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Google Native Client – ActiveX renascido das cinzas?

Native Client

Nos dias que correm está a ver uma mudança radical no paradigma da informática onde cada vez mais se impõe o conceito de aplicação web. As aplicações web estão de tal forma intrínsecas no nosso quotidiano que sem nos apercebermos já passamos a maior parte do tempo a correr uma única aplicação nativa – o browser! Tudo o resto corre dentro dele ou sobre ele. Temos desde redes sociais, jogos, office, repositor de ficheiros, chat, etc…

Devido a toda esta mudança de ecossistema de aplicações começou a aumentar a necessidade de tornar a plataforma web mais flexível para que possamos ter uma experiência tão boa ou melhor que a que teríamos se estivéssemos a correr uma aplicação nativa (isto é, uma aplicação compilada para correr na arquitectura e sistema operativo do computador do utilizador). O standard actual html 4.0 apesar de possuir uma ferramenta poderosa como o JavaScript que nos permite criar facilmente pequenas aplicações web baseadas em eventos (clicks, alterações de conteúdos, etc) a correr em sandboxes, possui muitas limitações que não permite que estas sejam mais do que páginas web com algum dinamismo.

Espera! Sand quantas?

Sandbox (caixa de areia) é uma forma de garantir a segurança dos utilizadores através do isolamento das aplicações. No caso das aplicações web, cada aplicação só se vê a si mesma e não consegue agir em mais lado nenhum. No entanto, por forma a aumentar a flexibilidade, o browser pode-lhe disponibilizar algumas operações elementares exteriores que em muitos casos são supervisionadas pelo utilizador (abrir um ficheiro no computador por exemplo). Devido a todo este controlo torna-se mais difícil a alguém menos bem intencionado provocar danos no nosso computador.

Mas afinal que raios era aquilo do html e do JavaScript?!?!?

Ora bem, o html foi criado pela w3c e é utilizado na criação de quase qualquer página web. Ele tem uma sintaxe simples mas muito formal que consegue criar o básico dos básicos e baseia-se no conceito de etiquetas (tags). As etiquetas não são mais do que marcadores com nome, atributos e conteúdo. Por exemplo, se fizer <b>olá</b>a palavra olá é o conteúdo da etiqueta com nome b e vai fazer com que a palavra olá apareça no meio do texto em negrito. Já se fizer <input type=”button” value=”Carrega-me”/> vai aparecer na página um botão a dizer Carrega-me. Como podem imaginar através desta explicação o html limita-se apenas a permitir a construção de elementos gráficos básicos e praticamente nada no que diz respeito a funcionalidade.

É na parte de funcionalidade que entra o JavaScript. Este consiste em código que permite dinamizar a página através da alteração da mesma e a reagir a eventos do utilizador. No entanto o JavaScript é extremamente limitado suportando muito pouco de renderização 2D, nada de WebCam ou microfone, nada de 3D, etc.

Flash Gordon vem salvar-nos! (ou não)

Como alternativa ao html/JavaScript surgiu em 1996 a partir da junção da Macromedia com a FutureWare o Flash (actualmente conhecido como Adobe Flash) que desde há muito fornece poderosas capacidades de renderização 2D, animação, acesso a WebCam, acesso a microfone, áudio, etc. Todas estas capacidades até ao html 4.0 (inclusive) eram completamente inexistentes ou de fraco suporte. Actualmente o Flash consegue ir até ao ponto de ter uma framework de renderização 3D muito poderosa.

Flash

No entanto o Flash nem sempre convenceu. Para além de ser uma plataforma fechada e proprietária desde há muito que são famosas as suas falhas de segurança, instabilidade, falta de suporte em condições para alguns sistemas operativos (iOS, Linux, etc). Para além destas falhas temos também ainda o facto de usar ActionScript como linguagem de script que para muitos é muito limitada e acima de tudo de baixa performance e, o pior de tudo, é um plug-in que toda a gente tem de andar a instalar e que de certa forma quebra a ideia de unidade do browser.

ActiveX – Salve-se quem puder!!!

A Microsoft também tentou a sua sorte com 1996 apresentando o ActiveX. No fundo consistia em ter algum código compilado que corria sobre algumas plataformas da Microsoft. De certo que alguns de vocês devem recordá-lo com muita amargura já que aquilo correu mesmo muito mal! Para além do óbvio que é correr apenas em Windows + Internet Explorer e estabilidade muito duvidosa, o que realmente assusta é a sua vulnerabilidade. Uma aplicação ActiveX tem quase poder absoluto sobre tudo! Ao contrário do JavaScript e do Flash que correm numa sandbox o ActiveX não tem praticamente rédeas nenhumas! A partir do momento que lhe dão autorização para ser executado nada mais vos pode salvar se o que estiverem a correr tenha sido criado por um ser qualquer cheio de borbulhas, escondido numa cave e com pouca compaixão pelo sofrimento de outros.

CraptiveX

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