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User Experience Lisbon 2012

Joshua Porter – Microcopy: How to write small, deadly copy for all occasions

Joshua Porter trouxe-nos uma das apresentações mais interessantes do dia, sobre algo tão pequeno e ao mesmo tempo tão essencial. Falamos dos pequenos textos que nos ajudam a perceber as funcionalidades de determinado produto, que têm o nome de microcopy. Estes textos são muitas vezes apenas simples frases, pequenas, muito específicas, extremamente contextuais e que são a arma secreta de qualquer designer para reduzir a fricção entre os utilizadores e as aplicações.

Boa microcopy é aquela que “limpa o caminho” para os utilizadores, que os faz felizes, que os faz sentirem-se importantes e que os torna mais leais. Mas cuidado! A repetição excessiva da mesma frase quebra a magia e provoca reacções contrárias às desejadas. Uma solução é usar diferentes frases para a mesma função de modo a não cansar o utilizadores. Outro aspecto a ter em conta é o próprio tom utilizado na microcopy, já que seria extremamente desagradável que se gozasse com assuntos sérios. Finalmente, a própria utilização destas ajudas vai expôr novos problemas que resultam dessas mesmas ajudas, por isso é um trabalho em constante desenvolvimento.

A microcopy tem algumas vantagens imediatamente visíveis como é o caso de ajudar a personificar uma peça de software, tornando-a mais próxima dos utilizadores e sendo extremamente importante para os conseguir cativar. Para além disso, é também a forma mais fácil, barata e rápida de melhorar a interface de um determinado produto.

Como não podia deixar de ser, Porter deixou também alguns conselhos para a plateia: “suar” cada palavra colocada num site ou aplicação, nada deve ser colocado ao acaso pois uma simples palavra pode tranformar utilizadores em clientes. O último conselho vai para a criação de personas para os próprios sites ou aplicações, descrevendo o tom das mensagens, as reacções às acções dos utilizadores, o tipo de humor presente, etc.

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Derek Featherstone – Refined Design: Thinking Beyond the Device

Na sua apresentação, Derek Featherstone, falou da importância do contexto no processo de design de um produto. Antigamente os site eram desenhados para a resolução de 800×600, com o aumento de resolução dos monitores passou-se a desenhar para 1024×760 e hoje em dia para que resolução se deve desenhar? Para TODAS, diz-nos Featherstone, sobretudo através da já falada técnica de Responsive Design. Este tipo de design adaptativo não se limita ao aspecto estético, mas também ao próprio conteúdo que deve mudar consoante o dispositivo que está a ser utilizado.

Depois desta pequena introdução, passou-se aos exemplos práticos para demonstrar a importância de adaptar um produto às suas diferentes utilizações. Em primeiro lugar devemos mudar o conteúdo de acordo com o tempo, sobretudo se o produto estiver ligado a um determinado evento. Por exemplo um site de uma conferência deve ser desenhado para mostrar sempre a informação mais útil a determinado momento. O design antes do evento deve servir para incentivar os visitantes a comprar o bilhete, durante o evento deve focar-se em mostrar informações úteis para os participantes como o horário das apresentações e depois do evento deve mostrar conteúdo sobre o que foi falado durante o evento. Esta noção de tempo pode ir ainda mais longe e mudar o conteúdo de acordo com a hora do dia, mostrando informações sobre como chegar ao local do evento antes da sua hora de início ou informações sobre os hotéis após o final das apresentações.

Outro ponto a ter em conta é o comportamento dos utilizadores, mais precisamente naquelas acções que são repetidas muitas vezes. Por exemplo, ao mudar três vídeos seguidos para HD, a aplicação deverá lembrar essa acção para mostrar conteúdo em HD automaticamente nos próximos vídeos, sem ser necessário qualquer acção por parte do utilizador.

Finalmente, Featherstone falou-nos nas mudanças do design de acordo com a própria actividade e ambiente envolvente. Dando de novo o exemplo do site de uma conferência, os vídeos presentes no site deveriam ser automaticamente carregados com o som desligado e as legendas activas, caso a aplicação detectasse que o utilizador se encontrava nas imediações do local da conferência. Este talvez seja um exemplo extremo, mas outro exemplo é o dos sites de viagens que devem realçar a informação de acordo com a forma como é ordenada. Caso um utilizador esteja a ordenar bilhetes de avião por preço ou por tempo de viagem, por exemplo, significa que essa informação é importante para o utilizador e por isso deve ser destacada para facilitar a sua leitura.

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Kim Goodwin – Journey mapping as insight tool: a healthcare case study

Na última talk da manhã, Kim Goodwin, trouxe um caso de estudo muito interessante. Durante os últimos meses, esteve a trabalhar em conjunto com os fundadores da plataforma PatientsLikeMe, que estão a revolucionar o mundo da medicina fazendo com que milhões de pessoas de todo o Mundo partilhem os sintomas e medicação associados às suas doenças.

Esta é uma investigação complicada, dada a complexidade da plataforma, e por isso recorreu aos Journey Maps para a ajudar nessa análise. Os Journey Maps são compostos por diversos passos que têm em consideração aquilo que os utilizadores querem/precisam, aquilo que eles fazem, e como é que eles pensam/sentem. Estas particularidades tornam esta ferramenta muito útil para a análise de UX em diferentes canais e plataformas.

No caso da plataforma PatientsLikeMe, descobriram que praticamente todos os utilizadores analisados passavam pelos mesmos passos ao longo da sua interacção com a plataforma. Começavam pela descrição dos sintomas, passavam para a procura de um diagnóstico até encontrar um em que acreditassem, seguiam então para a tentativa de encontrar um plano que funcionasse para eles e só depois começavam ajustar e optimizar esse mesmo plano, terminando com o passo de simplesmente viver normalmente com a doença.

Em cada uma destas etapas, os utilizadores têm diferentes necessidades, diferentes vontades e diferentes estados de espírito e é fundamental perceber isso para que a plataforma se possa adaptar às diferentes etapas que cada utilizador está a viver naquele preciso momento. Por exemplo no início de uma doença, a pessoa não quer ser bombardeada com toda a informação detalhada sobre a sua condição, quer sobretudo perceber o básico e só depois está preparada para começar a investigar mais detalhadamente.

Esta foi uma apresentação muito emocionante e o melhor é mesmo verem os slides para perceberem o que foi analisado em cada uma das etapas do Journey Map.

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Com isto chegámos à hora de almoço, e que almoço! Muito convívio, muita conversa e muita comida. Mais do que as apresentações, são estes momentos de networking que marcam estas conferências e nisso a UXLX tem sido uma das principais referências. Na parte da tarde seguiram-se mais cinco apresentações, talvez as mais esperadas do dia, e sem dúvida que não desiludiram. Lembram-se de ter falado nos truques usados no Halo 3? A resposta vem já a seguir!

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