Análises

Análise – Fiio E7

Frente a Frente 1 e 2 (teste da DAC)

• 1 – (Fiio E7 como DAC vs. Marantz CD-72) em: Marantz PM-52 (amplificação) [+] Tannoy Sensys 1 (colunas)
• 2 – (Fiio E7 como DAC vs. Sansa Clip+ 8GB) em: Marantz PM-52 (amplificação) [+] Tannoy Sensys 1 (colunas)

Estas duas comparações a seguir não são assim tão estranhas como alguns possam pensar. Não se esqueçam que dentro do E7 encontra-se a mesma DAC que está num Cambridge Audio 550C (a Wolfson W8740), um leitor de CD’s de aproximadamente 350€, curiosamente mais ou menos o que custou o CD-72 à quase 20 anos. Claro, é preciso ter em atenção que não é apenas a DAC que importa num leitor de CD’s. O transporte é também essencial. E neste caso, o transporte do E7 será um simples leitor de DVD de um computador. Para além disso, estarei a usar apenas a saída de auscultadores do E7 para ligá-lo às duas aparelhagens. Existe a possibilidade de comprar o Fiio L7, um acessório que permite extrair apenas o sinal de linha do E7, mas não detenho esse acessório comigo, no momento desta análise.

Frente a Frente 1 – Em primeiro lugar, as diferenças não foram assim tão imediatas como se possa pensar. O CD-72 tem uma grande particularidade face a muitos leitores de CD actuais da gama dele: um grande palco e uma dinâmica bastante boa. O Fiio consegue acompanhar o Marantz no palco, mas perde claramente na dinâmica: quando o grave se apresenta em muitas musicas, enquanto que o CD-72 é rápido e eficaz na sua apresentação, o Fiio tem alguma dificuldade em acompanhar esta “rapidez”, tornando-se o som algo “pastelão” e por vezes demasiado “quente” em comparação. Não existe portanto, aquele impacto que se sente no Marantz, característica que por acaso decepciona bastante no Fiio, quando se houve com este sistema. O resto das frequências (além do grave) são incrivelmente semelhantes às do Marantz, embora haja definitivamente um pouco de maior frontalidade na gama média do Marantz.

Frente a Frente 2 – Este Frente a Frente foi bastante curioso. Quem conhece o som do Clip+ é capaz de já ter percebido que as duas assinaturas sonoras dos dois aparelhos não são assm tão diferentes uma da outra. Nunca tinha ouvido a sério o Clip+ no meu sistema e tenho que dizer que fiquei deveras supreendido. Estava à espera sobretudo de uma dinâmica algo fraca e um grave a sobressair-se face todas as outras frequências, mas não. Sim, o grave sobressai-se mais do que com o CD-72 (normal), mas não é nada mau. A dinâmica surpreende. Não existe momento nenhum durante as musicas em que sinta falta de “força” no som, muito antes pelo contrário. Talvez haja um toque de “quente” a mais (o PM-52 também tem essa caracteristica) e uns agudos um pouco recuados, mas nada de extraordiário. Ao passar para o Fiio, as diferenças não foram imediatas e, sobretudo, o estilo de som era o mesmo que o do Clip+. Acabei por notar duas diferenças: o Fiio dava mais “peso” à musica (incluindo com mais grave) e “preenchia” mais o espaço do que o Clip (ou, se preferirem, dava um som “maior”). Em termos de detalhe as diferenças não foram assim tão grandes, mesmo assim com o Fiio a ganhar ligeiramente.

Frente a Frente 3 e 4 (teste do amplificador)

• 3 – Amplificador interno do Sandisk Sansa Clip+ 8GB vs. (Sansa Clip+ [+] Amplificador do Fiio E7)
• 4 – Project HeadBox SE II vs. Amplificador interno do Fiio E7

Embora não estejamos a falar propriamente de um amplificador de nível Hi-Fi, o amplificador interno do E7 continua a ser bastante razoável. Durante estes dois testes usei apenas o básico: no Frente a Frente 3 usei o cabo curto que vinha incluído com o Fiio para ligá-lo ao Clip pelo line-in do Fiio. No Frente a Frente 4 não se encontra descrito acima a fonte utilizada, mas a mesma foi o Musical Fidelity X-Ray V3, tanto para o Project, como para o E7. Nos dois testes, o EQ do Fiio ficou definido no nível 1. Nos dois Frente a Frente foram usados os mesmos auscultadores para tornar mais fácil a comparação: os AKG K 172 HD.

Frente a Frente 3 – pela minha experiência, o amplificador interno do Clip+ sempre foi bastante competente com a maioria dos auscultadores que lhe metia para amplificar. No entanto, tal não aconteceu com os K 172, cujo som poder-se-á dizer que não foi grande espingarda, em conjunto com o Clip+. Tal deve-se essencialmente à falta de volume sonoro, mas também à falta de impacto no som (parecido com o que aconteceu no Frente a Frente 1), ou seja, faltava tanto grave, como definição e impacto no mesmo. Uma caracteristica que os K 172 têm também se perde: frontalidade. Quando decidi ligar o Clip ao amplificador interno do E7, as mudanças foram relativamente grandes, não só no volume, como no detalhe. Tudo estava mais “frontal” e os detalhes ficaram, digamos que mais “acessíveis”. Por falar em acessível, este conjunto ainda realçou mais uma característica fantástica do Clip: a limpeza e clareza do som: um som do mais fácil de ouvir que já alguma vez ouvi, no sentido em que o detalhe não está presente em gamas do espectro que costumam irritar um pouco a audição (nomeadamente, agudos). É um tipo de detalhe facilmente perceptível mesmo para quem é pouco audiófilo.

Frente a Frente 4 – o conjunto constituído pelo HeadBox e pelo Musical Fidelity X-Ray V3 é um conjunto cujo som já conheço bastante bem. Prima sobretudo pelo carácter extremamente realista do som: existe um grande nível de claridade, mas sobretudo de transparência (característica esta fornecida sobretudo graças ao X-Ray V3). Este carácter realista não é do agrado de toda a gente, já que realça também as más gravações de muitos álbuns, fazendo também realçar, sobretudo, os agudos. Poderemos dizer aqui que o estilo de som é completamente diferente daquilo que se observou no Frente a Frente 3 com o Clip+, onde os detalhes estão mais “acessíveis” ao ouvido. No entanto, embora menos acessíveis, se claramente ouvidos, o Musical Fidelity X-Ray V3 apresenta, como seria de esperar, muitíssimo mais detalhe em todas as gamas. Passando para o Fiio E7 em conjunto com o Musical Fidelity, existe, logo de imediato um problema bastante grave: não percebi totalmente porquê, mas em alturas das músicas mais “altas”, o som distorce, especialmente no grave. A razão pela qual penso que isto acontece tem a ver com o facto da saida de linha do Musical Fidelity ser demasiado forte para aquilo que o Fiio está desenhado. Em termos de som fiquei satisfeito, mas os resultados foram piores do que com o HeadBox, especialmente no grave (menos definido, mais “quente” e com menos impacto).

Página anterior 1 2 3 4 5 6Página seguinte

Artigos Relacionados

Botão Voltar ao Topo