Análises

Análise – Fiio E7

Som

Todos os testes sonoros nesta review foram realizados utilizando várias configurações de dispositivos. Ao longo da análise farei as respectivas referências, de forma a tornar a comparação de fontes/”outputs” mais fácil. As configurações de dispositivos são as seguintes:

• Configuração 1 – PC genérico (fonte) [+] Fiio E7 (DAC/amplificação em auscultadores) [+] Auscultadores (modelos a seguir)
• Configuração 2 – Fiio E7 (amplificação em auscultadores) [+] Sandisk Sansa Clip+ 8GB (fonte) [+] Auscultadores (modelos a seguir)
• Configuração 3 – Fiio E7 (DAC) [+] Marantz PM-52 (amplificação) [+] Tannoy Sensys 1 (colunas)
• Configuração 4 – PC genérico (fonte) [+] Fiio E7 (DAC) [+] Audio Refinement Pre 5 (pré-amplificação) [+] Musical Fidelity X-A200 (amplificação em colunas) [+] Sonus Faber Grand Piano (colunas)

Nestas três configurações utilizei dois tipos de formatos áudio. Nas configurações 1 e 3 utilizei o FLAC (lossless). Na configuração 2 utilizei o formato MP3 (320kbps; CBR).

Antes de realizar a análise, sujeitei o E7 a um processo de burn-in que durou aproximadamente um mês, após a sua compra. A configuração 1 foi, de longe, a mais utilizada durante o processo, tendo a configuração 3 sido usada algumas vezes, também.

Como estamos a tratar de um equipamento electrónico de áudio e não de uns IEM’s/auscultadores, o processamento da review vai ser diferente. Apresentarei umas ideias gerais de como é o som do aparelho e, de seguida, farei “experiências” com diferentes “outputs” (auscultadores/IEM’s/colunas), de forma a demonstrar a qualidade de som do aparelho, na vida real.

Na configuração 2, a amplificação não é singular. Existe tanto amplificação por parte do Clip+, como por parte do Fiio. Tal poderá, eventualmente, influenciar os resultados da análise.

Gama alta – este é ponto que menos me surpreendeu no Fiio E7. Embora o aparelho tenha uma boa extensão e articulação nos agudos, não produz aquele “brilho” de que alguns poderiam estar à espera. Isto evidencia bem o carácter a pender para o “quente” do E7. Onde menos se nota este efeito, é na utilização conjunta com o DAC interno, ou seja, nas configurações 1 e 3. A configuração 2, infelizmente realça ainda mais o carácter pouco desenvolvido dos agudos, maioritariamente pelo facto de o Clip+ ter um som igualmente “quente” mas também porque, pela minha experiência, a entrada “Aux-in” ainda realça mais isso mesmo. Tal como se verá mais tarde na análise, este aspecto poderá ser bastante útil na utilização com auscultadores de carácter mais analítico e “frio”.

Gama média – ponto por ponto, simplesmente não existe fraqueza nenhuma na gama média, a meu ver. Está tudo muito coeso e muito equilibrado, qualquer que seja a configuração. A frontalidade é correctíssima e o detalhe produzido é mais que suficiente. Digo isto baseado no funcionamento com a DAC. Com o burn-in, houve uma definitiva alteração (ainda que muito ligeira) na gama média. O que aconteceu foi que tornou-se mais quente e “relaxante”, o que é um ponto positivo, já que ao principio notava-se uma certa “desorganização” e falta de maturidade no som (ou refinamento, se preferirem). A utilização unicamente como amplificador altera um pouco as coisas. As vozes ficam um pouco mais distantes e, em geral, o som fica menos apelativo, sobretudo pelo detalhe que se perde no processo. A assinatura sonora do E7 continua a estar presente, mas a um grau ainda maior (mais quente).

Gama baixa – os graves no E7 são muito particulares e muito diferentes daquilo que estava à espera. Se tivermos em conta o que acontece em muitos equipamentos desta gama de preços (acentuamento dos graves, particularmente dos graves altos, ou seja, na zona dos 80-100hz), veremos que o E7 se destaca pela positiva. Existe um definitivo acentuamento, mas não de graves altos. Mas sim na zona profunda dos graves (50-60hz). Isto torna o som bastante envolvente e divertido em geral, fazendo ao mesmo tempo pouca ou nenhuma interferência com o resto das frequências, isto porque é normalmente o grave alto que faz estas ditas interferências. A seguir, temos uma função do E7: o EQ. Embora se chame “EQ”, não passa de uma espécie de um “Bass Boost”. Só que este “Bass Boost” diferencia-se de todos os outros que já experimentei. Está dividido por quatro opções: nível 0, nível 1, nível 2 e nível 3. No nível 0, o EQ está completamente desligado e não faz qualquer efeito na música. No nivel 1 (o qual uso), existe um muito ligeiro (muito ligeiro mesmo) aumento no grave. Mas mais uma vez, de grave profundo, daí que muita gente não seja sequer capaz de o notar, pelo menos no nivel 1. Os níveis 2 e 3 aumentam o grave mais a sério, embora se continue com a sensação de que este “Bass Boost” não interfere (no mau sentido) no som como muitos outros.

Palco e separação instrumental – quanto à separação instrumental, diria que é normal. Não surpreende, mas também não deixa nada a desejar. Aquilo que surpreende verdadeiramente no E7 é o palco e a sensação de espaço criada. Normalmente este tipo de característica raramente passa por aparelhos electrónicos. Normalmente vemos o palco como sendo um produto das características de colunas ou auscultadores, mas o E7 definitivamente consegue marcar pontos nesta área.

Conclusão e opiniões pessoais – tal como disse na Introdução, é muito dificil encontrar um produto que possa satisfazer toda a gente na audição de música nos computadores. O Fiio E7 consegue sobretudo dar um excelente reprodução, maioritariamente graças à sua DAC, presente em leitores de CD e DAC’s a custar muito mais. Ainda que possam haver desvantagens, a mais grave das quais o facto de o amplificador interno não ser espectacular, será muito dificil não gostar do E7. Pelo preço a que se encontra na maioria das lojas online (em euros, com portes: 60-80€), ainda não consegui encontrar à venda algo que conseguisse aliar um som tão coeso e generalista a uma construcção de fazer inveja a aparelhos muito mais caros e uma usabilidade a nivel portátil bastante decente. O Fiio E7 leva a minha recomendação.

Destaco pela positiva:
• Excelente qualidade de construcção/materiais;
• Muito boa performance como DAC;
• Atononomia da bateria muito boa.

Destaco pela negativa:
• Performance como amplificador podia ser melhor;
• Dificuldade muito grande em alimentar (em termos de volume) auscultadores mais exigentes;
• Menus pouco intuitivos ao principio.

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