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Intel Alder Lake: i5 12600K

Consumos e temperaturas

Um dos maiores receios em relação a estes novos CPUs prendia-se com os seus eventuais consumos e temperaturas, dado o passado recente da Intel neste particular.
Olhando para os consumos que obtivemos na tomada, é certo que o 12600K é significativamente mais voraz que o 8600K, mas é também bastante mais capaz, e no geral, não nos parecem consumos muito exagerados para a performance que oferece. Podiam ser melhores, sem dúvida, e é algo em que a Intel deve continuar a trabalhar, mas, pelo menos nesta gama, não são algo que, quanto a nós, estrague o negócio.

Quanto a temperaturas, estes são indubitavelmente CPUs “quentinhos”. A correr Prime95, onde o 8600K equipado com o Cryorig H7 nunca ultrapassou os 54ºC, o 12600K com o mais eficaz Noctua NH-U12A chegou aos 71ºC. A correr CineBENCH de forma continua estabilizou nuns mais confortáveis e representativos 58ºC. Isto deixa-nos ainda ampla margem para algum overclock (e ainda temos o NH-D15 de reserva para essa experiência), mas também indica que quem pretenda tirar pleno partido destes CPUs deve contar com uma boa solução de cooling. Recordamos que mesmo sem overclock, estes CPUs só mantém as frequências de máximo turbo indefinidamente se as temperaturas forem devidamente controladas.

Do lado da motherboard, pelo contrário, se na Z370 a temperatura do VRM subiu rapidamente acima dos 80ºC, na Z690 UD nunca ultrapassou os 48ºC, mesmo após longas sessões de Prime95.
Recordamos que esta é uma das motherboards mais acessíveis para esta plataforma, e no entanto tem um VRM ao nível do que só se encontrava no topo das gamas de gerações anteriores. É realmente notável a evolução neste campo, e para a qual acreditamos que muito contribuiu a divulgação e partilha de informação que se faz em comunidades como a nossa, por todo o mundo.

Windows 10 vs. Windows 11

Inicialmente era nossa intenção apresentar aqui uma comparação direta de todos os testes anteriores em ambos os sistemas operativos. Os resultados iniciais foram extremamente semelhantes, sendo a maior parte até marginalmente favorável ao Windows 10. Mas depois deparamo-nos com o seguinte:

No Windows 10, por alguma razão, o Handbrake simplesmente recusou-se a dar uso aos P-Cores, usando apenas os 4 E-cores.
E não foi caso único, encontramos o mesmo problema no y-cruncher antes de desistirmos desta comparação, porque a conclusão é evidente: os interessados nestes CPUs de arquitectura mista que queiram tirar todo o partido do seu hardware devem simplesmente deixar o Windows 10 para trás e render-se ao Windows 11.

P-Cores vs. E-Cores

As peripécias com o Windows 10 tiveram, no entanto, um lado positivo: a oportunidade de testar a performance dos E-cores de forma autónoma. Assim, começamos por correr o y-cruncher no CPU na configuração de origem. Como já dissemos este correu apenas nos E-cores. De seguida desativamos os E e 2 do P-cores na BIOS. Desta forma o benchmark correu em 4 P-cores, dando-nos uma comparação directa de 4 E-cores vs. 4 P-cores.

Neste teste a performance de um P-Core foi cerca de 3,6 superior à de um E-core.

No caso da performance multi-threaded a diferença é ainda maior, com os P-Cores a serem 4,5 vezes mais rápidos que os E-Cores. Isto deve-se provavelmente ao facto de os P-Cores contarem com Hyperthreading, uma funcionalidade que não está disponível nos E-cores.

De notar que este é um teste muito especifico e pouco representativo de tarefas reais, e que a diferença entre E e P-cores não será sempre esta, em todos os cenários. Deve ser visto apenas como uma referência que permite dar uma ideia da diferença entre os dois tipos de núcleo.

No que toca ao consumo na tomada no teste multi-threaded como seria de esperar os P-Cores usam muito mais potência que os E-cores. Mais do dobro, na verdade. Mas é preciso também ter em conta que o fazem por um período de tempo muito mais curto, o que no fim, resulta num consumo de energia bastante menor, 7,5 vs 13 W/h, pelas nossas contas.
Não quer isto dizer que os E-cores são inúteis, apenas queremos mostrar que toda esta questão da eficiência é muito mais complexa do que pode parecer superficialmente.
O forte dos E-cores estará na execução de tarefas menos exigentes e repetitivas, dos processos de fundo, etc., onde terão o potencial de baixar drasticamente o consumo médio numa utilização mais ligeira, algo que deverá revelar-se de grande valia quando esta arquitetura chegar ao segmento móvel.

DDR5

Entre as várias estreias tecnológicas destes CPUs encontra-se a introdução da memória DDR5.
Estes novos módulos trazem, como é habitual numa nova geração, maior largura de banda com menores consumo de energia, com a velocidade base a situar-se nos 4800MHz e a voltagem standard a baixar para 1,1V. É esta especificação que o i5 12600K suporta oficialmente.
Contudo, como é também habitual, os fabricantes não perderam tempo a esticar os limites e oferecer módulos capazes de ir além da especificação de base. Os 5200MHz das nossas Corsair Dominator Platinum oferecem um ligeiro salto de performance em relação ao standard sem um grande agravamento o preço recomendado, e acreditamos que esta será uma das velocidades mais comuns nesta fase inicial de oferta de memória DDR5. Quando a atual crise de stock começar a ser ultrapassada, isto é.

De momento não nos é possível efetuar uma comparação direta de DDR4 vs. DDR5 nesta plataforma, mas podemos comparar os números absolutos de largura de banda e latência de DDR5 nesta plataforma com os produzidos pela muito comum DDR4 3200MHz no anterior i5 8600K.
A largura de banda medida é cerca de 70% superior, um aumento bastante significativo. O elefante na sala é, naturalmente, a latência, que sofreu um aumento também de cerca de 65%. Esta última é expectável que baixe com o amadurecimento desta tecnologia e o aumento da frequência, mas por enquanto é ainda o maior calcanhar de Aquiles destes novos módulos.
Nas imagens de cima é ainda possível ver uma grande evolução na largura de banda da cache L3, entre o 8600K e o 12600K, algo que sem dúvida deverá dar uma boa contribuição para a superior performance do 12600K.
Por fim, chamamos a atenção para a curiosidade de o AIDA indicar que a DDR5 se encontra em quad channel. Isto deve-se apenas ao facto de o canal de comunicação ente cada módulo de DDR5 e o CPU ser subdividido em dois canais de 32bits, em vez do tradicional canal único de 64 bits. Na prática esta mantém-se uma plataforma dual-channel, como as antecessoras, com um bus total de 128 bits entre o CPU e a memória.

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