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Intel Core i7 – Evolução ou Revolução?

A plataforma

Os core i7 trouxeram mudanças profundas na plataforma envolvente. Começando pela interligação CPU/Sistema, que abandona assim o velho FSB, passando a utilizar uma ligação de alta velocidade, chamado QuickPath Interconnect ou QPI. Trata-se de um protocolo em série, com links upstream e downstream dedicados e com funcionamento muito semelhante ao PCI-express e HiperTransport utilizados pelos CPU’s AMD actuais. As velocidades começam nos 4.8 a 6.4 GT/s (Gigatransfers por segundo), que consiste de 9600 a 12800 MB/s por sentido, num total de 19200 a 25800 MB/s combinado. Como comparação, um FSB de 1600 MHz possui 12800 MB/s máximos.

Nos core i7 LGA 1366 o CPU liga-se por QPI ao northbridge x58, o único existente até a data deste artigo, que possui 32 lanes PCI-express 2.0, configurados em 2x 16 ou 1x 16 e 2×8 ou 4×8, suportanto quer SLI e tri-SLI (primeiro chipset Intel com suporte oficial SLI), quer CrossfireX. A southbridge é já conhecido ICH10R (o mesmo do chipset P45 dos core 2).

Entretanto, na plataforma i7 mainstream que será lançada em meados de 2009, vai desaparecer o northbridge, passando a estar completamente integrado no CPU. Como consequência, a placa gráfica será ligada directamente ao CPU, suportando assim 1x 16 e eventualmente 2x 8 PCI-e 2.0 também. O cpu vai ter uma ligação DMI para ligar ao chipset que será simplesmente uma southbridge melhorada, intitulada Plataform Controller Hub (PCH), single chip. O primeiro chipset a ser lançado será o P55.

Performance
Com tantas alterações profundas, os ganhos face aos core 2 são em geral muito significativos. Consequentemente, existem casos em que os ganhos são muito expressivos, nomeadamente em aplicações que “usam e abusam” de multi core e têm necessidade de muita largura de banda de memória, nas quais é tirado grande partido do HT + controlador triple channel. Muitas outras aplicações não tem grandes ganhos, como os jogos. No entanto,  quando conjugado com SLI ou Crossfire e jogos em resoluções muito elevadas, já há ganhos substanciais face aos Core 2, fruto da alta velocidade do QPI. No geral, mesmo em aplicações single thread é notório o impacto clock por clock face aos core 2. Com o amadurecimento da plataforma, podemos aguardar voos mais altos!

Overclocking

O overclocking tem-se revelado uma surpresa agradável, considerando que esta plataforma completamente é nova e ainda muito “verde”. Mesmo o CPU mais barato, o core i7 920, consegue facilmente atingir mais de 4 GHz apenas com arrefecimento a ar e perto dos 4,5 a água, sendo que com arrefecimento extremo (cascatas e azoto liquido) ultrapassa os 5 GHz! Excelentes resultados, considerando que são 4 cores e controlador de memória dedicado, logo uma complexidade enorme! A simplicidade do QPI facilita overclocking.

O futuro

O lançamento do Core i7 socket  LGA 1366 é apenas o começo. Esta plataforma está destinada ao mercado high-end, para a máxima performance, o que se reflecte nos preços elevados: cpus a começar nos 300 €, as placas-mãe a começar nos 250 € (embora estejam a começar a aparecer boards mais simples e o target sub 200 € está próximo) e memória DDR3 a começar nos 100 € (kits de 3 gb dos mais simples).

Entretanto vai surgir uma plataforma mais barata com socket LGA 11xx, que difere primariamente por ter controlador de memória Dual Channel (embora todas as características estão lá: HT, até 8 MB L3, SSE 4.2) e por não precisar de northbridge clássica, visto que é o CPU que providencia ligação pci-express à placa gráfica, mas apenas 16 lanes, enquanto o X58 tem 32 lanes. Entretanto espera-se suporte a SLI e crossfire, mas 2 x 8. Eventualmente poderá surgir uma solução composta por uma bridge PCI-e para TRI-sli e/ou crossfireX, embora com menos performance que X58, devido à redução para metade da largura de banda.

Outra novidade será a integração de um GPU no mesmo socket do CPU nas versões do core i7 de entrada, existindo entretanto uma ligação ao PCH para passar  os sinais de vídeo. Por um lado, esta solução contribui para um melhor eficiência energética, especialmente para portáteis, com um sistema com apenas 2 chips. Por outro, pode ser um impedimento para soluções video onboard de terceiros.

Para 2009/2010 está previsto o uso do processo de 32 nm, o que poderá trazer a possibilidade da utilização 8 cores, mais cache, etc.

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