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Análise ao Microsoft Surface 2 Pro

Caneta digital

A caneta que acompanha o Surface Pro 2 revela-se bastante útil.
É possível fixar a mesma no local onde se liga o conector de alimentação quando não está a ser utilizada naturalmente. A caneta é completamente passiva, isto é, não tem qualquer alimentação por bateria. Imita uma caneta normal em que a ponta permite a escrita e a parte oposta permite apagar. A tecnologia do ecrã permite que–ao contrário do iPad–a mão se apoie ao mesmo tempo que se escreve. Isto permite utilizar de forma mais natural a caneta imitando a experiência de escrita no papel.

Já depois de recebermos esta unidade para análise foi anunciada a Jot Script para o iPad, no entanto, o preço é de cerca de 75 dólares e é activa, ou seja, para emular a funcionalidade da caneta digital do Surface Pro 2 tem uma pilha AAA o que a torna mais pesada e dependente de alimentação, além do preço extra.

Podemos gostar ou não de usar uma caneta para interagir com os dispositivos, mas no final opções nunca são demais e neste caso a Microsoft fez um excelente trabalho. Há inclusivamente artistas que usam o Surface Pro 2 no seu dia a dia para criar como é o caso do Mike Krahulik do Penny Arcade. A opinião dele sobre este modelo especificamente pode ser lida noutro artigo. O tipo de utilização que fiz nestes dias de teste acabaram por não dar muita oportunidade a usar, mas para alguns utilizadores como o que acabei de citar acredito que seja fundamental.

A Kickstand que muda tudo

A primeira geração tinha uma Kickstand (“apoio de descanso”) que permitia apenas uma posição. É naturalmente melhor ter uma kickstand do que não ter nenhuma, mas o grau de inclinação que permitia era limitado. Felizmente neste modelo existem duas posições o que torna a experiência muito superior permitindo adaptar-se melhor às necessidades. Pessoalmente dei por mim a utilizar quase exclusivamente a opção que foi introduzida em vez da posição original. Passou de motivo de queixa a uma mais valia e se é verdade que a queixa de que o formato de um portátil por ter o peso distribuído de uma forma diferente, ao ter o maior peso precisamente na base melhorando a estabilidade quando se coloca sobre as pernas, a nova inclinação vem permitir que com alguma habituação essa seja uma opção viável. É mais uma pequena correcção que melhora bastante a funcionalidade inicial.

Há no entanto um ponto que espero ver ser melhorado que tem que ver com o sistema para abrir a kickstand: não é muito fácil de o fazer, ao contrário de fechar. Veremos se isso consegue ser mais natural. Eventualmente a crítica pode ser apenas pelo pouco tempo que manuseei o equipamento, pelo que fica a nota.

Acessórios

Começando pelas más notícias o teclado continua a ser um acessório no Surface Pro 2.
Digo má notícia porque não imagino ninguém a dispensar um teclado para acompanhar este equipamento. É verdade que é possível utilizar o Surface Pro 2 com um dos muitos teclados disponíveis bastando para isso que seja USB ou Bluetooth, mas continua a não fazer sentido que a capa/teclado não venha incluída.

Com a parte frontal a ser uma peça única de vidro a protecção oferecida por duplicar como capa é uma mais valia. A Microsoft mantém dois teclados diferentes exatamente iguais ao modelo anterior em termos de aparência: a Touch Cover e a Type Cover. Na primeira o teclado não tem qualquer feedback táctil, o que é um pouco estranho. A Type Cover segue o modelo tradicional com as teclas depressíveis. Apesar da aparência se manter, o teclado da Touch Cover é agora retroiluminado o que é bastante útil em condições de pouca luz e, segundo a Microsoft, tem uma precisão muito superior. Até ter um equipamento com ecrã retroiluminado nunca atribuía grande importância mas o sentimento mudou depois de começar a usar. No dia a dia a utilização da Touch Cover revela-se mais fácil de utilizar se não utilizarem todos os dedos para escrever. Para quem o faz exige mais tempo de habituação. Durante o tempo que levo de utilização já é possível ver na parte do touchpad uma área mais clara de claro desgaste.

Mas a estrela neste lançamento em termos de acessórios é a dock. Não tivemos disponibilidade para testar mas é uma enorme mais valia e no teste ao Surface Pro tínhamos referido essa necessidade.  A dock permite encaixar o Surface Pro 2 mantendo a possibilidade de utilizar o ecrã já que a inclinação parece adequada, manter a porta USB 3.0, adiciona mais 3 portas USB 2.0, porta Ethernet, audio, microfone, Display Port ao mesmo tempo que alimenta o equipamento. A dock tem um valor anunciado de cerca de 200€ e a sua disponibilidade está anunciada para início de 2014.

Software

Muito se escreveu já sobre o Windows 8 e a mudança radical que trouxe consigo começa a passar. O lançamento do Windows 8.1 veio corrigir algumas queixas dos utilizadores, acalmar os ânimos e por outro lado, atendendo que o Windows 8 já existe à alguns meses, consegue ser mais consensual porque os próprios utilizadores já se habituaram mais à mudança. De qualquer forma vem facilitar a vida a quem prefere o Ambiente de Trabalho tradicional do Windows 7.

Irei apenas destacar dois pontos, já que não é pretensão analisar aqui o Windows 8.1. O primeiro é a não inclusão do Office com o Surface Pro 2. Compreendo os motivos atendendo a que a Microsoft vende o Office em separado e tem a opção de subscrição com algumas vantagens naturalmente de ambas as partes, mas é difícil aceitar que o Office venha com o Surface 2 e não com o Surface Pro 2. Os paradigmas mudam e atendendo que passamos a barreira do software em dispositivos físicos com a Store, tendo os utilizadores uma conta pessoal e ao terem comprado um equipamento começa a fazer sentido que os utilizadores tenham acesso ao melhor software possível. A Microsoft encontra-se agora nessa posição impar de poder oferecer equipamentos e software pelo que tem esse poder. Não o fazer vai continuar a que haja pirataria de software e não vale a pena olhar para o lado, esse problema apenas se vai resolver quando os utilizadores tiverem uma experiência boa e nunca como agora as condições para que isso sucedam estão reunidas. Esta falha é ainda mais estranha quando a ASUS anunciou o Transformer Book T100 onde inclui o Office e que apesar da distãncia que os separa em características essa separação também é clara em termos de preço.

O segundo ponto prende-se com duas ofertas que me parecem muito interessantes e que eleva o ecossistema. Uma oferta é uma subscrição ilimitada mundial e Wi-Fi do Skype durante 12 meses e a oferta de 200GB de espaço no SkyDrive durante 2 anos. Esta última oferta é muito superior ao que é oferecido pela Apple e pela Google e é um enorme ponto a favor da Microsoft.

A Microsoft tem uma extensa documentação sobre o Surface Pro 2 que facilita a vida dos utilizadores. Destaco o Manual do utilizador que responde à maior parte das questões que possam surgir.

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