Introdução Os Fnatic são possívelmente a maior, mais famosa e bem sucedida organização de e-sports a nível mundial, tendo especial destaque na cena competitva de jogos como Counter-Strike: Global Offensive e League of Legends. Recentemente, foi tomada a decisão de descartar o patrocínio da marca de periféricos Steelseries, adquirindo a Func, uma concorrente de relativa menor dimensão, numa tentativa clara de verticalização da organização e diversificação de fonte de receita. Apesar da marca sueca de periféricos ter uma line-up um tanto ou quanto extensa prior à aquisição, nenhum dos produtos parece ter sido arrastado para a alçada do novo branding que é o Fnatic Gear, algo que não motiva particular descontentamento por parte da comunidade, uma vez que os novos produtos parecem revelar preços em ordem com as marcas dominantes do mercado, bem como escolhas inteligentes de materiais e componentes internos dos seus periféricos. Hoje iremos analisar o rato Fnatic Gear Flick G1, bem como o hardpad Boost Control L. Especificações Flick: MCU/Processor: Holtek HT68FB560 Main switches: Omron Sensor: ADNS 3310 Memory: 256 kB Resolution: 5000 CPI Frames per second: 6500 Tracking speed: 130 IPS Max acceleration: 30g Report rate: Adjustable, up to 1000Hz Max acceleration: USB 2.0, Gold plated Dimensions: 126x68x40 mm Weight: 90g (2 m braided cord) Embalagem e Conteúdo Em Detalhe A abordagem da Fnatic Gear ao rato Flick G1 foi em tudo semelhante ao que temos visto da Zowie. O Fnatic Gear Flick G1 é um rato de relativas pequenas dimensões, compacto, ideal para o uso em modo claw/fingertip grip. O seu perfil é ambidextro, apesar de apenas apresentar botões laterais na margem esquerda e dá uso a uma shell de plástico simples, sem qualquer tipo de coating. O rato chega com uma shell um tanto ou quanto consensual. Por base em alguma experiência da nossa parte, o formato que em mais se assemelha a este é o do Zowie FK/FK1/FK2, sendo que o Flick apresenta laterais mais curvadas, uma franca melhoria face aos modelos da Zowie. Fora esse aspeto, temos também os botões M1 e M2 com um formato em vale bem mais suave, uma zona central mais estreita, e uma melhor implementação tanto da scroll wheel como dos botões laterais. Começando pela scroll wheel, podemos notar que a estética exterior coaduna com a tendência de mercado, visível em ratos da Razer, Asus, Mionix, Steelseries, entre outros, tal é a iluminação nas bordas e o segmento central relativamente largo, em borracha, e com depressões bem pautadas. Relativamente ao feedback, podemos traçar um paralelismo com os ratos da Mionix, uma vez que de início o mesmo é bastante pesado e com steps bem marcados, acabando por aligeirar com o uso para níveis muitíssimo satisfatórios, sem nunca mostrar qualquer tipo de folga ou ruído. Os botões laterais têm uma dimensão adequada e encontram-se bem posicionados. Para a normal situação de uso existe mais do que suficiente espaço para o repouso do polegar sob os botões, contudo, um ocasional clique acidental poderá acontecer, uma vez que é necessária uma relativa reduzida força para acionar o botão. Fora isso, a sensação ao clique é agradável q.b., dado que a viagem é curta e linear, no entanto, temos também que deixar o reparo de que o botão da frente se faz sentir mais débil que o traseiro, uma vez que apresenta uma pequeníssima folga, a qual não chega a causa oscilações, mas deixa uma dica na viagem do switch. Passando aos botões M1 e M2, os principais, pouco haverá a mencionar. A Fnatic Gear optou por utilizar Omron switches, o que em conjunto com a sua shell mais resistente do que o habitual, nos traz um clique de peso moderado, não tão leve quanto ratos da Razer, não tão pesado quanto ratos da Zowie. No que toca ao coating e textura da superfície do rato, tal como dito acima, o Flick G1 chega com uma fínissima camada de borracha, quase impercetível, a qual somente não abrange a face inferior do equipamento. Importa dar ênfase à questão de que o coating é mesmo fino, tanto que o objetivo deverá ser apenas o de uma ligeira ajuda áqueles que apresentam problemas com transpiração excessiva na palma da mão. Ainda quanto a aspetos materiais, há que notar que a Fnatic Gear, e bem, optou por fazer renascer o antigo formato de skates de rato, nomeadamente as quatro elipses de pequena dimensão, cada uma arrumada a seu canto, algo que embora possa parecer ultrapassado, reserva o seu estatuto mais que funcional e a sua relativa facilidade em encontrar suplentes. Noutra questão, fica a menção de que o comprimento do cabo (dois metros) é mais do que suficiente para qualquer tipo de utilização normal. Tomando agora uma questão de relevo, temos a escolha de sensor para o rato, escolha essa que acreditamos ter sido a mais acertada por parte da Fnatic Gear. O Pixart 3310 embora não seja o melhor sensor da atualidade, perde o lugar para o 3366 por diferenças marginais. São ambos sensores fantásticos com níveis irrisórios de aceleração, tracking consistente, tecto alto no que toca a malfunction speed, entre outros aspetos. No que toca ao tapete, temos presente um Boost G1, uma hard-surface de tamanho médio. Em parelha com o Flick G1 não notamos quaisquer problemas a nível de tracking, e como seria de esperar, temos um ótimo e suave glide, tal e qual manteiga, fazendo valer o seu principal ponto de venda. Fora essas questões, podemos reparar pelas imagens que não temos brilhantes apontamentos no que toca a acabamentos, nomeadamente na junção das superfícies de deslize e de anti-derrapante. Considerações Finais A Fnatic Gear surgiu muito recentemente no mercado, tal como referido no início do artigo, e mostra sinais de querer seguir o caminho de marcas que têm povoado o mercado com equipamentos de elevada qualidade e justo preço. A qualidade de construção e desenho revelam real qualidade, assim como a escolha do sensor (Pixart 3310) e switches Omron para os dois botões principais. É óbvio que este rato não se encontra tão centrado no conforto, objetivo principal de marcas como Mionix, CM, Corsair e outras que tal, no entanto, ficamos com um rato marcado pela sobriedade e funcionalidade, algo que nos é trazido por marcas como Zowie. Quanto ao tapete, apesar de curta, a nossa menção cobriu novamente a falta de atenção aos acabamentos estéticos, no entanto, prevalece também o aspeto puramente utilitarista do tapete, tal é a simplicidade de desenho e preço acessível. Por um preço inferior a 55€ ficamos com um rato muito difícil de ignorar, um produto que contraria o mercado e nos deixa nas mãos algo funcional e até certo ponto minimalista, marcado por ótimas escolhas em parâmetros como shape, sensor e switches. A ZWAME agradece à Fnatic Gear a disponibilidade do equipamento para análise.