Análises

Análise – Fiio E7

Testes (com auscultadores)

O objectivo destes testes não será, ao contrário dos Frente a Frente, de servir como comparação directa, mas sim de demonstrar o funcionamento do E7 com diversos auscultadores, cada um deles com diferentes assinaturas sonoras. Ora, sabemos que, mesmo em equipamentos desta gama (como o Fiio E7), certos auscultadores vão ter melhores resultados com o mesmo do que outros. Trata-se de um estudo de “sinergias”.

PC genérico (fonte) [+] Fiio E7 (DAC/amplificação) [+] Sennheiser HD238

Os HD238 nunca foram auscultadores necessariamente exigentes com a amplificação. Embora beneficiem um pouco, nomeadamente nas gamas mais baixas, onde se nota um aumento do controlo das mesmas, estas diferenças nunca são muito grandes. Por isso mesmo digo: quem tem uns HD238 e está pensar em comprar um Fiio E7, da amplificação do E7 não vai beneficiar muito. Mas onde se beneficia bem é na parte da DAC do E7, isto pois, embora os HD238 não sejam dos auscultadores mais detalhados do mundo, são-no bastante para a sua gama e preço. Nota-se uma definitiva melhoria, especialmente nas partes mais calmas das músicas. Quase que parece que existem mais silêncios. Tal acontece não só por não ser transmitido quase nenhum ruído (“hiss”) para os auscultadores, mas também porque a separação instrumental sofre uma dramática melhoria (da já boa separação dos HD238). Na gama média nota-se um ligeiro aumento de “suavidade”, que não me agradou particularmente por dar aos HD238 um carácter ainda mais “quente”. Os agudos ficam mais controlados, mas acontece-lhes o mesmo que acontece à gama média. Isto pode ser de agrado para muita gente, nomeadamente fãs chegadíssimos do som da Sennheiser (não é totalmente o meu caso, embora quase), mas para mim, o som embora tenha tecnicamente melhorado (detalhe e separação instrumental), as características da gama média e dos agudos alteraram-se para estilos que não me agradaram completamente. Este aspecto de “suavizar” estas gamas e torná-las mais quentes pode, no entanto, ser beneficiante em alguns casos, tal como veremos a seguir.

PC genérico (fonte) [+] Fiio E7 (DAC/amplificação) [+] AKG K 172 HD

De todos os auscultadores que experimentei, foi nos K 172 onde o E7 realmente brilhou. Tal como disse na minha review dos K 172, a AKG tem o hábito de induzir nos seus auscultadores um som tipicamente analítico, “frio” e muitas vezes com falta de grave. Ora, embora muitas vezes não seja o caso, a introdução de um componente com as características opostas ao som dos auscultadores pode ajudar a resolver alguns “problemas” dos mesmos. Foi o aconteceu neste caso. Assistiu-se claramente a uma diminuição da frontalidade na gama média, tornando-se ao mesmo tempo mais “quente” e relaxante. Tornou-se difícil pensar nos K 172 como uns AKG (até certo ponto), porque para além disso, o grave cresceu de uma forma que não pensava ser possível (para uns AKG). Para acrescentar a isso, ainda liguei o “EQ” no nível 1 e houve imediatamente um aumento da envolvência do grave, sobretudo o mais baixo. Os agudos, anteriormente ligeiramente “aguçados”, normalmente a volumes mais altos, deixaram de existir e tornaram-se muito mais agradáveis, mas ao mesmo tempo retendo aquela característica “arejada” dos mesmos, presente na maioria dos auscultadores da AKG. Um dos pontos negativos deste conjunto tem, mais uma vez, a ver com a amplificação do Fiio. O facto de os AKG serem extremamente pouco sensíveis (94db/mv) faz com que o Fiio tenha alguma dificuldade a amplificá-los. Atenção que digo isto em termos de volume, porque o som não me parece claramente afectado por esta falta de sensibilidade. Aquilo que posso concluir é que fiquei com a sensação de um som com muito maior dinâmica (graças ao grave). Também talvez graças ao grave, algumas pessoas poderão achar que os K 172 perdem alguma linearidade (característica muito presente nos mesmos, na minha opinião). Mas o que se perde na linearidade, ganha-se num som mais divertido.

PC genérico (fonte) [+] Fiio E7 (DAC/amplificação) [+] AKG K 701

Os K 701 sempre tiveram uma muito má característica: são incrivelmente difíceis de ser amplificados como deve ser. Não se trata de um problema de impedância (apenas têm 62 ohm’s, baixa para a gama do equipamento), mas sim das características sonoras dos mesmos e da relativamente baixa sensibilidade. Portanto, obviamente seria de esperar uma catástrofe sonora, a funcionarem com o E7, certo? Parcialmente sim, mas não totalmente. Existem dois problemas: volume sonoro (fruto da baixa sensibilidade) e falta de impacto no grave. O primeiro problema foi o mais grave pois tinha que ter o Fiio constantemente no máximo para ouvir alguma coisa como deve ser, o que não é muito bom. A falta de impacto no grave é algo que foi mais ou menos resolvido com o “EQ” do E7 (que até aqui já demonstrou ser bastante útil e eficaz) para nível 1. A níveis acima do 2 (3 e 4), o grave distorcia claramente nos AKG. Falando dos aspectos positivos, não foram só os K 172 que beneficiaram com o Fiio E7 no som, mas também os K 701. Onde se notaram as diferenças, face ao que estava habituado a ouvir nos K 701 foi sobretudo na gama média e nos agudos. Tanto um como outro ficaram talvez menos frontais e menos agressivos. Por outro lado (e facto claramente apontado pelo meu pai, dono dos K 701), perderam bastante na claridade e transparência (principais características dos K 701), onde se notou, como seria de esperar, uma perca de detalhe e, curiosamente também uma perca de palco. Digo curiosamente pois o E7 tem o palco como sendo uma das suas principais virtudes sonoras.

PC genérico (fonte) [+] Fiio E7 (DAC/amplificação) [+] Denon AH-C551 / AKG K 321

A razão pela qual juntei estes dois IEM’s neste teste é simples: as diferenças notadas foram mesmo muito ligeiras. Nos Denon, diria mesmo que quase nulas (afinal, sempre são IEM’s com 16 ohm’s de impedância). Talvez se note um muito ligeiro aumento da profundidade do grave e um palco um pouco mais amplo, mas lá está, são diferenças muito, muito ligeiras. Nos K 321 ainda se notaram algumas ligeiras diferenças. Curiosamente o que se passou foi o mesmo que aconteceu com os K 172, sobretudo nos agudos, que ficaram mais controlados e menos dolorosos (infelizmente uma característica dos K 321). Aquilo que consigo concluir com este teste (e baseado nas opiniões que já ouvi) é que raros são os IEM’s que beneficiam seriamente com amplificação. Obviamente existem excepções, mas mesmo estas excepções não exigem imperativamente amplificação.

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