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Corsair Force Series MP500

Benchmarks

Antes de passarmos aos resultados, temos de referir uma particularidade com que nos deparámos durante os testes.
No AS-SSD e no Anvil os resultados em escrita foram anormalmente baixos. E por “anormalmente baixos” entenda-se “muito maus”. Bastante abaixo de drives SATA convencionais, até.

Cientes de que alguma coisa não podia estar bem, contactámos a Corsair e expusemos o problema.
Na resposta, recebemos instruções para desligar o esvaziamento da cache intermédia de escrita do dispositivo.
Por defeito, o Windows pede às drives que descarreguem os dados em cache de memória DRAM para memória física e espera que a drive reporte a tarefa concluída antes de iniciar a tarefa seguinte. Isto serve para minimizar o risco de perda de dados ainda em cache DRAM em caso de falha de energia (mais informação sobre este comando aqui).

Para desactivar esta opção é necessário aceder às propriedades da drive (click direito sobre qualquer drive do sistema e de seguida em “propriedades”), seleccionar  o separador “hardware”, a drive correcta da lista e, de novo, aceder a propriedades. Isto abre uma nova janela onde se deverá aceder a “change settings/alterar definições”.

Essa acção abre uma terceira janela,onde, debaixo do separador “policies/políticas” encontramos a opção requerida. Para desactivar o comando basta por o visto na opção.

Em geral, a desactivação deste comando pode ajudar a uma melhoria de performance, já que o Windows não perde tempo com este passo, mas leva também a um risco acrescido de perda de dados em caso de falha de energia. No caso particular do Corsair MP500, este comando parecer ter um efeito particularmente nefasto na gestão interna da drive. Não sabemos exactamente o porquê, nem o efeito que poderá ter na integridade dos dados, mas as especificações do controlador Phison E7 mencionam características como SmartFlush e GaranteedFlush, que nos levam crer que todo o processo é gerido internamente e o risco reduzido.

Já o efeito na performance foi dramático.

A velocidade de escrita de pequenos segmentos aleatórios aumentou mais de 10 vezes, trazendo a performance desta drive para o nível esperado.

Temos, no entanto, de ressalvar que nem a OCZ RD400 nem nenhum das nossas drives SATA convencionais são afectadas por esta opção, mas é de referir que o Toshiba OCZ RD400 apresenta um comportamento semelhante antes da instalação do seu driver NVMe próprio. A Toshiba OCZ não está sozinha neste campo, outras marcas de monta, como a Samsung também produzem o seu próprio driver NVMe, o que nos leva a acreditar que o driver por defeito do Windows não esteja isento de culpa nesta situação e a Corsair/Phison teriam talvez a ganhar em desenvolverem também o seu.

Na ausência de driver próprio, gostaríamos pelo menos que a Corsair incluísse instruções em como desactivar esta opção, bem como uma descrição dos efeitos e possíveis consequências, já que é algo de que os utilizadores comuns dificilmente se aperceberão, e mais dificilmente saberão executar sem ajuda externa, privando-os das plenas capacidades da sua nova drive.
É algo que a Corsair podia também incluir nas opções de optimização do seu software.

Passemos, então, aos resultados dos testes.
Os sistemas usados têm a seguinte composição:

CPU AMD Ryzen 7 1700 @stock
Intel i7 6700K
Motherboard MSI X370 SLI Plus
ASRock Z170 Gaming-ITX/ac
RAM Corsair Dominator Platinum 2x8GB DDR4 3200MHZ @2133MHz CL15
Corsair Vengeance LPX 2x8GB DDR4 2666MHZ @2133MHz CL15
Placa gráfica MSI GTX960 Gaming 2GB
Drive de sistema Toshiba OCZ RD400 512GB
Corsair MP500 480GB
Cooling Arctic Liquid Freezer 240
Noctua NH-D15
Fonte de alimentação Corsair CS750M
Corsair RM850x
Caixa Benchtable

Nos testes incluímos apenas os resultados da nossa outra drive NVMe, a Toshiba OCZ RD400, já que nos parece pouco útil comparar este tipo de unidades com drives SATA.
Em vez disso, achamos mais interessante aproveitar a oportunidade para comparar o desempenho deste tipo de drive entre as plataformas Intel LGA1151 e AMD AM4, a primeira da AMD a suportá-las nativamente.

AIDA64

O conjunto de testes de armazenamento do AIDA 64 apenas testa o desempenho de leitura. Nestes testes o Corsair MP500 revela desempenho sólido, mas ligeiramente abaixo do conseguido pelo RD400.
Nos tempos de acesso, as barras dão a ideia de grandes discrepâncias, mas os valores absolutos são do mesmo nível.

CrystalDiskMark

Aqui o MP500 fica um pouco para trás com pedidos de acesso simples, recuperando terreno em cenários de pedidos de acesso múltiplos.

AS-SSD

Resolvidos os problemas iniciais, o MP500 obteve resultados bastante bons no AS-SSD, compensando um ligeiro atraso na performance de escrita em relação ao RD400 com um desempenho mais sólido em leitura.

Anvil

No Anvil a diferença da performance de escrita é mais marcada. O MP500 não tem mau desempenho, mas a superioridade do RD400 neste teste é clara.

ATTO

Nos testes do ATTO é onde este SSD se sente em casa, atingindo facilmente as velocidades anunciadas e superiorizando-se claramente ao RD400, com os blocos de dados de maior tamanho.
Com os blocos mais pequenos, demostra maiores dificuldades sendo fácilmente ultrapassado pelo concorrente. De notar, ainda, a superioridade da plataforma da Intel a lidar com estes blocos, com ambos os SSDs.

PCMark 7

Neste “simulador de realidade” os resultados são bastante próximos, com ligeira vantagem para o RD400.

PCMark 8

O PCMark 8 confirma a proximidade de resultados em cenários de utilização real, de novo com uma ligeira vantagem do Toshiba OCZ RD400.

Em geral, podemos ver que o Corsair MP500 consegue taxas de transferência absolutas superiores,  enquanto o Toshiba OCZ RD400 lida melhor com acessos aleatórios de pequenos blocos de dados, particularmente em escrita. Isto acaba por se reflectir um pouco nos cenários de utilização real, onde o ponto forte do Toshiba OCZ RD400 tem maior peso.

Esta diferença de carácter deve-se essencialmente aos controladores e às suas afinações, já que ambas as drives usam a mesma memória flash.
Neste aspecto a Corsair depende de terceiros, com a Phison a afinar claramente o firmware do seu controlador para “números grandes”, enquanto a Toshiba parece dar um pouco mais de primazia à utilização quotidiana.
Na prática, ambas as unidades demonstram excelente desempenho e dificilmente serão distinguíveis a olho nu no dia-a-dia, na maioria das tarefas.
Mas seria interessante ver que opções a Corsair tomaria, se tivesse maior controlo sobre o firmware do seu produto.

Na luta Intel vs. AMD encontramos uma situação semelhante, coincidentemente. Os valores absolutos de taxas de transferência são semelhantes nas duas plataformas, mas é notório que a Intel lida melhor com acessos aleatórios e blocos de dados mais pequenos, fruto, sem dúvida, da sua maior experiência com este tipo de drives.
Com o tempo esta diferença deverá esbater-se, mas por enquanto a vantagem da Intel é clara.

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