Análises

Análise aos gamepads retro 8BitDo

A 8Bitdos é uma marca de dimensão bastante reduzida, com origem e base comercial estabelecida na China, mas ainda com uma presença muito residual no mercado ocidental.

O seu foco inside sobretudo na criação de gamepads que celebram os clássicos da Nintendo como NES e SNES, que serão aqui analisados. Tais gamepads são desenvolvidos com vista a funcionar em quase todo o universo de dispositivos da atualidade, quer corram iOS, OSX, Windows ou Android.

Especificações

  • NES 30th anniversary GamePad edition, retro design, same touch, same feeling.
  • Dual-mode support: Bluetooth keyboard and touch screen simulation.
  • Support both Bluetooth keyboard and touch screen simulation.
  • Built-in 480mAh Li-on battery.
  • Firmware upgradable for function expansion in the future.
  • Compatible with iOS, Android, Mac OS, and Windows devices.
  • Programmable keys to easily setup combo key and turbo key.
  • Exclusive Xtander design: stand up your touch screen device and play with ease.
  • Classic cross button and two shoulder button design.

Embalagem e Conteúdo

Todos os três gamepads em análise chegam com embalagens francamente agradáveis e simplistas, em formato retangular, e relativamente compactas, tendo em conta o material nelas contido.

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O desenho e decoração das paredes exteriores da caixa é organizado, útil e agradável, não havendo sobrelotação do espaço. Já o esquema de cores varia de embalagem para embalagem, coadunando com a palete de cores do comando em particular.

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Quanto às caixas propriamente ditas, abrem-se como no caso dos telemóveis, onde uma peça de cartão encaixa na outra, encontrando-se presas tanto pelos selos transparentes da marca, como pelo efetivo vácuo que se cria quando se encaixam.

No interior vemos que o comando aparece em primeiro lugar e em destaque, encaixado na sua montra de cartão/espuma/esponja.

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Retirados os dois, vemos os restantes acessórios protegidos por pedaços de cartão.

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Em Detalhe

  • NES 30 Pro

Começando pelo NES 30 Pro, o gamepad com visual mais atual, podemos já deixar bem marcado que pelas imagens, o mesmo parece ser bem maior do que o que realmente é, fator esse que afeta alguns aspetos funcionais do mesmo.

Como visto nas especificações, o mesmo mede apenas 132 x 64 x 15 mm , resultando num comando bastante compacto, ideal para a utilização à qual é destinado: portabilidade e emparelhamento com dispositivos móveis. No entanto, apesar de não haver grande ciência na implementação dos botões base, no que toca aos joysticks, o panorama não é tão linear. Os mesmos padecem pela falta de espaço, na medida em que o seu movimento não é consistente nem agradável, apesar de conseguir cumprir o seu propósito.

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Os materiais utilizados não fogem ao esperado, todo o corpo do gamepad é feito em plástico, assim como a totalidade dos botões, com exceção do “Select” e “Start” que chegam em borracha. O printing que vemos na face superior a imitar o controlador da NES é de qualidade, uma vez que a tinta encontra-se muito bem impregnada no próprio plástico, quando em equipamentos deste género, não seria estranho encontrarmos um autocolante pobremente aplicado. Enquanto nas arestas e paredes laterais do comando encontramos um tipo de plástico liso, importa realçar que tanto na face superior como na inferior, o material tem uma textura de granularidade exemplarmente fina, mas bastante visível quando muita luminosidade incide sobre o mesmo.

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Passando aos botões, em termos de feedback, fiquei bastante agradado com os mesmos, uma vez que todos, sem falha, apresentam-se livres de folga, continuando com a mesma solidez e linearidade do dia em que chegaram. Os dois botões de borracha são um bocado “mushy”, mas essa característica está também presente nos dois botões do mesmo material do GBC, portanto, suponho que não incomode a maioria dos utilizadores. Quanto a dimensões e posicionamento, usando novamente um GBC como elemento de comparação, posso adiantar que o d-pad do controlador da 8Bitdos é 50% maior que o outro, enquanto que os botões à direita, são do mesmo tamanho. Neste gamepad, vemos também quatro triggers na zona superior, estando os mais interiores(“L2” e “R2”) bem posicionados, enquanto que os dois mais exteriores (“L1” e “R1”), assumem uma posição não tão confortável para o pressionamento, mas que de uma maneira ou de outra, cumprem também a sua função.

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Por último, como aspetos mais acessórios, vemos que a entrada para o cabo micro-USB se situa entre os triggers, que nas laterais temos uma linha que se ilumina quando ligamos o dispositivo, que em baixo temos dois botões com duas funções cada (toggle power/windows e ligação/retornar).

  • SNES 30

Ao contrário dos outros dois gamepads, este já exibe o logo da marca na face frontal do mesmo, aspeto que em nada afeta o “throwback feeling”, dado que o controlador original mostrava um letreado no mesmo exato estilo.

O corpo do gamepad é sólido e robusto, e feito a partir de um único tipo de plástico, com granularidade muita fina, quase não percetível ao toque. Tal como o original, a shell está diferenciada com uma linha que contorna a totalidade do gamepad e que une as duas partes, aspeto esse que ajuda a manter a realidade desta “reprodução”.

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No que toca aos botões, o d-pad assemelha-se ao do GBC em termos de escolha de textura, mas não em tamanho, dado que este parece duplicar tais dimensões. Os dois botões de borracha têm um feedback mais agradável que o controlador anterior, melhor pautado e mais linear. Os quatro botões à direita têm uma textura bem glossy, estando organizados por pares, topo côncavo e convexo, e assumindo um feedback sólido e linear, na exata onda dos comandos originais. Por último, temos os triggers na zona superior, constituídos pelo mesmo tipo de plástico do corpo do comando, e com um feedback muito agradável, ligeiramente mais pesado que os restantes botões.

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Resta mencionar que a entrada micro-USB, assim como nos outros comandos, encontra-se posicionada no topo do mesmo, tendo também de cada lado um led para efeitos de status de conetividade e emparelhamento. Temos também ranhuras nesta zona, assim como no fundo, de modo a que possa ser acopulado o módulo que permite usar o comando como “dock” para o telemóvel.

  • NES 30

Dos três gamepads em análise, o NES 30 é capaz de ser o modelo com o visual mais icónico, tais são as suas semelhanças com o clássico de 1985. Apesar disso, este mostra quatro botões adicionais, nomeadamente os dois triggers nos cantos superiores, bem como dois botões adicionais à direita.

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Toda a shell com a cor acinzentada é lisa, enquanto a área com a tinta impregnada do plástico, como nos anteriores comandos, tem uma granularidade finíssima, quase não distinguível ao toque. O d-pad é liso e não foge ao típico feedback, assim como os botões à direita, de topo côncavo e letras em depressão. As teclas de borracha têm um feedback claro e pouco “mushy”, e por último, os dois triggers, apesar de bem posicionados, não transmitem a melhor sensação ao serem clicados, dado que a combinação de viagem curta com um peso de ativação acima da média, acaba por não cair muito bem.

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Acessoriamente vemos a capa traseira cujo propósito não consegui desvendar, e vemos também a porta micro-USB no topo do comando com os dois leds de status no lado esquerdo.

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Conetividade

No manual encontramos toda a informação necessária para o fácil e rápido emparelhamento do controlador com o dispositivo à escolha, estando suportados de base todos os sistemas operativos mais populares, nomeadamente, Windows, Android, iOS e Mac OSX.

Todos os gamepads foram por nós testados em Windows e Android, onde a experiência foi simples e direta. Não houve incompatibilidades com emuladores de GBA e NES na plataforma móvel, assim como em Windows, usando os controladores tanto por Bluetooth como por cabo.

Novamente em Android, decidimos testar o modo “Emu-Touch Screen” com o jogo Pocket Morty, já que o botão “A” do mesmo não está predefinido para este tipo de comandos, assim como o acesso ao menu in-game e respetivos campos do mesmo. Tivemos que instalar a aplicação própria da marca (em iOS é utilizada a Cydia) para poder fazer o respetivo mapeamento das teclas, e apesar da mesma cumprir exatamente o prometido, ficamos tristes por perder a funcionalidade predefinida do d-pad e claro, de todas as restantes teclas.

De resto não tivemos qualquer tipo de entraves ou problemas, nem nada que se assemelhasse a quebras de ligação ou falhas no registo de teclas.

Considerações Finais

Dado o perfil da marca, seria fácil de esperar que os seus produtos apresentassem os tradicionais problemas por falta de controlo de qualidade, investimento reduzido nos materiais a utilizar, e compatibilidade “hit or miss” de dispositivo para dispositivo, no entanto, a 8Bitdo foi capaz de nos supreender em todos esses parâmetros.

Desde a embalagem do produto, passando pelo desenho do mesmo até à escolha dos materiais, vemos nos três gamepads, salvas as exceções mencionadas do artigo, real qualidade, a um relativo bom preço tendo em conta standards ocidentais.

O emparelhamento dos controladores aos mais diversos dispositivos é também ele bastante direto, especialmente quando a marca se dá ao trabalho de enviar com a caixa, um guia simples que mostra como estabelecer a ligação nos diferentes modos, recorrendo tanto a texto como a ilustrações. Pontos extra deverão ser concedidos pelo correto uso do inglês no manual.

Pesando o preço dos diferentes gamepads, o qual ronda os 35€, juntamente com os aspetos sucintamente revistos atrás, sentimo-nos confiantes na recomendação dos controladores neste artigo analisados.

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A ZWAME agradece à 8Bitdo a disponibilidade do equipamento para análise.

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