ArtigosDestaque

Distribuições de Linux Portuguesas

Conclusão

Neste final de artigo, vou tentar duas coisas. Primeiro, tentar responder às perguntas iniciais do artigo e por fim, ordenar por ordem, das 5 distribuições, as que gostei mais.

Em relação às perguntas:

1.  É difícil de dizer isto, mas se não existissem distribuições portuguesas, acho que não se iria sentir a necessidade de elas mesmo, visto que muitas outras distribuições instalam em português. Disto isto, não sei o trabalho que está por trás. Se contribuem por exemplo para projectos “upstream”. Se sim, seria bom ver todos a remar para o mesmo lado.

Mas a resposta final, na minha opinião, é que não seriam precisam mais distribuições.

2.  Para mim esta resposta é fácil. O mercado de linux é pequeno, mas tem algum peso e o peso que falo é que, normalmente quem usa linux é alguém activo no mundo da informática, de diversas maneiras e por isso são vozes que se fazem ouvir.

Sendo assim, acho que deveriam ser as necessidades (programas) específicas ao mercado português a vir ao encontro do linux e não o contrário.

3.  Eu acho que uma distribuição portuguesa, se quer “vencer” no mercado, não se pode ficar só por uma área ou região. Tem que sair fora de Portugal. Como todos sabem, o português é uma das línguas mais faladas no mundo.

O mercado brasileiro a nível de linux está mais avançado que o nosso e por isso talvez não seja o melhor sitio para expandir, mas África é uma óptima oportunidade, que não se devia deixar escapar.

Já agora, não pode ser só o Estado a forçar o uso de Linux. Tem que se tentar colocar as distribuições em OEM, sejam elas portuguesas ou multi-nacionais que estejam no nosso mercado.

4.  Complicado esta pergunta, mas acima de tudo as empresas de hardware deveriam dar escolha ao utilizador ou às empresas. Windows pode ser solução para muita coisa, em muitas áreas, mas devia-se dar a opção de escolha, mesmo que a distribuição de linux fosse a pagar, por exemplo com um contrato de suporte.

5.   As universidades, mais uma vez, têm um papel preponderante. Acho que podem ser incubadoras para futuras empresas. O que não acho é que os projectos se fiquem pela universidade, nem acho que tenha que ser o estado a subsidiar o uso de linux.

As pessoas para usar linux têm que ter um bom motivo e compete a quem faz as distribuições demonstrar esses aspectos positivos às pessoas e empresas privadas.

6.  As distribuições têm que se tornar mais conhecidas da população em geral. Não se podem ficar pelos geeks. Penso que deveriam apostar mais em publicidade e imagem, de formas originais, até para que envolva menos custos.

Não gosto muito de classificações, mas vou abrir uma excepção. Aqui fica o meu Top 5:

1.  Caixa Mágica

Por todo o trabalho desenvolvido ao longo dos anos, por ser provavelmente a maior distribuição portuguesa, por ter uma distribuição estável, por incluir especificidades do nosso país, por ter uma versão LTS (14) e porque não encontrei grandes falhas.

Não gosto de Mandriva como base. Acho que há melhores escolhas. Não gosto de KDE como ambiente gráfico preferido, mas é tudo uma questão de gosto e sinceramente acho que houve aspectos em que melhoraram a base, como o uso do apt.

2.  OpenXange

Para mim foi a surpresa do grupo. Bom ritmo de desenvolvimento, uma imagem atractiva, boa escolha de pacotes, major updates de software que não causou algum problema.

Pelo lado negativo, ainda tem alguns erros “estranhos”, mas pouco importantes, que me parecem arestas a limar. O uso de Fedora, que considero uma versão beta da Red Hat, o uso de KDE, que não consigo gostar dele (apesar de estar muito bem apresentável) e por fim, não saber que capacidade tem a empresa que está por trás desta distribuição de continuar o bom trabalho que me parece ter feito.

3.  Paipix

Apesar da minha análise ser pequena, gosto que a base seja Debian. Espero que haja uma forma de instalar e que tenha sido eu que não tenha encontrado o installer, no meio de dezenas de programas. Além disso, para o trabalho de uma pessoa só, parece-me de louvar.

De negativo, o excesso de software, que só faz com que não se perceba qual é o público alvo da distribuição, o não saber se é um projecto da faculdade, se o projecto está vivo ou morto.

É uma distribuição que me deixa sem sentimentos. Isto é, nem acho positivo, nem negativo.

4.  Linius

É um projecto de um ministério para melhorar a resposta às suas necessidades, tem uma imagem simples e bonita, usa gnome também de uma forma muito simples e parecida com o Windows.

Pela negativa, parece-me que o projecto está mais que morto, apesar de o site continuar a existir. O software está completamente desactualizado e não há updates nos repositórios. Enfim, parece-me uma oportunidade completamente perdida.

5.  Alinex

Não coloco o Alinex em último por ser mesmo o pior. Coloco por ter outras expectativas para esta distribuição. O site está bem construído e agradável, as intenções são boas, mas na prática é uma desilusão.

Resume-se a uma pequena modificação de Ubuntu 9.10, sem grande esforço e já algo desactualizado. Outra das questões é se o projecto vai ter continuidade ou não.

Para mim foi a grande desilusão.

Uma última palavra sobre projectos que morrem, mas não se sabe bem se estão mortos. Acho que colocar publicamente um linux para descarregar e por isso para ser usado, requer alguma responsabilidade. A meu ver, se os criadores da distribuição vêm que não podem continuar o projecto, deveriam anunciar e ao fim de algum tempo, retirar os downloads e o site da internet. O que não acho compreensível é em alguns casos os sites estarem ao abandono durante anos, sem se perceber o que se passa. Acho uma irresponsabilidade.

Nota1: Este artigo foi integralmente escrito num portátil com Linux. Nenhum pinguim ficou ferido durante o processo.

Nota2: A imagem do banner é deste utilizador: http://www.flickr.com/photos/frenchy/30607335/. Um obrigado pela licença ser Creative Commons e pela bela imagem do Tux em passagem por Portugal.

Página anterior 1 2 3 4 5 6 7

Artigos Relacionados

Botão Voltar ao Topo