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Overclock a um i5-6400 (Skylake não-K)

O teste

No seu estado actual, esta forma de overclock não é “oficialmente” suportada e implica alguns compromissos, nomeadamente:

– desactivação do IGP
– desactivação de tecnologias que variam  multiplicador (Tubo boost e EIST)
– desactivação dos C-states
– desactivação do suporte a instruções AVX

Os 3 primeiros pontos são apenas inconveniências de importância relativa. Já o último é muito importante para quem faça uso de software que use AVX (usado em HPC, computação distribuída, algumas ferramentas de encoding, etc) e exclui, à partida, o uso desta possibilidade.

O sistema usado no teste tem a seguinte composição:

CPU Intel i5-6400
Motherboard ASRock Fatality Z170 Gaming-ITX/ac
Memória G.Skill Ripjaws V 2x8GB 3000MHz
Placa gráfica MSI GTX960 Gaming-2G
Cooling CPU Corsair H100i GTX
Armazenamento OCZ ARC 100 240GB
Chassis Corsair 380T
Fonte de alimentação Corsair CS750M

Começamos por medir o consumo do sistema stock em idle, de forma a aferir, posteriormente, o real impacto que a falta do EIST e C-states têm no consumo.

PWR stock53W na tomada, com o CPU a descansar nos 800MHz, alimentado por uns parcos 0.5V de Vcore

Avançando para o teste, o 1º passo consistiu em actualizar a BIOS para a versão correcta (L1.54) . Esta BIOS é considerada uma “beta” pela ASRock, e deve ser encarada como tal pelos utilizadores antes de avançarem com a actualização. Podemos, no entanto, adiantar que nem esta, nem a equivalente disponibilizada para a ASRock z170 Extreme4 nos causou qualquer problema ou deu sinal de algum bug/instabilidade.

BIOS BCLK
Na interface nada muda. A única diferença é que agora o sistema tem a habilidade de efectivamente arrancar com valores de BCLK muito superiores aos normais 100MHz.

Na 1ª tentativa, mudamos apenas o BCLK de 100 para 130MHz. Sem qualquer outra alteração, guardamos e saímos. O sistema arrancou sem qualquer problema.

CPUZ 1303.5GHz fixos, com 1.2V de Vcore automaticamente definidos pela BIOS

PWR 3.5Traduzem-se em 61W tirados da tomada, em idle

De seguida tentamos um BCLK de 150MHz. De novo, sem qualquer outra alteração.

CPUZ 150Sem demora, o sistema arrancou com o CPU a 4GHz, com os mesmos 1.2V automaticamente definidos pela BIOS.

PWR 4Nestas condições, a potência na tomada aproximou-se dos 65W.

Por fim, subimos o BCLK para 170MHz. Desta vez o sistema recusou-se a arrancar, obrigando ao ajuste manual do Vcore, definido “por cima”, para 1.35V.
CPUZ 170Sem mais dificuldades, já no Windows a 4.6GHz. Um valor impressionante, para um CPU vendido com uma frequência de base de 2.7GHz.

PWR 4.6A potência na tomada subiu também mais uns Watts, para 69W.

Foi com alguma surpresa que constatamos a facilidade com que se faz o overclock por BCLK, com o sistema a arrancar repetidamente, com valores cada vez mais altos, sem qualquer sinal de problemas ou instabilidade. Um overclock para ficar a longo prazo beneficiará, obviamente, de alguns ajustes mais cuidados, particularmente do Vcore, mas fora isso, este foi um processo bastante simples e rápido, até a comparar com os overclocks por BCLK e FSB de antigamente.

Performance e consumo

Para avaliarmos o impacto da subida da frequência do CPU na performance do sistema usamos o Cinebench R15.

GRF perf
A performance escala de forma praticamente linear com a frequência. Os 4.6GHz finais representam uma subida de 48% da frequência (70% , se tomarmos como referência os 2,7GHz base!) que resultam numa pontuação 45% superior. Resultados muito bons e encorajadores para quem procura performance “grátis”.

Uma das maiores dúvidas que o surgimento desta possibilidade de overclock levantou prende-se com o impacto que a ausência de SpeedStep e C-States tem no consumo dos sistemas em idle.

GRF pwr

A ausência dessas tecnologias de gestão de energia faz-se sentir, naturalmente. Mas 9 a 16W não é um aumento muito significativo para um desktop, especialmente considerando as comparações de 800 vs. 4600MHz e 0,5 vs. 1,35V. O power gating interno do CPU mantém o consumo energético perfeitamente controlados.  De referir que, mesmo a 4.6GHz, a temperatura do CPU nunca ultrapassou os 25ºC, em idle mas devemos referir que usamos um excelente cooler para o efeito pelo que devem ter isso presente.
Seria, obviamente, preferível ter estas tecnologias disponíveis, mas parece-nos um pequeno preço a pagar pelo grande aumento de performance que é possível obter.

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