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Guia de compra: Motherboards

A motherboard funciona como a espinha dorsal de qualquer sistema. É nela que todos os restantes dispositivos de conectam, e muitos já vêm integrados, como áudio ou rede. É também a motherboard que define o tipo e quantidade de conectividade e possibilidades de expansão do sistema.
Um aspecto importante: a motherboard não afecta a performance geral do sistema. Muitos utilizadores optam por motherboards mais caras na crença de que isso lhes trará melhor performance quando na verdade apenas estão a pagar por funcionalidades extra que nunca vão usar. É preciso saber exactamente do que se precisa para escolher a motherboard mais adequada a cada sistema. Os pontos a ter em atenção são então:

  • A plataforma: a plataforma é definida pelo socket e, em menor grau, pelo chipset. É o socket que define o tipo de CPUs que a motherboard pode utilizar, pelo que a escolha da plataforma é sempre o primeiro passo da montagem de um sistema.-
  • O formato: O formato ATX ainda é o mais comum, com as suas 7 slots de expansão é também o formato mais flexível. Mas a crescente integração de componentes na motherboard tem ajudado a popularizar formatos mais pequenos. As motherboards Micro-ATX apenas cortam as slots de expansão de 7 para 4, oferecendo, de resto, níveis de funcionalidade idênticos às ATX e são, normalmente um pouco mais baratas, permitido ainda a montagem de sistemas um pouco mais compactos. E temos também o cada vez mais popular formato mini-ITX, que com os seus 17×17 cm permite a montagem de sistemas desktop completos em volumes incrivelmente reduzidos.
  • Conectividade: o tipo e número de portas que a motherboard disponibiliza, como portas USB, de rede, de vídeo, etc. Não vale a pena pagar por portas que não serão utilizadas, mas pior é ficar sem a porta que era mesmo necessária.
  • Possibilidade de expansão: o número de slots de RAM PCI(e). Estas slots permitem adicionar RAM no futuro e expandir o sistema com novas capacidades e dispositivos extra, como novas tecnologias de rede ou placas especializadas de captura de vídeo, por exemplo.
  • Dispositivos integrados: a quantidade e qualidade dos dispositivos integrados, como placas de rede e áudio. Cada utilizador tem o seu grau de exigência, e deverá ver se os dispositivos integrados estão ao nível do que pretende.
  • Outros extras: suporte a overclock, suporte a multi-GPU, tecnologias de monitorização, RGB, etc.

Analisando estes pontos cuidadosamente, não deverá ser difícil a cada utilizador fazer corresponder a motherboard às suas necessidades especificas.

Deixamos as nossas sugestões para algumas das situações mais comuns:

Intel – LGA1151

Antes de mais, importa ressalvar que as boards que se seguem não são compatíveis com os recém lançados CPUs Intel de 8ª geração, apesar de usarem o mesmo socket. Para esses temos uma secção dedicada mais abaixo.

Soluções de baixo custo:

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As motherboards baseadas no chipset Intel H110 mantêm-se as rainhas no baixo custo. Por cerca de 55€, opções como a MSI H110M PRO-VH Plus, Gigabyte H110M-Gaming 3 ou Asus H110M-K oferecem toda a funcionalidade básica e revelam-se a solução ideal para casar com um Pentium G4560 para máquinas de escritório, que não deixaram ninguém a pedir mais em tarefas de produtividade, navegação web e até consumo de conteúdos, como vídeos ou música.
Existem outras variantes destes modelos, com diferentes combinações de portas de vídeo, por exemplo, para que os utilizadores possam escolher o que melhor se adapta às suas necessidades especificas.

Soluções para máquinas mais capazes:

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Neste segmento consideramos que as actuais propostas da AMD representam um melhor valor para a maioria dos utilizadores e sugerimos a consulta da secção AM4. Para quem, por necessidade ou simples preferência pessoal, insista em seguir a via do i5, motherboards como a MSI B250M Bazooka ou a ASUS Prime B250M-A oferecem por cerca de 80€ tudo o que a grande maioria dos utilizadores necessita e salvaguardam o futuro, incluindo já suporte a drives SSD M.2 PCIe.
Por cerca de 15€ extra, as MSI B250 PC MATE e ASUS Prime B250 Plus oferecem o mesmo no formato ATX, para os raros casos em que as slots de expansão extra sejam necessárias.

Soluções para sistemas de jogos com um i7 7700K:
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Para uma utilização essencialmente focada em jogos, o i7 7700K tem-se mantido como o rei da performance, graças a 4 dos mais rápidos núcleos da história da informática que, além de virem com frequências muito elevadas de fábrica, podem ser levados ainda mais além com a motherboard certa. De preferência uma que também suporte multi-GPU, para que não falta poder gráfico a acompanhar. E aqui entra a MSI Z270 SLI Plus, disponível por cerca de 150€, oferece uma excelente relação preço/funcionalidade, suportando todas as tecnologias e funcionalidades mais relevantes, incluindo duas slots M.2 para drives NVMe, overclock e SLI. Em face desta proposta torna-se, quanto a nós, difícil justificar valores superiores por uma motherbaord deste segmento.
Mas para os entusiastas que o conseguem fazer, a ASUS Maximus IX Hero tem sido a referência para quem quer espremer os seus CPUs até ao último MHz, graças a funcionalidades avançadas de overclock e um circuito de alimentação mais sólido. Outras características, como o circuito áudio integrado elaborado e o suporte a iluminação RGB, também ajudam a justificar os 275€ que este modelo custa.
E as mini-ITX? 
A MSI B250I Gaming Pro AC, disponível por 110€, é provavelmente a board mais equilibrada do seu segmento, oferecendo uma slot M.2 e WiFi 802.11ac integrado. Adequa-se perfeitamente tanto a sistemas de jogos e trabalho compactos, como a HTPCs.​

Quem pretender capacidade de overclock, para montar o derradeiro lobo em pele de cordeiro, como tudo o que pode ser encontrado num sistema de gama alta de maiores dimensões tem, por 150€, um excelente valor na Gigabyte Z270N-Wifi. Quem já não consegue viver sem RGB, pode escolher entre a MSI Z270I Gaming Pro Carbon AC a ASUS ROG Strix Z270I Gaming e a Gigabyte Z270N-Gaming 5, todas a rondar os 200€.

Intel – LGA1151 para a 8ª geração (Coffee Lake) – Z370

Pelo menos até ao inicio de 2018, a oferta de motherbords para estes novos CPUs está limitada a modelos baseados no chipset Z370. Pela positiva, todas estas motherbords suportam overclock, pela negativa, são mais caras que os modelos Bxxx e Hxxx que normalmente ocupam os segmentos mais baixos.

Assim, os modelos mais em conta para esta plataforma começam, por enquanto, nos relativamente elevados 110€ da MSI Z370-A Pro, uma motherbaord que já inclui toda a funcionalidade necessária aos utilizadores comuns e que se assume como a opção ideal para parear com um dos novos i3 8100 ou i5 8400.
Quem necessitar de suporte a SLI encontra uma excelente solução na Gigabyte Z370XP SLI, por cerca de 155€.
s utilixadores que procuram motherbords mais completas, com todas as mais recentes tecnologias e tendências, incluíndo extenso suporte a SLI, tem boas opções em modelos como a MSI Z370 Gaming Pro Carbon AC, Gigabyte Z370 Ultra Gaming ou ASUS Prime Z370-A, por valores entre os 180 e os 200€

Os fãs do mini-ITX também já têm encontram soluções para os seus casos, na forma da MSI Z370I Gaming Pro Carbon AC, disponivel por 180€, e a ASUS ROG Strix Z370-I Gaming, à venda por 210€.

Intel – LGA 2066

Qualquer motherboard baseada em X99 será uma motherboard de gama alta, pelo que a nossa recomendação primária passa pelas mais baratas do mercado, a rondar os 270€. Modelos como a MSI X299 Raider, a Gigabyte X299 UD4 e a ASUS TUF X299 Mark 2 deverão satisfazer plenamente as necessidades de qualquer utilizador, particularmente de quem procura esta plataforma por motivos profissionais.
Para a franja de utilizadores mais entusiastas, para quem “suficiente” não chega, os principais fabricantes disponibilizam modelos como a Gigabyte X299 AORUS Gaming 7 e Gaming 9, a MSI X299 XPOWER Gaming AC ou a ASUS Prime X299-Deluxe. Estas são verdadeiras motherboards tudo-em-um, construídas com componentes de topo e repletas de funcionalidade, conectividade e “eye-candy”. Com preços a rondar e até acima de 500€, são investimentos difíceis de justificar do ponto de vista racional. Mas sabemos que “racional” é um conceito subjectivo para o público alvo destes modelos.

AMD – AM4

A solução geral:

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No seu regresso à verdadeira competição, a AMD atacou o mercado com todas as armas ao seu dispor, não deixando nenhum trunfo no bolso. O maior deles, surpreendentemente, acabou por vir do lado das motherboards e não dos CPUs: o suporte a overclock no seu chipset B350, tornado-o num cavalo de batalha muito mais efectivo. Isto faz das motherboards que se baseiam nele a opção ideal para a esmagadora maioria dos utilizadores que optarem por CPUs Ryzen, aliando excelente preço a elevados níveis de funcionalidade, melhorando o valor geral de toda a plataforma. De fora apenas ficou o suporte a SLI.
Modelos como a MSI B350M Mortar, ASUS Prime B350M-A ou Gigabyte AB350M Gaming 3, disponíveis a partir dos 80€, e as respectivas versões ATX, como as MSI B350M TomahawkASUS Prime B350 Plus ou Gigabyte AB350 Gaming, disponíveis a partir dos 100€, são perfeitos exemplos disso. Todas estas boards oferecem suporte a overclock e às ultimas tecnologias de I/O e armazenamento, incluindo, PCIe 3.0, USB 3.1 e M.2 NVMe, permitindo tirar o melhor partido de CPUs como hexa-core Ryzen 5 1600 ou octo-core Ryzent 7 1700.No mercado podem também encontrar-se alguns modelos baseados no A320, o chipset de entrada da AMD para esta plataforma, mas os preços desses produtos são muito semelhantes aos modelos B350 mais baratos, pelo que se tornam, na nossa opinião, irrelevantes. A verdade é que o muito pouco que se pode poupar com essas opções não compensa a perda de algo tão valioso como o suporte a overclock.

Mas eu quero suporte a multi-GPU!

Para quem pretender usar um par das placas gráficas mais recentes e poderosas com um CPU Ryzen, a escolha da motherboard passa obrigatoriamente por um modelo X370. Felizmente, não faltam opções.
Também aqui vemos a MSI SLI Plus, na versão X370, a assumir-se com uma das melhores opções qualidade/preço, trazendo o suporte a SLI até aos CPUs Ryzen por 140€.
Por cerca de 200€, a Gigabyte  AX370 Gaming 5 revela-se uma excelente opção para quem procura funcionalidade extra, como dual-LAN, U.2, RGB, áudio superior, etc.
E para os entusiastas empenhados em tirar todas as gotas de potencial desta plataforma, mais uma vez a ASUS Crosshair VI Hero assume-se como a referência, graças ao que provavelmente será a BIOS mais madura para motherboards AM4.

E as mini-ITX?

Desde o lançamento dos CPUs Ryzen que temos prometidos chipsets, por parte da AMD, especificamente dedicados a este formato, que deveriam, à partida, permitir melhor integração e, sobretudo, preços. Infelizmente, ainda não há qualquer sinal deles no mercado. Felizmente, os fabricantes não cruzaram os braços e a pouco e pouco começaram a surgir propostas baseadas nos chipsets existentes.
Entre elas destacamos a ASRock Fatality AB350 Gaming-ITX/AC, cujo preço de 125€ a torna actualmente imbatível neste nicho. Completa com suporte a overclock, drives M.2 e WiFi Ac integrado. Com a restante (parca) oferta a situar-se toda acima dos 150€, esta ASRock torna-se a escolha óbvia para quem pretende montar um sistema ITX baseado em Ryzen.

AMD – TR4

Os CPUs Threadripper foram, talvez, o lançamento mais excitante do ano, entrando de surpresa e rompante no segmento dos desktops de gama alta, um sector até então exclusivo da Intel. Talvez por serem uma novidade ainda recente e tão de surpresa, a oferta de motherboards ainda é um pouco escassa. E, também, um pouco cara, ao que não será totalmente alheio o socket absolutamente gigantesco usado pela plataforma.
Para compensar, as motherboards actualmente disponíveis são muito completas, fazendo jus ao segmento em que se inserem e aos CPUs que suportam, integrando todas as mais recentes tecnologias e vastas possibilidades de expansão.
Entre os modelos mais em conta (neste contexto) contamos com a MSI X399 Gaming Pro Carbon AC, a Gigabyte X399 Aorus Gaming 7 e a ASRock X399 Taichi, que por 400€ incluem praticamente tudo o que se pode esperar de uma motherboard, incluindo 3 slots M.2 PCIe, suporte para até 128GB de RAM e WiFi AC, entre outros.
Do outro lado do espectro temos a ASUS ROG Zenith Extreme, que justifica os 580€ pedidos com o Wifi AD integrado e a inclusão de uma placa de expansão 10Gigabit Ethernet. Esta placa é, sem dúvida, um extra valioso, mas acreditamos que a ASUS, e os utilizadores, teriam a ganhar com a oferta de uma variante desta motherboard sem a placa 10GbE, por um preço mais atractivo.
No futuro próximo é expectável que surjam mais opções no nosso mercado, algumas talvez até com preços mais competitivos. Na altura, cá estaremos para actualizar este guia com as ultimas novidades.

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