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AMD Fusion: G-Series

Introdução

Apesar de a AMD ter lançado no passado dia 4 a sua gama de APUs, com a plataforma Brazos, para nettops e netbooks, a AMD tem hoje mais uma surpresa.
No passado dia 4, foi lançado a gama E e C-Series e anunciado o A-Series, que será uma processador Phenom com gráfica integrada e que deve sair a meio deste ano.

No entanto as novidades não se ficam por aqui e hoje a AMD anunciou que quer entrar no mercado Embedded, com uma solução baseada no Brazos.

Este é um mercado muito particular, onde o mais importante raramente é a performance pura, mas sim o consumo e o software.
Este mercado é dominado por arquitecturas ARM, MIPS e PowerPC, mas A Intel e a Via têm soluções para este mercado, baseados no Atom e C7/Nano respectivamente. O sucesso destas duas marcas neste mercado é bastante relativo, porque é um mercado onde os processadores têm que ser muito flexíveis e adaptarem-se a todo o tipo de produtos e ambientes.

G-Series

Com a plataforma Brazos, a AMD lança-se no mercado Embedded, onde já teve outros produtos, o que teve mais sucesso foi o Geode, que foi uma arquitectura da National Semiconductors e que chegou a ser usado em alguns dispositivos conhecidos, como o OLPC.
No entanto o Geode está ultrapassado e este G-Series vem colmatar o buraco que existia neste segmento de mercado por parte da AMD.

O novo símbolo para demonstrar as suas capacidades é este, onde mostra resumidamente as suas vantagens:

Para quem não conhece este APU, ele é bastante pequeno, 75 mm quadrados e se a informação estiver correcta, possivelmente ainda será mais pequeno, pois na versão Embedded, terá metade dos “streams units” da gráfica e vão perceber como esta redução é importante.

Imagem do Bobcat, comparado com uma moeda:

Imagem da die do Bobcat:

Reparem que é a gráfica que ocupa grande parte da die deste APU. Os dois cores e a cache L2 ocupam um espaço mínimo.
A AMD ao diminuir os “stream units” para metade, vai conseguir reduzir o tamanho do APU, o que é importante para a AMD e para este mercado.
Esta é a primeira grande diferençã para o C e E-Series.

No entanto, como vão poder ver, a AMD tem um contra. Este é um APU que não é totalmente um SOC (System on a Chip), o que é muito utilizado neste mercado. Este APU, precisa de um “Control Hub”, que tem as funcionalidades de southbridge, como a conectividade USB ou SATA. Isto é um contra para a AMD. Aqui fica o diagrama de como os dois funcionam:

A segunda principal novidade é que vão existir duas versões do “Control Hub”. Uma quase despida de funcionalidades e outra mais comum. Podem ver isso nesta tabela (Carreguem na imagem para ver melhor):

Também vão haver diferentes versões do APU para este mercado, como podem ver nesta tabela (Carreguem na imagem para ver melhor):

Entretanto, a AMD já tem um produto onde está a ser usado o G-Series. No Microsoft Surface 2.0. Fica aqui um pequeno vídeo sobre este produto:

Conclusão

É bom ver a AMD aproveitar os produtos que já tem e com pequenas adaptações, lançar em outros mercados.

A proposta em si é interessante, mas penso que apesar de tudo, vai ter um uso limitado, por várias razões:

1. Consumo, que apesar de ser baixo, há processadores para este mercado a consumirem menos de 1 W.

2. Não é um verdadeiro SOC e precisa de um “companheiro”, o que vem aumentar a complexidade, espaço e consumo. Neste mercado é quase garantido o uso de SOCs.

3. Apesar de ser uma vantagem esta arquitectura, com um poder gráfico interessante, muitos produtos não precisam de tal poder. Isto é uma vantagem e desvantagem ao mesmo tempo, pois produtos que precisem de tal poder, este G-Series é uma alternativa.

Para acabar, dizer apenas que a AMD não pode ficar em poucos mercados, onde a falha de um produto, pode ter graves consequências para o equilíbrio  financeiro da empresa. Tem que se diversificar para outros mercados e este é um bom exemplo. Quem sabe, ainda vamos ver a AMD a tentar entrar no mercado de telemóveis.

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