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Duas semanas de Android na mão

O mau

No que toca as coisas más no Nexus One a que me parece mais relevante é a falta de precisão do ecrã. Reparem que eu referi Nexus One e não Android pois não sei se este problema pode ser replicado noutros modelos. Constantemente dou por mim a pressionar o ecrã onde acho que está o botão como o faria num iPhone e o telemóvel assume o clique mais abaixo. Quando estamos a pressionar um link de uma lista a consequência é que acabamos a carregar o link errado.

Outro ponto que me levanta interrogações é a opção pelos quatro botões “soft touch” fora do ecrã que o Nexus One tem. Não só as suas funcionalidades poderiam estar integradas no ecrã propriamente dito como dou por mim a pressioná-los inadvertidamente quando quero carregar num ícone/link que esteja na zona inferior do ecrã. Mais uma vez isto é uma crítica ao design do Nexus mais do que à plataforma propriamente dita.

Quanto à plataforma propriamente dita, mesmo estando a usar o Android 2.2, nota-se alguma falta de polimento ou consistência em pequenos pontos. Por exemplo, o menu de settings poderia ser reorganizado pois tem opções a mais. Faz sentido ter “accessibility” separado de “voice input & output” ou de “language & keyboard”? A meu ver, não. Outro exemplo é a navegação na lista de contactos. Começa-se movendo o dedo para cima (e a lista rola para baixo) para depois “agarrarmos” um widget do lado direito para o puxar para baixo. Ou seja, movemos o dedo primeiro para cima e depois para baixo, enquanto a lista faz sempre scroll para baixo. Não parece ser minimamente lógico.

O problema de falta de polimento da plataforma é extensível às aplicações. Das que tenho utilizado poucas penso que encaixariam bem num iPhone sem destoar. Destaco positivamente o Tweetdeck e a da revista Time. Ambas foram as únicas que consegui encontrar que implementassem o scroll de forma tão fluída e com um nível geral de qualidade que satisfaça a um utilizador que venha da plataforma iOS. Acresce que muitos dos ícones parece que foram desenhados por crianças (EverPaper, por exemplo). Ao contrário do que os programadores pensam, os olhos também comem e se este é o nível de cuidado que colocam no ícone (que é a primeira coisa que qualquer potencial cliente vê, ainda antes de instalar a aplicação) a imagem que passam é que a própria aplicação estará construída com o mesmo cuidado. Como diria o Cristiano Ronaldo “assim não vamos lá”.

Depois, há várias maneiras alcançar o mesmo fim. Por exemplo, para fazer pesquisa podemos usar o widget que mencionei acima, o botão do lado direito ou uma opção dentro do segundo botão do lado esquerdo. Seguramente que haverá outras opções para fazer pesquisa algures escondidas na plataforma. Esta opção faz-me lembrar o carro que o Homer desenhou num episódio dos Simpsons com buzinas em todo o lado.

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