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nVidia anuncia Project Denver

A nVidia acaba de anunciar na CES o “Project Denver”. Trata-se do desenvolvimento por parte da nVidia de processadores baseados em ARM e que a nVidia planeia usar em computadores pessoais, servidores e super computadores.

Isto é interessante por vários motivos. Em primeiro lugar, como sabem a nVidia não tem uma licença x86. Não pode, portanto construir um processador que concorra directamente com a Intel e com a AMD. Este facto deixou até hoje a nVidia bastante vulnerável. Do lado da AMD é a única marca que pode construir processadores x86 e tem ao mesmo tempo, após a aquisição da ATI uma excelente linha de placas gráficas. Tem-se batido muito bem contra a nVidia e se em termos de performance pura não tem sido um concorrente muito forte da Intel no topo de gama, tem na media e baixa gama opções interessantes ao nível da performance / preço. A Intel não é justo dizer que não tem gráficas. Mas têm sido historicamente soluções muito limitadas apesar das melhorias que vão tendo ainda não conseguem competir com a AMD e nVidia.

Com a Intel a dominar nos processadores e com o rumor que poderia comprar a nVidia esta precisava de um coelho que tira agora da cartola.
Temos que situar a três níveis esta questão:
1- Os utilizadores têm utilizado soluções de hardware bastante limitadas. Explicando melhor, o sucesso do Atom ou seja dos netbooks mostra bem que hoje em dia não é necessário usar um computador muito poderoso para muitas das tarefas do dia a dia de cada um.

2- As placas gráficas têm tido um desenvolvimento brutal. Deixaram de ser apenas para jogos e passaram a ser usadas para os mais variados cálculos o que até à uns anos era tarefa dos processadores. E isso altera a ordem de forças que havia. O processador perdeu importância e por isso as soluções como a AMD acaba de apresentar com o Fusion são muito equilibradas, não sendo e é importante dizê-lo, soluções extraordinariamente poderosas em termos de computação. Mas são equilibradas e acima de tudo com um consumo muito comedido com aumento da autonomia numa sociedade cada vez mais móvel e com cada vez mais dispositivos móveis.
É claro que a nVidia no anúncio aproveita para dizer que a arquitetura x86 não é eficiente. Tem alguma razão sobre a questão das alternativas mas é mais verdade se dissermos que nunca como hoje se reuniram as condições para termos o anúncio que fizeram hoje. Nem nunca como hoje há tantos smartphones e tablets que têm levado a um desenvolvimento enorme dos processadores ARM com ganhos a todos os níveis.
3- A cereja no topo do bolo é o anúncio da Microsoft de passar a disponibilizar Windows para este tipo de processadores. E apesar de todas as críticas que se possam fazer à Microsoft, sem o Windows o ARM não teria sucesso no mercado desktop. Poderia chegar aos servidores e faz sentido em alguns tipos de utilização mas não ao desktop. Pelo menos de forma célere. Falta ver a magia que a nVidia conseguirá fazer ao juntar os processadores ARM com as suas gráficas.
Vai ser interessante ver a luta que poderá dar ao fusion e as soluções que a Intel vai apostar para este combate. A falta de concorrência nunca foi boa para os consumidores finais.

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