Teste de performance: B350 Vs. X470

Como é sabido, a AMD aproveitou a introdução da 2ª geração dos processadores Ryzen para também refrescar a plataforma com novos chipsets. Estes chipsets são, no entanto, virtualmente idênticos aos anteriores, aparentando ser pouco mais do que um "rebrand" dos anteriores destinado a possibilitar aos fabricantes de motherboards a renovação da sua oferta e a expansão do factor "novidade" do lançamento da 2ª geração Ryzen. Como é possível observar, a nível de conectividade os novos X470 e B450 são em tudo semelhantes aos modelos que substituem. Para diferenciar de alguma maneira os novos produtos dos anteriores a AMD tornou o Precision Boost Overdrive um exclusivo dos novos Chipsets, criando o potencial de estes conseguirem extrair um pouco de melhor performance dos CPUs "X". Na próxima página abordaremos este tema em maior detalhe. Além disto, os novos chipsets incluem suporte gratuito para a tecnologia StoreMI, um software de gestão de armazenamento do tipo JBOD, que poderá ter interesse para alguns utilizadores. Isto não é exclusivo dos novos modelos, no entanto, podendo ser utilizado nos anteriores, mediante a aquisição do software. A AMD diz ainda que as novas motherboards têm melhor qualidade de alimentação eléctrica dos processadores. Isto não é algo directamente ligado aos chipsets, no entanto, sendo apenas dependente da qualidade do circuito de alimentação implementado pelos fabricantes das motherboards. Acreditamos que esta reivindicação esteja ligada a uma revisão dos standards/recomendações da AMD no que ao circuito de alimentação diz respeito, para melhor suportar o Precision Boost Overdrive e, também, o TDP de 105W do 2700X, mais elevado que o anterior máximo de 95W. Precision Boost Overdrive No lançamento da 2ª geração Ryzen já falamos da tecnologia Precision Boost 2.0, a tecnologia de gestão da AMD que permite aos CPUs ajustar dinamicamente a sua frequência de acordo com a carga de trabalho, número e tipo de threads, e os limites térmicos e energéticos globais do CPU. O Precision Boost Overdrive permite aos CPUs ir além dos limites de frequência pré-definidos, desde que haja margem térmica e o sistema de alimentação da motherboard esteja à altura do serviço. Esta tecnologia só está disponível com os modelos "X" de segunda geração, por enquanto o hexa-core 2600X e o octa-core 2700X. Para tirar partido desta tecnologia, os utilizadores deverão certificar-se que esta se encontra activa na BIOS. Na nossa Gigabyte X470 Aorus Gaming 7 WiFi a tecnologia não se encontra com os restantes controlos de frequência. Aqui apenas encontramos um "Core Performance Boost". É necessário ir até ao separador "Peripherals" e entrar em "AMD CBS", primeiro, e nas "NBIO Common Options", depois, para encontrar todas as opções referentes a esta característica. Mas antes, somos avisados dos perigos de alterar estas configurações. Por defeito, a tecnologia vem em "Auto". Apenas alteramos para "Enable" para garantir que a tecnologia se encontrava activa durante os testes e deixamos todas as restantes opções no automático. A motherboard permite, no entanto, alargar os limites térmicos e de potência do circuito de alimentação, bem como, nas opções de escalonamento, aumentar os limites para os picos de voltagem e alargar os intervalos de tempo em que estes são aplicados. Ficamos com a impressão de estar a olhar para o futuro do "overclock", aqui. Entre o excelente circuito de VRMs de 10+2 fases da X470 Aorus Gaming 7, munido de um verdadeiro dissipador de alumínio e alimentado por 8 + 4 pinos de 12V, e o Noctua NH-D15S a arrefecer o CPU, estão reunidas todas as condições para o Precision Boost Overdrive se manifestar. B350 Vs. X470 - Ryzen 7 2700X Para este teste, comparámos a performance dos novíssimo Ryzen 7 2700X, capaz de Overdrive e do anterior Ryzen 7 1700 com os chipsets X470 e B350. A representar o X470 tivemos a Gigabyte Aorus X470 Gaming 7 WiFi. A representar o B350, a MSI B350 Tomahawk, uma das motherboards AM4 mais populares, devido ao seu preço. O resto do sistema foi o mesmo em todos os casos, com os gráficos a carga de uma GTX 1080ti, a alimentação a cargo da Corsair CS750M e o cooling assegurado pelo Noctua NH-D15S. Como boot drive usamos o Toshiba RD400 e nas slots de memória colocamos as nossas G.Skill Flare X, aos 2400MHz stock. CineBENCH R15 No Cinebench tivemos resultados praticamente iguais nos testes habituais, com a X470 a ser marginalmente superior em multi-threaded. De modo a tentarmos observar a influência do Precision Boost Overdrive em situações de carga intermédias, corremos o teste com números de threads também intermédios. Com 8 e mais threads o X470 parece ter uma muito ligeira vantagem, sendo praticamente iguais abaixo disso. Mas mesmo a vantagem mais expressiva, no caso de 8 threads, é de apenas 12 pontos, ou cerca de 1%. Blender No Blender observamos novamente uma muito ligeira vantagem do X470, embora mais uma vez seja demasiado pequena para considerarmos que tenha real expressão prática. 7-Zip Aqui temos performance semelhante em compressão e mais uma pequena vantagem do X470 e descompressão, de novo, a rondar 1%. x265 Obtivemos exactamente o mesmo resultado na codificação de vídeo em HEVC. Rise of the Tomb Raider GRID Autosport Nos jogos a performance também foi indistinguível entre as duas plataformas. Resumindo, a performance é idêntica, nas duas plataformas. Cenários de trabalho pesado, com número de threads médio a elevado parecem ter uma ligeira vantagem, de até 1% em X470, mas esta variação é tão pequena que pode simplesmente dever-se às variações naturais entre motherboards. B350 Vs. X470 - Ryzen 7 1700 CineBENCH R15 Blender 7-Zip x265 Rise of the Tomb Raider GRID Autosport Como seria de esperar, os resultados com o AMD Ryzen 7 1700 são ainda mais iguais do que com o 2700X, já que este CPU é "imune" ao Precision Boost Overdrive. Conclusão No que toca a performance stock, não vemos grandes motivos para optar por uma das novas motherboards X470, pelo menos com a implementação actual da tecnologia Performance Boost Overdrive. Claro que estas motherboards têm outras mais-valias, como os circuitos de alimentação, possível melhor suporte futuro e o potencial de esta tecnologia aumentar um pouco o fosso com futuras revisões das BIOS. Quem pode optar por estas motherboards sem sacrificar os restantes componentes ficará, com certeza, muito bem servido. Quem, no entanto, procura a melhor relação performance/qualidade/preço, particularmente quem tenciona adquirir um modelo "não-X" ou está à espera das futuras B450, talvez faça melhor em considerar uma actual B350, ou até aproveitar as promoções de X370 que se têm visto, poupando tempo e/ou dinheiro, sem perder nada de significativo. Posto isto, iremos continuar a acompanhar esta questão, com os lançamentos de novas BIOS. Para a informação mais actual, não deixem de consultar a nossa comunidade!