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Mini PC Beelink U59 com Intel Celeron N5095

Processador Intel “Jasper Lake”

Penso que um dos pontos positivos deste Mini PC é estar a usar um processador muito recente, que está agora a chegar ao mercado e por isso, penso que é adequado ter uma secção para falar sobre ele.

Este processador tem o nome de código “Jasper Lake” e o seu core tem o nome de código “Tremont”. Ele pertence à gama de cores pequenos da Intel, isto é, são processadores que não são pensados quase exclusivamente com o factor performance em mente. Estes cores pequenos têm que ter baixo consumo, serem baratos, sem que a performance seja má, algo que nem sempre a Intel conseguiu fazer.

Ele foi divulgado e dado alguns pormenores ainda em 2019, mas com as dificuldades de produção a nível de quantidade e a nível de problemas com o último processo de fabrico da Intel a 10 nm, só agora começou a aparecer no mercado.
A altura em que ele aparece é interessante, porque é no começo de uma mudança importante na vida da Intel. A Intel começou a apostar em produtos em que mistura cores grandes e cores pequenos no mesmo chip, e isto ajuda a que a Intel, não tenha o medo comum de, o produto mais barato canibalize o produto mais caro, porque ele no futuro, será o mesmo produto. Penso que essa mudança de mentalidade começou a aparecer na última geração destes pequenos cores e nesta geração, parece-me que isso é mais evidente.
Com este processo de fabrico mais recente, ele tem bastantes melhorias, mas continua a ser um chip muito pequeno. Ele tem uma área de 62 mm2, o que faz com que ele seja muito mais pequeno que a maioria dos processadores Desktop.

No seu interior temos uma organização em que cada “módulo” é um conjunto de 4 cores, isto é, ele é pensado para funcionar em conjuntos e múltiplos de 4. Por exemplo, a cache L2 não é exclusiva a 1 core de forma individual. Ele tem uma Cache L2 bastante grande, com 1,5 MB, mas essa cache é partilhada pelos 4 cores, o que não acontece nos cores grandes do mercado Desktop.
Falando em caches, houve melhorias a todos os níveis no sistema de memória. Na cache L1, a L1D passou a ter 32 KB ao contrário dos 24 KB que estes cores tinham até agora. Além disso, a latência é a melhor de todos os processadores Intel, com apenas 3 ciclos e a largura de banda também é muito superior às gerações anteriores. A nível da cache L2, ela tem um tamanho grande, mas no total inferior ao passado, mas isso deve-se a ter agora uma cache L3. Além dos 1,5 MB de cache L2, houve a mudança de filosofia da cache L2 ser ao nível do módulo e partilhada pelos 4 cores que constituem o módulo. Outra novidade em relação ao passado é a existência de uma cache L3 com dimensões consideráveis, visto que são 4 MB por cima das restante cache. A nível de memória RAM, ele também passou a suportar memória bastante rápida com DDR4 a 2933 MHz.

O resto do core também tem mudanças significativas. Tem Buffers maiores, consegue ter mais instruções em execução ao mesmo tempo, tem mais recursos para executar essas instruções, novas instruções, entre outras melhorias. Além de ter mais recursos, a Intel também tentou maximizar o uso desses recursos, isto é, ser o mais eficiente possível.
Em alguns aspectos, este “Tremont” continua a não ter as funcionalidades dos grandes cores, como por exemplo, não ter uma micro-op cache, mas algumas unidades foram “transplantadas” dos grandes cores. Não houve uma passagem 1 para 1 para este pequeno core, mas o modo de funcionamento é o mesmo dos grandes cores. isso também ajuda a aproximar-se mais da performance desses cores grandes.

Pelos cálculos da Intel, o aumento de performance em relação à geração anterior, à mesma velocidade de relógio, é no mínimo de 30 %, sendo que em alguns casos pode chegar a mais de 65 %.

A nível do GPU integrado neste chip, também existiram grandes alterações. Ele já usa a nova arquitetura da Intel, ao mesmo nível e da mesma geração do core grande “Ice Lake”, mas devido a uma questão de área e consumo, os seus recursos são menores. Por exemplo, o “Ice Lake” tem 96 “cores” no GPU integrado, enquanto este “Jasper Lake” vê o numero de cores diminuído para 32 “cores”. Outro ponto é a velocidade de relógio do GPU ser menor, entre os 750 e 800 Mhz, o que também faz diminuir a performance.
Neste modelo, a Intel teve a má decisão, a meu ver, de ter desligado 50 % dos “cores” do GPU integrado, o que faz com que ele seja totalmente desadequado para conteúdo 3D um pouco mais complexo. Felizmente, como iremos ver, é suficiente para vídeo.

Em suma, é um processador interessante e que faz aproximar a performance dos pequenos cores da Intel aos seus grandes cores, talvez ajudando também a passar uma melhor imagem destes processadores, que muitas vezes são vistos como insuficientes.

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