AnálisesDestaque

Earsonics SM2

Descrição

“EarSonics SM2 are the universal in-ears you need. Thanks to their ergonomic cushions, they provide instant and easy fit to all kind of ears. Their technology is inherited from our EM series, and allows them to attain an audio quality never reached before with universals. EarSonics’ “high fidelity” sound for nomads and musicians.”

 

Especificações Técnicas

  • Sensibilidade: 119 dB/mW
  • Resposta em frequência: 20 Hz – 18 kHz
  • Impedância: 32 ohm
  • Driver: 2 transdutores balanced armature (filtro passivo de 2 vias)

 

Acessórios incluídos: Ferramenta de limpeza; bolsa de transporte; dois pares de tips de silicone bi-flange; um par médio e outro pequeno de espumas Comply tipo P.

Acessórios

Acessórios em quantidade moderada, mas de qualidade. Apenas os necessários para não aumentar o preço final do conjunto. Em relação à versão DXL (de cabo entrelaçado), a versão normal incluí a mais dois pares de tips de silicone bi-flange.

O conforto das tips bi-flange é adequado e o isolamento está a muito bom nível. O isolamento conseguido é ligeiramente inferior ao proporcionado por umas espumas ‘Olive’ da Shure.

A bolsa é espaçosa, principalmente em altura, e o in-ear está bem protegido contra impactos.

Não é fornecido nenhum clip para servir de apoio, porque o cabo é mais grosso que o normal no primeiro segmento do cabo (em ‘I’).

Nota: Os acessórios fornecidos com os SM2 são o mesmos fornecidos com os Earsonics SM3.

 

Earsonics SM2 com embalagem e acessórios

Conforto/Isolamento

A análise da performance sonora foi feita com as tips de silicone bi-flange, com as quais obtenho o melhor desempenho. O ajuste ao canal auditivo é fácil, mas exige que se ajuste ligeiramente o in-ear nos momentos seguintes para se conseguir o melhor isolamento e qualidade de som. São confortáveis e o isolamento está a muito bom nível, ligeiramente inferior a umas espumas da Shure, mas no mesmo patamar.

As esponjas da Comply (tipo P) são ainda mais confortáveis que as de silicone. Quando opto pelo tamanho médio das Comply P, consigo um isolamento melhor, embora o som fique prejudicado (principalmente nas frequências mais altas, o som pode tornar-se demasiado quente e abafado). Utilizo-as se me tiver de deslocar em transportes públicos, situações em que não é necessário uma audição crítica e onde se tira maior proveito recorrendo a um melhor isolamento. Ao fim de pouco tempo, estamos perfeitamente habituados ao som.

O corpo do in-ear ocupa todo o pavilhão auricular, ficando na linha do perfil, melhorando a ergonomia e fixação. Esta posição pode não ser a ideal para quem tem um pavilhão auricular pequeno que não seja capaz de albergar o corpo do in-ear, é frequente pessoas do sexo feminino não se darem bem com o tamanho deste in-ear.

A utilização é do tipo over-ear, isto é, o cabo passa por cima da orelha podendo descair tanto pela frente, como pelas costas.

Em comparação com o modelo irmão, SM3, acho os SM2 mais confortáveis. Esta diferença deve-se ao maior comprimento do cabo dos SM2. O cabo condutor dos Earsonics SM2 é mais maleável no último segmento (parte em V) do que o cabo entrelaçado dos SM3, que tende a ficar menos maleável ao longo do tempo, ganhando algum efeito de memória.

 

Earsonics SM2 com as espumas Comply tipo P – tamanho S

 

Earsonics SM2 com as espumas Comply T100 – tamanho L

 

Qualidade de Construção

A  Earsonics é uma empresa start-up sediada em Clapiers Montpellier (França) de protecções e acessórios auditivos, que partilha o edifício com outras empresas de inovação e desenvolvimento tecnológico.

São publicitados como sendo construídos e calibrados individualmente por técnicos especializados.  Olhando aos pormenores do interior da shell transparente, o seu aspecto é quase artesanal. Todos os modelos da Earsonics foram desenvolvidos por Franck Lopez, sendo inclusivamente montados e testados por ele próprio, correspondendo cada modelo à assinatura sonora escolhida pelo seu criador. A Earsonics ainda é das poucas empresas do sector que dá assistência aos seus modelos universais findo o período de garantia. É possível visitar parte do laboratório na página do Facebook da Earsonics.

Existem três opções de cor para os Earsonics SM2: branco, preto e transparente.

A versão DXL tem o cabo entrelaçado igual ao modelo de topo, SM3. A versão normal utiliza um cabo normal, mas de boa qualidade. O segmento que vai desde o jack de 3,5mm até à separação dos canais do lado direito e esquerdo, é mais grosso que o segmento de cabo de cada canal. A parte V é curta, exigindo alguma adaptação. Em movimento, é aconselhável fazer descair o cabo pelas costas. O segmento principal é bastante robusto, não sendo fácil de se enrolar sozinho. As strain-reliefs estão situadas junto ao jack e às shells, sendo capazes de aguentar grandes esforços.

Todos os modelos têm garantia de apenas um ano.

Upgrade: É possível enviar os SM2 (modelo base) de volta à fábrica e mudar o cabo para a versão DXL. Este novo cabo transmite menos o efeito microphonics. É também possível mudar a cor da shell com um custo de 50€ (cabo novo incluído).

Cabo dos Earsonics SM2.

Vista de perfil e constituição interna.

Driver para as baixas frequências no topo e driver dos médio e agudos na parte inferior.

Introdução

Os auscultadores do tipo in-ear são hoje em dia uma solução para quem gosta de transportar consigo o seu sistema hi-fi portátil. Dependendo do modelo, estes permitem que se ouça mais detalhe na gravação que nos sistemas de som normais do mercado de consumo. Outra vantagem deste tipo de audição, é a de não exigirem salas e sistemas preparados e estudados na ordem dos milhares de euros. Enquanto que a imagem espacial é boa em auscultadores, dado que nos coloca no centro de toda a ação, esta  continua confinada à nossa cabeça, embora isolados de som exteriores que retiram rendimento à música reproduzida.

O Earsonics SM2 é um modelo desenhado com o objectivo inicial de apelar ao mercado profissional, sem possibilidades de investir em modelos do tipo custom. Com o aumento da popularidade deste tipo de auscultadores nos últimos anos, a marca passou a disponibilizar este tipo de produtos a todos os consumidores, criando o SM2 como modelo de entrada da marca Earsonics.

 

Aspectos técnicos

O Earsonics SM2 é electricamente composto por dois drivers independentes, em que a divisão da frequência pelos dois drivers é feita por um crossover proprietário, desenvolvido tendo por base o modelo de topo, os EM3-Pro. A impedância sonora de saída é de 1,5kΩ, com recurso a um filtro verde da Knowles, que determina em conjunto com o crossover  a assinatura sonora dos SM2. A carga é de 32Ω, não exigindo qualquer outro tipo de amplificação auxiliar para além da do próprio leitor mp3 portátil. Contudo, recorrendo a determinados amplificadores com boa sinergia, na ordem das centenas de euros, nomeadamente o Headstage Arrow e o iQube (principalmente este), é possível melhorar a performance a nível de detalhe, transparência, extensão, palco e imagem espacial. A opção por este tipo de equipamentos é uma opção pessoal, a utilização do auscultador apenas com o leitor mp3 é suficiente na maioria das situações. Um  conjunto com um amplificador adicional é interessante para uma utilização fixa, em que haja tempo e disponibilidade, ou seja, numa situação em que a portabilidade não seja importante.

 

Som

Nas audições efectuadas, foram utilizadas como fontes portáteis: iPod Classic, ipod Shuffle e Sansa Clip+.

Partilham a mesma assinatura sonora com os Earsonics SM3.  Não sendo tão apurados do ponto de vista técnico como o modelo de topo, apresentam outros argumentos que justificam uma audição atenta.

O som é maduro, emotivo, rico e quente. O grave tem uma força e dinâmica impressionante para um modelo do tipo BA (balanced armature). Os médios são cremosos, perdoam as falhas do ficheiro reproduzido, mas mantém-se fiéis à gravação. Os médios são o que seduz mais nos SM2, conseguem transmitir emoção, demonstrando alguma sensualidade sem estarem num plano tão frontal como os SM3, sendo este um ponto a favor dos SM2 em relação ao modelo de “topo”. Os agudos não são cansativos, sofrem de alguma atenuação, mas o sparkl está presente e consegue ser mais brilhante que os Westone UM3x. Consegue, inclusivamente, ter nas gravações de música clássica, acústica, indie e  jazz mais ar que em géneros que exigem maior rapidez (rock). Antes não conseguia ouvir álbuns dos Oasis sem me cansar rapidamente devido ao excesso de agudos e brilho, com os SM2, para além de acalmar esse excesso, é possível definir o som por layers na música, sendo quase palpáveis devido à textura e presença marcada dos instrumentos. Como disse antes, os SM2 não são o modelo ideal (de entre os modelos do mesmo preço) para géneros que exigem uma resposta mais rápida e um tempo de decaimento mais curto, em semelhança à maioria dos modelos do tipo dinâmico. A vantagem é que conseguem acrescentar um realismo maior em termos tímbricos e de textura, que o transmitido por modelos do tipo BA, como se se tivesse encontrado o equilíbrio perfeito entre as duas tecnologias. Tanto os SM2 como os SM3, são perfeitos para utilização profissional, seja em palco, seja num estúdio em movimento, em mixing.

O palco é largo, mas a sensação é diferente da transmitida pelos modelos “audiófilos”. O som é emitido a partir da acção e espalha-se pelo espaço, isto é, existe sempre uma grande intimidade, como se o som se propagasse no sentido oposto, estamos na posição dos músicos. A imagem espacial está a par dos SM3, no “imaging test” do álbum “Open Your Ears”, os SM2 transmitem de forma precisa e realista a distância entre a fonte e o ponto de recepção. É excepcional em álbuns ao vivo, conseguimos perceber a extensão e projecção da música pelo espaço, percebe-se facilmente a acústica da sala no álbum Where the light is – John Mayer.

Não o considero de todo um in-ear que dê enfâse ao detalhe, considero-o sim bastante musical, emotivo, doce e fácil de usar por um longo período de tempo. Os amantes de graves em quantidade, qualidade, corpo e textura vão adorar os SM2. Para quem  toque baixo, ou contra-baixo, os SM2 são o modelo recomendado. O baixo e a voz são os instrumentos que sobressaem nos SM2.

A assinatura exige habituação, não é o tipo de som que nos impressione no início, é um modelo que nos faz apreciar a música que ouvimos, daí ter levado mais tempo que o habitual a completar a análise deste modelo.

 

Notas: A musicalidade, textura e emoção nesta música é algo de interessante. Recomenda-se uma audição atenta da discografia de Angus & Julia Stone com os SM2. Altamente recomendados para Jazz, superiorizando os Earsonics SM3 neste género.

Também testado com Bebo Valdes & Javier Colina – Live at the Village

 

Conclusão

Pontos a favor: Gama baixa bem presente e com dinâmica louvável para um in-ear de tecnologia BA, gama média sedutora, palco largo e com profundidade, aspecto, assinatura sonora permite a sua utilização por longos períodos sem se tornarem cansativos, bom suporte por parte da marca (EU).

Pontos contra: Preço elevado, cabo em Y com parte V curta,  quem aprecie uma gama alta mais frontal e recortada, deve recorrer a equalização ou amplificação adequada, garantia de apenas um ano (cabo não incluído).

 

Álbuns utilizados

Emma Pollock – The Law of Large Numbers (2010) – video – recomendado para os SM2

Angus & Julia Stone – Memories Of An Old Friend (2011) – video; video2 – recomendado para os  SM2

Cocoon – Where the Oceans End (2011) – video

Pink Floyd – The Dark Side of the Moon (Experience Version) [Remastered] (2011) – video

Katherine Bryan – Libermann Flute Concerto & Other Works (2010) – video

 

Referências:

Site do fabricante/Produto: Earsonics FR

Preço: 304,35€

Garantia do fabricante: 1 ano (não inclui o cabo)

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