivo no preço.

Também é curioso o facto de apesar de a OCZ o inserir abaixo do ARC 100, o Trion existe com 960GB quando o ARC 100 “apenas” existe até 480GB.

A nível físico não há muito para comentar. Ele é de 2.5 polegadas, como a maior parte dos SSDs, tem 7mm de altura, que mais uma vez é comum, usa o interface Sata3 e é muito (demasiado?) leve.

Neste quadro ficam representadas as velocidades que ele atinge nas diferentes capacidades. Por regra, quanto maior, melhor a performance. Neste artigo testo a versão de 240 GB.

Aspetos importantes

Neste primeiro slide podemos ver as vantagens da união entre a Toshiba e OCZ. De um lado, o da Toshiba, a OCZ tem acesso preferencial à NAND fabricada pela Toshiba, tanto no aspeto de ser primeiro em tudo como no aspeto do preço. Do lado da OCZ tem acesso a um portfólio de propriedade intelectual a nível de testes e validação.
Esta união é mais prevalecente neste produto, o Trion, com a tecnologia vinda da Toshiba, com NAND e a controladora e os testes e validação feitos pela OCZ.

Aqui temos as principais características do Trion. O uso de memória TLC, controladora e firmware Toshiba, Performance muito aceitável, como vão ver nos benchmarks, suporte de DevSleep que ajuda a uma maior duração da bateria nos portáteis, usar 100% de tecnologia da Toshiba e ter garantia ShieldPlus, que falaremos mais à frente.

Qual o segmento de mercado que o Trion pretende atingir? Basicamente os utilizadores que efetuam upgrades de máquinas de uso doméstico, sejam eles desktops ou portáteis, especialmente os de entrada de gama e que tenham um uso mais básico.

Nesta imagem temos toda a panóplia de produtos da OCZ e em que segmentos de mercado eles se encontram. Como podem verificar o Trion fica na base, ainda abaixo do ARC 100 que usa MLC. Para segmentos mais elevados existem por exemplo o Vector 180, com 5 anos de garantia e melhor performance.
Com o Trion a OCZ pretende ser muito agressiva no preço, não descurando a qualidade.

Temos aqui uma tabela com o comparativo com os seus principais adversários, o 850 Evo, o Ultra II da Sandisk, o BX100 e o Kingston V300.
Como podem verificar o Trion não ganha em todos os parâmetros, mas é sem dúvida competitivo. O maior problema é que os seus competidores chegaram primeiro ao mercado e já são produtos reconhecidos pelo público. A OCZ tem que demonstrar que também luta, de forma favorável, neste segmento de mercado.

Temos, sem dúvida, de falar da durabilidade deste produto. Em certo ponto ele é simples de saber. Quanto maior for o Trion a nível de espaço, maior é a sua durabilidade.
Os quatro dispõem de 8% do espaço provisionado para substituir células mortas, mas 8% no de 960GB é maior que 8% no de 120 GB.
Assim sendo, no de 120 GB, pode-se escrever um total de 30 TB e duplica com a duplicação de tamanho. 60 TB no de 240 GB, 120 TB no de 480GB e 240 TB no de 960 GB.
Com a sua garantia de 3 anos, isto dá 27 GB/dia no de 120 GB, 55 GB/dia no de 240 GB, 110 GB/dia no de 480 GB e finalmente 219 GB/dia no de 960 GB.
A meu ver, para uma utilização simples e de entrada de gama, estes números são aceitáveis.

Por fim, venho falar da Garantia ShieldPlus da OCZ, onde este produto se encontra inserido. Para tal, escolhi o gráfico da % de SSDs enviados para a OCZ por RMA. Como podem ver, desde que a OCZ se aliou à Toshiba, nos produtos mais recentes a percentagem de RMA tem descido.
E é a forma como se faz RMA que é diferente, com o ShielPlus, na OCZ. Dentro do prazo da garantia, basta fornecer o serial number à OCZ que envia as etiquetas que pagam o envio. A OCZ testa o SSD e se de facto estiver avariado envia outro com os portes pagos. Em todo este processo não é preciso sequer, comprovativo da compra do SSD.