AnálisesDestaque

Phonak Audéo PFE 112

Som – Impressões

Fontes utilizadas: Sansa Clip+, iPod Classic 120 Gb

Analiticidade – Os phonak são um modelo intra-auricular cuja assinatura está inserida na gama dos in-ear analíticos e com um som mais frio, dando ênfase à transparência e detalhe. A quantidade de detalhe é de grande riqueza, embora não seja tão rica como a dos ER4p, mas conseguem ter maior textura(P) e musicalidade(P) que os Etymotic, se a música assim o exigir.

Ar – Os phonak dão uma boa ideia de espaço e de uma grande quantidade de ar. É fácil definirmos os Phonak como tendo um carácter aberto, controladamente brilhante e analítico. Será como estarmos a ouvir música durante o dia num espaço aberto ou numa sala com a janela aberta para a rua. Existe ar em todas as frequências do espectro, embora se destaque pela positiva na zona baixa, média e menos na gama alta, que particularmente me dá a sensação de perda de foco e os instrumentos são apresentados num tom brilhante, mas sem separação (C).

Ambiente – O som dos instrumentos propaga-se no ar como se de um espaço aberto se tratasse, sendo o oposto dos Earsonics e os IE8, que dão a ideia de um grande espaço, mas fechado. Existe alguma perda de foco, tal o excesso de ar e o seu grande afastamento em relação ao centro da acção. Não conseguem ter a intimidade e envolvência dos Earsonics.

Articulação – Os phonak apresentam uma grande articulação na zona dos graves. Existe separação clara, com bastante ar, entre as vozes e instrumentos na zona média. A gama baixa, apesar de estar presente de forma moderada, é cheia de ar, rápida e com textura (P). Os agudos apesar de moderadamente extensos e articulados, não dão a ideia de realismo, faltando-lhe alguma separação, existe sim uma grande naturalidade, tudo flui com naturalidade. Esta situação não é frequente em single-BA em que normalmente os extremos do espectro de frequência são menos extensos e preenchidos que nos Phonak. Na minha opinião, deve-se ter muita atenção aos agudos dos phonak, existe uma agressividade, brilho e rapidez, podendo dar uma sensação errada, não têm mais definição, apoio, ar e extensão que os Hifiman RE0, que também conseguem ser mais polidos.

Ataque – Os phonak, sendo um in-ear BA, como 90% dos modelos, têm transições rápidas, tão rápidas que se afastam do que acontece na realidade, embora menos que os er4p e mais rápidas que os SM2 e os HJE900. No entanto a gama baixa e as vozes têm textura com os filtros pretos e um tempo de decaimento mais realístico do que com os filtros cinzentos.

Balanço – o foco que os phonak dão a cada frequência, está dependente dos filtros que são incluídos na embalagem e podem ser trocados consoante a preferência do ouvinte. Os canais stereo são equilibrados, não se sentindo a mesma separação de instrumentos de uns q-Jays. A apresentação é afastada da ação, mas muito central e confinada no espaço. O som propaga-se no espaço de forma dispersa e pouco controlada (efeito de janela aberta). O imagem espacial dos phonak não se destaca apesar das boa condições criadas em termos de ambiente devido à fraca separação de instrumentos. No álbum i-ching, a música e os sons de mercado não são apresentados com a separação proporcionada pelos multi-BA.

Os filtros pretos induzem um assinatura em V aos phonak, sem que os médios sejam atenuados, mas sim colocados numa posição mais recuada em relação aos médios e aos agudos. Os médios mantém-se subtis e consistentes sem qualquer falta de precisão. Os agudos mantém o seu carácter afiado e os graves ganham um calor e textura agradável e pouco comum nos single-BA, seguindo a mesma linha dos SM2 mas sem chegarem ao extremo deste, estando mais próximos dos SM3. A textura e principalmente a profundidade/extensão dos graves, é algo que ainda tinha experimentado num modelo single-BA. Os médios são ligeiramente recuados, mantém o ar e transparência, mas dão menos ênfase ao detalhe e transparência.

Com os filtros cinzentos os phonak são mais transparentes e ficam mais equilibrados. Existe uma homogenia no que diz respeito a todas as frequência. O aumento de transparência, deve-se ainda mais à maior quantidade de ar, os graves são ainda mais rápidos e articulados. Perdem o carácter quente e a textura. Quando pensamos que irá haver distorção na voz nas passagens em que é normal acontecer nos outros modelos, os phonak, admiravelmente processam toda a informação com o timbre adequado e sem qualquer distorção. Isto é admirável num modelo classificado como analítico, carácter brilhante, transparente e afiado, mas sem ter o carácter metálico.

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