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Análise Headset Astro A50

A Utilização dos A50

A instalação e configuração dos A50 é extremamente simples, resumindo-se  à ligação do cabo TOSlink (óptico) à fonte sonora e um cabo USB para fornecer energia ao Mixamp TX. Um clique mais prolongado no Mixamp TX e outro no headset faz com que fiquem emparelhados.

Minutos depois já estávamos a experienciar um dos argumentos principais dos A50: o som surround. O primeiro impacto foi realmente impressionante, especialmente porque não esperávamos ser surpreendidos logo nos primeiros minutos de utilização dos A50. O responsável por isso foi o mais recente Tomb Raider. Na luxuriosa e assustadora Coastal Forest ficamos maravilhados com um autêntico assalto aos sentidos: O esticar da corda do nosso arco, a chuva a cair abundantemente, os nossos passos no chão molhado, o grasnar dos corvos a vir de todos os lados e os animais selvagens a correrem à nossa volta. Estávamos no meio da acção e os responsáveis teriam sido os Astro A50.

Para confirmar a suspeita, nada como pegar em mais um jogo. O escolhido acabou por ser o primeiro Dead Space. Se Tomb Raider tinha sido surpreendente, Dead Space foi completamente assustador. Graças aos A50 conseguimos diferenciar e localizar na perfeição todos os focos sonoros do jogo: as sirenes de alarme ao longe, a estática constante, o crepitar das chamas, as vozes no sistema de comunicações que parecem vir de todo o lado, o pulsar das nossas armas e os gritos dos Necromorphs ao virar de cada corredor, criando uma ambiência opressiva e aterradora complementada pela excelente banda sonora.

Após algumas horas em single player estava na altura de partir para terrenos mais competitivos, para isso nada como algumas sessões online de Battlefield 3 e Black Ops 2. Mais uma vez os A50 brilharam, dando conta na perfeição da autêntica carnificina acústica que cada um dos jogos possui sem nunca se atrapalharem nos momentos mais intensos.

Nos espaços abertos de Battlefield 3 fomos capazes de sentir os helicópteros e jactos a aproximarem-se ao longe para depois voarem por cima da nossa cabeça fazendo estremecer tudo. Ao mesmo tempo, as explosões e tiros ressoavam por todo o lado enquanto os cartuchos vazios das nossas balas tiniam ao cair no chão. Ainda assim conseguíamos distinguir na perfeição os passos dos nossos adversários quando estes se aproximavam mais ou menos sorrateiramente.

Apesar do multiplayer do Black Ops 2 favorecer o conflito mais directo, dando ênfase a mapas com dimensões mais reduzidas (criando por isso situações de conflito que por serem mais curtas resultam bastante explosivas), em momento algum os A50 fraquejaram, reproduzindo na perfeição o caos de explosões, ataques de drones, stun grenades e rajadas de metralhadora. A questão de ouvir passos de forma a localizarmos os nossos adversários ganha contornos algo diferentes em Black Ops 2, já que o jogo não aposta muito esse pormenor, mas ainda assim nada que não se resolva com o perk “awareness”.

E como é de um headset que falamos, não podemos deixar de referir o microfone dos A50. O pormenor de podermos fazer mute, bastando para isso levantar o microfone, é uma funcionalidade bastante prática e reduz a necessidade de mais um botão no headset. Apesar de não ser amovível o microfone dos A50 é suficientemente manejável e flexível para o ajustarmos ao nosso gosto. Do outro “lado da linha” não houve quaisquer tipos de queixas, com os nossos amigos a afirmarem que o som da nossa voz chegava com clareza e isento de distorção ou ecos.

Em single ou multiplayer, e após muitas horas de uso, não notámos qualquer perda de sinal áudio, mesmo com com o Mixamp TX colocado lado de um router wireless. Podemos claramente atribuir isso ao facto dos A50 funcionarem numa frequência diferente (5.8GHz) da maior parte dos equipamentos wireless que possuímos em casa e a transmissão de áudio ser baseada na tecnologia lossless KleerNet.

No que se refere à duração da bateria, após algumas cargas completas conseguimos atingir  o anunciado pela Astro. Com a carga a oscilar entre as 8 e as 10 horas de duração  consoante utilizássemos mais o microfone ou abusássemos um pouco mais no volume.

Qualidade áudio

O funcionamento dos A50 baseia-se na virtualização de um ambiente sonoro surround 7.1 em dois drivers de 40mm, resultando esse efeito numa maior imersão do jogador através de uma paisagem sonora mais vasta e complexa, com o som a surgir de todo o lado, mimetizando a realidade. No entanto, como a realidade não tem volume ajustável e muito menos três presets de equalização, existem algumas características acústicas dos A50 que merecem ser mencionadas.

O primeiro preset (Media), tal como o nome indica, é vocacionado para assistirmos a filmes ou ouvirmos música. Obviamente que nesta área entra o gosto pessoal de cada um, mas não pudemos deixar de notar algum exagero na utilização de graves, sobrepondo-se estes às gamas médias e agudas, o que resulta num som algo pastoso (à falta de melhor expressão) e com pouco detalhe.

O segundo preset (Core), segundo a própria Astro, é mais vocacionado para o single player. Baseando-se numa equalização flat, de forma a reproduzir da forma mais fiel possível as opções dos criadores dos jogos. Apesar de esta ter sido a nossa equalização favorita, não podemos deixar de referir que ainda assim os graves estão sempre lá a tentar sobressair. Muito provavelmente teremos de atribuir isso aos drivers escolhidos pela Astro para equipar os A50, porque até mesmo sem qualquer tipo de processamento surround, existe sempre uma maior predominância de graves.

O terceiro preset (Pro), mais dedicado ao gaming multiplayer, favorece médios e especialmente os agudos de forma a conseguirmos ter uma maior percepção de sons como os passos inimigos. Apesar deste preset  dar uma clara vantagem competitiva, não podemos deixar de referir que o som perde bastante “corpo”.

Apesar do design  fechado dos auscultadores, os A50 conseguem ter um soundstage bastante satisfatório conseguindo dar detalhe e espacialidade a alguns pormenores que nos tinham passado ao lado em outras situações, o destaque vai mesmo para a ambiência de Dead Space.

Como já foi dito, nesta área pesa muito o gosto pessoal de cada um. Há quem tenha uma preferência por um tipo de som mais quente e encorpado e quem prefira algo mais suave e detalhado. Os A50 acabam ficar no meio dessas duas preferências com uma ligeira tendência para graves mais pronunciados, se é algo que poderá ser corrigido só o tempo o dirá. Já que desde o seu  lançamento que a Astro prometeu disponibilizar um software onde será possível  alterar, criar e partilhar novos presets. Será certamente uma excelente ferramenta para ajustarmos os A50 às nossas preferências, infelizmente esse software parece tardar.

O conforto

É impressionante como um design tão minimalista e agressivo consegue ser ao mesmo tempo tão confortável. A esponja dos auscultadores, coberta com um tecido suave tapa as orelhas na totalidade isolando com bastante competência todos os sons exteriores ao mesmo tempo que nos permite respiração suficiente para não ficarmos suados. A pequena peça de esponja rígida colocada na parte inferior da bandolete que fica em contacto com a cabeça, distribui o peso dos A50 de tal forma que quase nos esquecemos que os estamos a usar, mesmo tendo em conta o seu peso ligeiramente acima da média. É por isso natural que durante as longas sessões de gaming nunca tenhamos sentido qualquer tipo de fadiga provocada pelo headset.

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A possibilidade de rodarmos os auscultadores para uma posição de descanso que permite que os mesmos repousem nos nossos ombros é bastante prática sempre que necessitamos fazer uma paragem por qualquer motivo.

Veredicto final

Seja qual for o tipo de jogo, multi ou single player,  a componente áudio é um dos mais importantes factores para a imersão do jogador no universo do jogo. Infelizmente, e pelos mais diversos constrangimentos, raramente conseguimos usufruir da qualidade e trabalho colocados nesta área: Ou porque o áudio da nossa consola está ser reproduzido pelas miseráveis colunas da televisão,  ou porque não temos um bom sistema de som, ou porque se o tivermos somos obrigados a moderar o volume do mesmo por causa dos pais, namorada, esposa, filhos, vizinhos, etc.

Se não formos muito exigentes, um vulgar headset stereo resolve uma parte do problema, como é óbvio. Mas se desejarmos, para além de comunicar online, usufruir da componente surround dos jogos e a vantagem que isso nos proporciona (especialmente em jogos como first person shooters) e além disso pretendermos um sistema sem fios, o caso muda de figura.

Os A50 são sem sombra de dúvidas uma das melhores ofertas existentes no mercado para quem procura um headset wireless multiplataforma com som surround 7.1. Mas com um preço de 299.98€  à data desta análise, torna-se inevitável tecermos algumas considerações sobre o retorno deste investimento.

Costuma dizer-se que só temos uma oportunidade para causar uma boa primeira impressão,  os A50 seguem à risca esse chavão. O design sóbrio e robusto, juntamente com  uma qualidade de construção e um conforto acima da média,  fazem com que os A50 se destaquem pela positiva.

O facto de serem quase 100% wireless (não podemos ignorar a obrigatoriedade da utilização do cabo para ligar os A50 ao comando da XBOX 360), eliminando a confusão de cabos e permitindo uma utilização despreocupada é outro dos pontos positivos, a isso junta-se a norma e frequência utilizadas para o sinal wireless que permitem uma transmissão de sinal sem quaisquer tipo de interferências e uma autonomia que ronda as 10 horas,  tornando toda a experiência de utilização ainda mais tranquila.

Obviamente que estas particularidades de pouco ou nada valem se a experiência acústica não for satisfatória. Aliás, por quase 300€, a experiência acústica precisa ser bastante acima da média. Nesse campo os A50 cumprem na perfeição, aumentando e melhorando a experiência de jogo através da virtualização do Dolby Surround 7.1 permitindo assim uma localização espacial dos focos sonoros e uma nitidez e detalhe sem mácula num soundstage vasto o suficiente para captarmos efeitos sonoros que nem nos tínhamos apercebido que estavam presentes especialmente se tivermos em consideração que estamos a falar de um headset wireless.

Outro dos pontos a favor são as actualizações de firmware bastante regulares por parte da Astro que de certa forma nos podem tranquilizar relativamente ao futuro dos A50, assim como a promessa de uma ferramenta (software) para fazermos as nossas próprias equalizações. Algo que será extremamente bem-vindo.

Por outro lado não podemos deixar de referir a fraca qualidade e reduzida dimensão dos cabos fornecidos. Carregar o headset ao mesmo tempo que jogamos é para esquecer, pelo menos com o cabo fornecido que tem apenas 50cm. O mesmo acontece com o cabo USB que fornece energia ao Mixamp TX, que tem apenas 1m, sendo curto ao ponto de dificultar a sua utilização na mais vulgar das salas de estar, onde a consola se encontra normalmente numa prateleira abaixo da televisão. O mesmo se passa com o cabo toslink (óptico) fornecido, demasiado curto e frágil para transmitir qualquer tipo de confiança.

Seria expectável que, tendo em conta o preço dos A50, a cablagem fornecida possuísse uma qualidade idêntica à do próprio headset. Infelizmente não é o caso e não deixa de ser surpreendente que a Astro tenha optado por poupar num tipo de componentes que é imperativo para o bom funcionamento do conjunto Mixamp TX/A50.

Claro que os quase 300€ são um valor que será sempre difícil de justificar, especialmente nos dias que correm, mas também é verdade que o preço acima da média oferece funcionalidades acima da média. Os Astro A50, são acima de tudo, uma opção fiável para quem pretende uma solução robusta e multiplataforma e leva a sua actividade como gamer a sério ao ponto de procurar um equipamento que não só lhe oferece uma elevada imersão graças ao Dolby Surround assim como  vantagem competitiva sem ter que lidar com cabos e configurações complexas.

 

Destacamos pela positiva:

Som completamente imersivo e nítido.

Conforto

Qualidade de construção acima da média.

Sinal wireless sem perdas.

Extremamente versáteis.

 

Aspectos a melhorar:

Qualidade da cablagem incluída: cabos demasiado curtos e frágeis.

Bateria não substituível.

A necessidade de um cabo para ligar o gamepad da XBOX 360 aos A50.

Actual inexistência de um software para gerir os presets de áudio.

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Agradecimento

A ZWAME agradece à FraggerZstuff pela disponibilidade do material para teste.

Copyright © Zwame, Lda 2013. Reprodução proibida sem autorização prévia.

 

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