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Iniciação à Fotografia – Luz

Direcção
A direcção é isso mesmo, a direcção de incidência da luz em relação à superfície do que está a ser fotografado. Esta característica é importante no sentido em que pode acrescentar ou reduzir a textura, dependendo da sua perpendicularidade e ponto de vista. Em fotografia de beleza, por exemplo, é bastante comum usarem-se flashes anelares (ring flash), típicos de macro, para que a incidência da luz seja perpendicular à pele e alinhada com o ponto de vista, eliminando o máximo de textura, criando uma pele com aspecto suave. Já em fotografia de paisagem, é comum fotografar-se com o sol baixo, para que a luz seja tangente à superfície e paralela ao ponto de vista, criando o máximo de relevo no terreno.

Como tirar proveito?
Um fotógrafo tem que ser capaz de observar a luz, detectar as suas características e saber quais se adaptam ao estilo de fotografia que pretende fazer. Se lhe for possível, poderá também estudar e modificar a luz, ou então, caso esteja fora do seu controlo, aguardar pelo momento certo. Alguns exemplos já foram abordados acima, enquanto se descrevia as características da luz, mas vamos então falar concretamente da sua utilização nas duas situações fotográficas mais comuns.

Retratos
Neste tipo de fotografia não é recomendável fotografar de baixo de sol directo, especialmente se este estiver alto (meio dia). A esta hora a luz é branca (5500K) conferindo um tom mais pálido à pele. É alta, resultando em sombras e relevos, especialmente por baixo dos olhos, reforçando as olheiras e uma sombra inestética no pescoço. A esta altura do dia é recomendável procurar-se sombra, junto de uma árvore ou casa, onde se deixa de ter a incidência directa da luz e também sombras duras. Se o céu estiver nublado, como vimos acima, automaticamente torna-se numa caixa difusora gigante, tornando a luz difusa e muito suave. Já ao final da tarde/início da manhã a luz é lateral, tornando o seu ângulo de incidência controlável (basta pedir à pessoa para se virar um pouco). Também, devido à filtragem que sofre na atmosfera, a sua temperatura baixa, ganhando tons mais quentes, que se reflectem em tons de pele com ar mais saudável.

Paisagem
Os nossos olhos dependem das sombras para reconhecer a forma dos contornos, por isso é pouco recomendável tirar fotografias de paisagens quando o sol está directamente por cima (novamente, perto do meio dia). No entanto é também a esta hora do dia que a luz é mais intensa, as cores estão mais vivas e se consegue maior saturação, por isso dependendo do efeito pretendido, não é completamente errado fotografar-se a estas horas. Nem sempre o interesse da paisagem é a paisagem em si. Podem ser as cores, os contrastes, algum efeito particular, um arco-íris, um reflexo, etc. Ao final da tarde e início da manhã conseguem-se céus de variadas cores, com excelentes gradientes, assim como relevos bem realçados.

Quando não há luz?
Desde há alguns anos que existe iluminação artificial e actualmente o Homem dispõe de uma panóplia de tipos de luz.
As mais comuns, que quase todos devemos ainda ter nas nossas casa, são as luzes de incandescência ou tungsténio. Estas luzes são fortemente amarelas, sendo por isso boas para criar certos ambientes, mas no geral tornam-se desagradáveis.
Seguidamente temos as luzes fluorescentes, comuns em escritórios, cozinhas, etc. Estas luz têm um espectro esverdeado, sendo por isso complicadas de se corrigir e particularmente desagradáveis de se utilizar.
Ambos estes tipos de luz são considerados luz contínua.
Por fim resta o flash. Foi o tipo de luz que mais revolucionou a fotografia, devido à sua intensidade, temperatura e rapidez. É por norma uma luz muito mais potente que as anteriores, branca e que, devido a ser uma descarga instantânea, não é afectada pela velocidade de obturação da câmara. Recentemente gerou-se também o movimento “strobist”, que consiste na exploração de todas as potencialidades dos flashes portáteis. Isto deve-se ao facto destes flashes serem práticos, fáceis de transportar e, com a evolução dos sistemas TTL, muito funcionais em comparação com os típicos flashes de estúdio.

Resta-nos agora a nós, fotógrafos, tentar “domar” a luz, observando e experimentando, para que a conheçamos cada vez melhor, por forma a conseguirmos mais facilmente atingir os resultados pretendidos, sejam eles o mais naturais e correctos possíveis, ou completamente inovadores.

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