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Porque é que os processadores ARM fazem sentido nos datacenters

A probabilidade do teu smartphone usar um processador ARM é bastante elevada. A questão aqui é o que faria um processador desses num datacenter. Em primeiro lugar nos datacenters não existem apenas super computadores. Muitos outros dispositivos como routers, firewalls, NAS, switchs utilizam processadores pouco poderosos e muitos deles têm este tipo de processadores. A sua vantagem é basicamente dupla: baixo consumo e dissipam muito pouco calor. A performance que oferecem é suficiente e acabam por ser baratos. Temos a combinação perfeita.

O que a evolução tem demonstrado a começar pelos smartphones é que a tradição já não é o que era. Estes processadores têm tido uma evolução extraordinária e vão somando pontos em particular em áreas em que é necessário um reduzido poder computacional ou dito de outra forma, em que as necessidades sejam menores mantendo o tal compromisso em termos de consumo, calor dissipado e performance. Os rumores de que o Facebook equaciona servidores com processadores ARM já tem bastante tempo. Mas este mês tem ajudado a aumentar a expectativa em volta destes processadores muito à custa dos ARMADA XP. Já este mês a Marvell anunciou o processador ARM mais rápido de nome ARMADA XP com umas especificações muito interessantes:

  • Processador de quatro núcleos a 1,6GHz cada
  • Performance de 16,600 DMIPS
  • Integra 2MB de cache nível 2
  • Suporta memória 64-bit DDR2/DDR3/DDR3L com suporte ECC até 800 MHz
  • 4 PCI-e 2.0
  • 4 portas de rede Gigabit
  • Consumo muito reduzido

Com estas especificações é difícil de não imaginar no espaço de 1U variadíssimos sistemas destes perfeitos para cloud computing.

Já o dissemos algumas vezes, o desafio actual nos datacenters não é o tráfego gerado mas sim o consumo energético tanto dos equipamentos e das respectivas soluções de redundância para fazer face a uma quebra na interrupção da energia, mas muitas vezes mais importante que o consumo dos equipamentos é o consumo nos sistemas de arrefecimento. Não é de estranhar as soluções engenhosas como neste caso para reduzir a fatura com um sistema de arrefecimento aproveitando a água do mar.

Estes processadores não vão ser úteis no super computador mais rápido do mundo, mas vai seguramente ser perfeito para Cloud Computing, para webserver, routers, firewalls, NAS ou SAN em particular de entrada. As aplicações podem na verdade ser milhentas e será interessante ver como será utilizado. Acharia muito estranho que 2011 não trouxesse a resposta. Uma dessas respostas poderá ser dada ou não (atendendo ao secretismo) do que verdadeiramente a Apple está a usar no seu grande datacenter. Xserver não será, caso contrário não os teria descontinuado. Atendendo a que usa o A4 no iPhone e iPad e faltando ainda saber o que vai fazer com o datacenter talvez haja ali já uma surpresa em termos de processadores utilizados. Mas esta parte já é pura especulação.

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