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AMD A-Series 2ª Geração para o mercado desktop

Introdução

Há pouco mais de um ano, a AMD apresentou o seu primeiro APU, com o nome de Llano. Este processador combinava 2 ou 4 cores da geração Stars, que pertence ao antigo Phenom, combinado com uma gráfica integrada da família Radeon.

Já este ano, foi apresentado a segunda geração deste produto, de seu nome Trinity, que é mais que uma evolução, pois tanto o cpu como o gpu mudaram de geração.
Os cores são da familia Piledriver, a segunda geração do controverso core Bulldozer. O processador é constituído por 1 ou 2 módulos deste core, que é equivalente a 2 ou 4 cores.
O Piledriver veio rectificar alguns dos problemas do Bulldozer, mas a grande evolução só virá na próxima geração do Core.
Quanto ao Gpu é da família Nothern Islands e é provavelmente o melhor gpu integrado do mercado, batendo o core integrado da Intel, sem grandes problemas.

Esta segunda geração de APUs foi inicialmente apresentada só para o mercado de portáteis. Ate agora o mercado de desktops continuava a ser servidor pela primeira geração.

No dia 25 de Setembro a AMD convidou os diversos sites de tecnologia para uma conferencia via Web, onde apresentou a segunda geração de APUs para o mercado desktop.
A informação sobre este processador só pôde ser revelada hoje, dia 2 de Outubro.

Para quem conhece o Trinity na sua versão de portáteis, não há grandes novidades para o mercado desktop.
O socket é diferente (FM2) e os clocks e consumos são diferentes. São estas as principais diferenças.

Apesar das poucas diferenças, fica aqui neste artigo a apresentação que a AMD criou sobre o processador, com alguns comentários.

Slides da apresentação

A segunda geração de APUs para desktops. Como podem ver, não podíamos falar deste processador publicamente antes do dia 2 de Outubro.

A agenda desta apresentação consistiu sobre uma vista geral sobre a nova plataforma, o processador em si e um sumário.

Neste slide podemos ver as 3 famílias de processadores que a AMD apresenta no seu portefólio.

Num segmento mais de topo, temos os FX, sem gráfica integrada, com as últimas tecnologias, desbloqueados e que podem ir até 8 cores.

A meio, temos o processador de que falamos hoje. A família A, com mais clock, gráfica integrada e que tenta agradar a um segmento mais generalista.

Na entrada de gama, temos a família E, também com gpu integrado, mas com preços mais baratos e para um mercado onde o silencio e espaço são importantes.

Esta é a visão de topo deste novo processador.

Temos, na sua versão mais completa, 4 cores em dois módulos. Cada módulo tem a sua cache L2. Não há cache L3, ao contrário dos FX.

Do lado do GPU, temos uma gráfica Radeon da família 7000.

Ao todo, temos 1.3 mil milhões de transístores com uma área de 246 mm quadrados.

Um pequeno comentário a estes números. A nível de transístores, é um valor que parece relativamente normal para os dias de hoje. Se é verdade que o core x86 não é tão bom como o ivy bridge da Intel, por outro lado, a gráfica integrada é melhor que a gráfica integrada no processador da Intel

O grande problema é a área ocupada. É enorme em comparação ao ivy bridge da Intel e isso é devido em parte ao processo de fabrico de 32 nm no caso da AMD, ao contrário de 22 no caso da Intel.
Estes valores são importantes para as margens de lucro de cada uma das empresas e este problema é agravado para a AMD, por este processador, em geral, estar colocado num segmento de mercado mais baixo, onde se praticam preços mais baixos.

Neste slide podemos ver a evolução que houve de uma geração para a outra, no espaço de uma ano.

É importante salientar que a plataforma mudou, do socket FM1 para o FM2. Não há assim possibilidade de um upgrade directo.

Temos também dois benchmarks neste slide. O PCMark 7 e o 3DMark 11.

Começando pelo PCMark, este benchmark é importante para todas as pessoas que usam um computador para tudo, menos para jogos.
Apesar do receio que havia a nível de performance, do salto do core Stars (1ª geração) para o core Piledriver (2ª geração), podemos verificar que há um salto de 25% neste benchmark que analisa diferentes cenários a nível do uso de um computador.

Quanto ao 3DMark, será importante para todas as pessoas que tencionam jogar. É bastante discutível a relevância deste benchmark a nível de jogos, pois existem tantos motores de jogos, que é complicado fazer um resumo.
Seja como for, é bastante impressionante o ganho de 37%de uma plataforma para a outra, especialmente tendo em conta que a gráfica na primeira geração já era interessante.

Este slide é um pouco geral, mas o importante é salientar o “Turbo” que foi melhorado e que se encontra na 3ª geração, a gráfica Radeon, que é a jóia da coroa e as possibilidades de usar gráficas fazendo crossfire, os perfiz de memória da AMD a nível de Ram e as possibilidade de usar múltiplos monitores.

A nível de concorrência, o grande adversário é o Intel Core i3 e, na prática, os Pentiums e Celerons.
Mas neste slide vemos em grande destaque a comparação com o i3.

De facto, este processador pode ter mais cores e clock que o Core i3. O que não está dito neste slide é se na prática esses factos tornam este processador melhor que o i3.
Diria que o clock diz pouco de um processador, mas que o número de cores é interessante, mesmo que seja mais fraco que o concorrente.

Aqui começam os benchmarks na apresentação. Muito importante é referir que estes são benchmarks muito específicos, e que apesar de não serem de gráficos, vão buscar a sua performance à gráfica via OpenCL.

Neste gráfico temos a performance do Winzip 16.5, que usa OpenCL. A performance dos vários modelos é melhor que o Core i3 e Pentiums da Intel.

Aqui vemos a comparação no uso de alguns filtros que usam OpenCL no programa Gimp. A performance nos processadores da Intel usam os cores x86.

Neste benchmark a vantagem dos processadores AMD é mais significativa, mas volto a reforçar a ideia que continua a ser algo muito especifico.

Este slide é relativamente a overclocking.

O primeiro número é o aumento de 68% no Cinebench a 6.5 Ghz. É bom ver que o processador escala, mas estes valores foram conseguidos com LN2, o que faz que sejam irrealistas para o dia a dia.

Em seguida temos aumentos de performance fazendo overclocking ao GPU, mas o terceiro número é mais interessante, pois colocando memória Ram mais rápida melhora significativamente a performance da gráfica. Isso é de esperar, quando ela usa a memória de sistema.

Voltando aos benchmarks, temos aqui a comparação em 1080p, de alguns jogos, entre a melhor gráfica da AMD com o A10 e a melhor gráfica da Intel, com a HD4000.

Tendo, na sua maioria, a qualidade dos jogos a médio e baixo, a performance da gráfica da AMD é bem melhor que a da Intel. Isto é de esperar, pois já na anterior geração o GPU da AMD era melhor.

Penso que é interessante vermos gráficas integradas a poderem correr jogos a 1080p. Ainda não é possível com grande qualidade, mas com o avanço na área de GPUs, isso será um dia possível.

Este é um dos slides mais interessantes da apresentação.

É apenas relativo a jogos, mas a apresentação é feita comparando a um i5 e tendo não a gráfica integrada, mas sim uma nVidia GT630, que é preciso que se diga, é bastante fraca.
A parte interessante é que o que a AMD está a dizer é que com a sua solução totalmente integrada, pode substituir em alguns casos uma solução em que se usaria um processador e GPU separados.

Em relação aos números, o que falha é que alguns jogos têm uma performance abaixo dos 30 frames por segundo, o que torna a comparação um pouco sem sentido.
É interessante ver que os valores entre as duas soluções são aproximadas, mas se em alguns casos os jogos são quase injogáveis, pouco ajudará o consumidor final.

Nesta plataforma, é possível ter no mesmo computador, até 3 monitores. Em alguns jogos, como o Torchlight II, até é possível jogar com os 3 monitores.

É suportado o modo nativo de extensão do desktop no Windows 8, em todos os processadores desta família.
Neste slide são 3 monitores a 1080p.

Depois da primeira geração, a AMD mudou de socket. No entanto a próxima geração destes processadores vai usar o mesmo socket FM2 que é usado neste processador.

Nesta familia vão exister na mesma a série A, com gráfica e os Athlons, que não têm gráfica.

A nível de chipsets existem três hipóteses. A55 para entrada de gama, A75 mais generalista e média gama e A85X para topo de gama e um mercado de performance.

Neste gráfico temos as melhorias que são conseguidas usando perfiz de memórias da AMD.

Na verdade, qualquer melhoria a nível de performance da memória RAM, vai melhorar a performance em jogos, porque o GPU usa a memória de sistema.
Também é verdade que quanto maior é a resolução, mais dependente fica da performance da memória Ram.

Usando o jogo “Sleeping Dogs” a 1080p, a AMD pretende transmitir que este processador é melhor que uma solução com gráfica externa inferior a 100$.

Verificar que as comparações são sempre com as soluções da Intel e nVidia. Isto porque com soluções da AMD, é possível usar Crossfire.

Este slide é quase igual ao slide 6. É um reforçar das ideias sobre a nova plataforma.

Mais um slide importante. Temos aqui a listagem dos modelos que vão ser lançados.
Temos 5 modelos A e 3 modelos Athlon.

De referir alguns pontos. Os processadores consomem 100W ou 65W, mesmo só com 2 cores e sem gráfica. Os modelos dual core não têm metade da cache, mas sim um quarto, o que pode prejudicar a performance destes processadores.
As versões K são desbloqueadas.
A nível de GPU, não varia só o número de unidades. Também varia o seu clock.

Este slide já era conhecido. São as vantagens do módulo Piledriver.

Novas instruções, melhorias de cache, entre outras. De referir que o Piledriver é apenas uma pequena evolução em relação ao Bulldozer. As grandes evoluções ainda estão para vir.

Por último, ficam aqui as notas da apresentação.

Conclusão

Esta apresentação não tem nada de muito novo, porque a versão para o mercado móvel já tinha sido apresentado.

Hoje em dia penso que é complicado dizer que há processadores maus. A performance geral é tão boa que temos soluções melhores e outras não tão boas.
A meu ver, este processador não bate nada a nível de performance pura, mas também nunca foi esse o objectivo.
O que ele é, é um compromisso a nível de features, performance e preço.

Para muitos utilizadores, parece-me um bom negócio e perfeitamente capaz de muitos cenários.
Não sendo uma solução que entusiasme por completo, é algo bastante equilibrado e que a meu ver, faz com que a AMD esteja no bom caminho.

É verdade que ele ainda consome demasiado e que o core x86 devia ser melhor, mas os preços são interessantes e o GPU á perfeitamente capaz para a maioria das pessoas.
Apesar de ser algo que vai demorar muito tempo, a importância do GPU é cada vez maior e isto é o grande trunfo da AMD.

Para concluir, não é algo que bata records, mas é perfeitamente aceitável para a maior parte das pessoas.

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