iOS 6

Introdução O seguinte artigo procura fazer uma análise detalhada à ultima revisão do sistema operativo portátil da Apple, o iOS 6. Lançado a par do novo iPhone 5, o iOS 6 apresenta-se como uma revisão, e não uma revolução, face ao iOS 5.1 e adiciona, segundo a gigante de Cupertino, mais de 200 novas funcionalidades a iPhones, iPads e iPods Touch. Sendo assim, e procurando seguir uma estrutura simples por áreas, de seguida será feita a análise às alterações mais relevantes deste novo iOS. Índice 1. Introdução 2. Partilha e Câmara 3. Mapas, Chamadas e Siri 4. Outros 5. Conclusões Partilha Um dos pontos fortes do iOS prende-se com a potenciação das capacidades de partilha de informação, quer dentro do ecossistema Apple (partilha de álbuns de fotos, por exemplo) quer fora deste. Em primeiro lugar é preciso destacar a renovação do menu de partilha, tal como se vê na figura, que agora conta com uma melhor estruturação e um maior conjunto de opções. É, por isso, agora mais fácil fazer uso do item em questão, quer seja para envio por mensagem, email ou em redes sociais. Por outro lado, e como é habito no software Apple (a maior vantagem de um software fechado reside aqui), realça-se a homogeneidade de integração, pelas diversas funcionalidades do iOS 6 das capacidades de partilha, oferecendo assim uma experiência de utilização simples e eficaz. Uma funcionalidade também muito publicitada é a de agora ser possível construir álbuns partilhados, públicos ou fechados, a que outros utilizadores podem ter acesso, tal como é possível visionar na figura abaixo (destaque também para o renovado menu inferior). No caso de um álbum partilhado privado, está disponível um sistema de subscrições através do qual o criador do álbum pode convidar outros utilizadores. Após a subscrição estar activa, e sempre que seja adicionada uma nova fotografia ao álbum, será enviada uma notificação respectiva e os álbuns remotos (no aparelho de cada utilizador subscrito) serão actualizados. No caso do álbum público, e em adição ao sistema de subscrições anteriormente descrito, será gerado um URL para o iCloud para que qualquer pessoa possa, mesmo a partir do browser, visionar as fotografias que no álbum existam. Relativamente a redes sociais, há também que destacar a adição de integração com o Facebook. O gigante de Mark Zuckerberg é agora integralmente suportado pelo iOS 6 sendo, por isso, mais fácil a partilha com o mesmo, quer por intermédio do renovado menu de partilha quer através da tab de notificações (à semelhança do que acontecia anteriormente com o Twitter). Adicionalmente, é também disponibilizada a funcionalidade de exportar dados do Facebook para o aparelho, nomeadamente para os "Contactos" e para o "Calendário" o que aumenta, ainda mais, as capacidades de sincronização do iOS 6. Por fim, e no que às funcionalidades de partilha concerne, há ainda a destacar a capacidade de sincronização de separadores de browser, por intermédio do iCloud Tabs. Através desta funcionalidade o utilizador por agora passar de um aparelho para o outro mantendo os separadores abertos. Câmara Ao nível das funcionalidades de fotografia, além dos já referidos álbuns partilhados, é possível verificar que a própria aplicação "Câmara" sofreu um ligeiro update. O utilizador pode, agora, tirar fotografias panorama, tendo que para isso apenas fazer o movimento horizontal (panning) do aparelho. A aplicação faz, depois, a junção automática dos fotos (com surpreendente qualidade) resultando em imagens de qualidade decente e até 28 megapixeis. Apesar de já existirem previamente aplicações 3rd party para o mesmo efeito, é quase certo que nenhuma o conseguia fazer com a qualidade e simplicidade da aplicação nativa. Mapas Esta área é que, porventura, mais tumulto causou aquando do seu anúncio. Devido ao longo historial entre Google e Apple, denota-se um aumento dos esforços, por parte desta última, na tentativa de deixar de usar software do gigante rival. Sendo assim, e apesar de o contracto entre as duas apenas terminar em meados do próximo ano, a Apple apresenta agora uma aplicação própria com mapas provenientes, entre outros, da TomTom. Apesar de algum receio inicial, pude constatar que, pelo menos na minha zona, os mapas apresentam qualidade q.b., mapeamento de alguns estabelecimentos e são, além disso, mais recentes quando comparados que os da Google (nota: tendo em conta apenas o manuseamento em locais conhecidos. O mesmo pode não se aplicar a outras regiões). Permitem ainda o funcionamento como GPS turn-by-turn, com vozes em PT, diversas sugestões de rotas e meios de transporte (carro, autocarro e a pé), podendo ser vistos, assim, como um substituto (ainda que bastante simplificado) de uma solução dedicada. Existe ainda, ainda que apenas para cidades mais relevantes como NY, a indicação de zonas congestionadas em tempo-real. O mapeamento 3D é a cereja no topo de bolo (disponibilizada, de momento, num restrito número de cidades) e oferece ao utilizador a capacidade de navegar num 3D completo, onde cidades inteiras são mapeadas com altíssimo detalhe. A navegação neste modo é também bastante simples, fazendo uso das funcionalidades multi toque para o zoom, rotação e deslocamento. Esta nova aplicação não está, no entanto, isenta de falhas. Uma grande percentagem dos utilizadores tem apresentado queixas relativamente à fraca precisão dos mesmos (etiquetas com as localizações bastante distanciadas das localizações actuais, por exemplo) e baixa qualidade do 3D - com bastantes glitches visuais - em certas zonas. O alto volume de queixas já levou, entretanto, a um comunicado por parte do seu CEO, Tim Cook, com o objectivo de formalizar um pedido de desculpas e informar que os problemas irão ser corrigidos atempadamente sugerindo, no entre tempo, o uso de outras aplicações idênticas. Chamadas A aplicação "Telefone" foi, também ela, renovada e conta agora com a possibilidade de enviar, aquando da rejeição de chamadas, uma mensagem de retorno a pedir, por exemplo, para ligar mais tarde (o conteúdo da mesma pode ser personalizado pelo utilizador). Além disso, é ainda possível agendar um lembrete para mais tarde retornar a chamada. Siri A assistente virtual mais famosa dos últimos tempos foi também alvo, nesta revisão do iOS, de uma actualização. A Siri permite agora uma interacção muito mais profunda e completa, compreendendo questões relacionadas com filmes, desportos entre outros. É também possível fazer pesquisas locais (mesmo em Portugal dependendo, claro está, dos estabelecimentos que estiverem definidos nos Mapas) sendo o seu funcionamento bastante simples. Consegue-se, igualmente, ordenar o lançamento de aplicações mesmo as que não nativas. É possível também (ainda que não em território nacional) questionar sobre a que horas determinado filme é reproduzido, nos cinemas mais próximos. Além disso, ao nível do desporto, consegue-se agora perguntar sobre resultados de equipas ou mesmo de jogadores individuais. Outros Além de todos os aspectos anteriormente relatados, o iOS 6 oferece, ainda, um conjunto de outras funcionalidades que apesar de não terem neste análise uma categoria própria merecem, ainda assim, a nossa especial atenção. Não Incomodar Uma interessante nova funcionalidade relaciona-se com a capacidade de definir um estado no qual o aparelho não tocará, vibrará ou se acende aquando da recepção de mensagens, notificações ou chamadas (ideal para a noite). É possível definir a hora de início e fim, de acordo com a preferência de cada utilizador, e o iOS 6 entrará automaticamente neste modo, de acordo com o horário definido. Tal como referido, quando o modo estiver activo o utilizador não será incomodado. É, no entanto, possível permitir o não silenciamento de uma chamada se a mesma for recebida (do mesmo número, claro está) no espaço de dois minutos. Uma situação de emergência é, assim, não ignorada. É igualmente possível permitir chamadas de certos grupos de pessoas definidas previamente, tal como dos favoritos (aplicação Telefone>Favoritos). Passbook Uma outra característica bastante divulgada pela Apple reside na app Passbook, uma espécie de carteira electrónica onde é possível guardar bilhetes de avião ou cinema, passes para hotéis, cupões de desconto e ainda cartões de cliente, entre outros. O racional por detrás deste aplicativo, e numa tentativa de poupar tempo ao utilizador, passa por fazer a compra previamente, sendo gerado o bilhete electrónico respectivo com um código QR associado. No momento necessário (por exemplo no check-in do hotel ou no café - a Starbucks faz uso do sistema) é apenas necessário mostrar o código para se proceder ao resgate da compra. A ideia é interessante mas ainda pouco funcional nos dias de hoje. Em território nacional o suporte é bastante reduzido e mesmo em zonas "suportadas" o suporte pode ser, ainda assim, pouco adequado. É um aplicativo que precisa, por isso mesmo, de amadurecer e esperar que o ambiente tecnológico circundante também o faça. A seguir com atenção no futuro. Acessibilidade - Guided Access Também as funcionalidades de acessibilidade foram modificadas e contam com algo que se chama "Acesso Guiado". É possível, agora, limitar o aparelho, restringindo o uso de botões físicos ou de diversas funcionalidades. Através desta funcionalidade aumentam-se os benefícios do uso do iOS junto de pessoas com problemas de audição, visão e aprendizagem, por exemplo. É também decerto importante para os pais que querem deixar os seus filhos mexerem nos aparelhos, podendo agora controlar a interacção dos mesmos. Privacidade De modo a melhorar o controle que o utilizador tem sobre os seus dados existe agora um menu "Privacidade" nas opções do iOS 6. Dentro deste menu é possível controlar que dados deverão ser disponibilizados a cada aplicação. Um passo importante na direcção de um sistema mais seguro. Mail - VIP No sentido de dar ao utilizador mais capacidade de organização da caixa de correio, a aplicação Mail contém agora um separador denominado VIP, à qual o utilizador pode associar os seus contactos preferidos. Posteriormente, qualquer mensagem de email que seja recebida (independentemente da conta de email de recepção) irá ser colocada no separador VIP, ajudando o utilizador a aceder às mensagens que mais lhe interessam. Adicionalmente é também agora possível ordenar as contas (caixas de correio) conforme a preferência da cada utilizador. Aspecto Visual Apesar de não tão relevante, foi também possível verificar algumas modificações do aspecto visual do iOS 6. De seguida apresentam-se duas imagens relativas à aplicação Telefone e Opções, respectivamente, de modo a exemplificar as ditas alterações. AppStore O local de todas as apps foi também trabalhado e apresenta agora uma interface renovada. Apesar de ser uma lufada de ar freso a nova interface parece ser algo confusa e não tão funcional como a anterior, apesar de apresentar mais conteúdo único por ecrã. Facetime É, agora, possível fazer chamadas Facetime via rede telefónica, ao invés da rede wireless, limitação imposta pelo iOS 5. Até à data não consegui, pessoalmente, testar se esta novidade é funcional nas redes portuguesas. Youtube Apesar de não ser uma característica integrante do iOS 6 é algo que, dada a sua importância, merece ser abordada. Por razões semelhantes às dos Mapas, a Apple reserva-se agora à opção de não incluir uma aplicação nativa para o Youtube. No entanto, ainda antes do lançamento desta mais recente iteração do iOS, a Google lançou a sua própria aplicação para o Youtube. Após bastante experimentação, a nota sobre esta nova app só pode ser positiva. É bastante fluída, apresenta uma maior integração com o próprio Youtube (a app da Apple não disponibilizava, entre outros, o histórico de visualizações de filmes ou o "ver mais tarde"). A sincronização entre o dispositivo iOS e o computador é agora assim muito mais completa. Além disso a qualidade da reprodução é, também, notoriamente melhor. Verificaram-se no entanto, alguns períodos mais longos de carregamento, sendo necessário apurar se se tornou de um evento esporádico ou se é algo recorrente. Conclusões O estabelecimento de uma opinião definitiva sobre o iOS 6 é algo difícil de fazer. Por um lado este novo sistema apresenta um conjunto de funcionalidades capazes e que são, decerto, de utilidade para os utilizadores, tais como as novas opções de partilha e as diversas "pequenas" actualizações. No entanto, e como se pode verificar pelo texto, as palavras "renovado" e "actualizado" são demasiado recorrentes. Quer isto dizer que este novo iOS não apresenta nada de revolucionário e aposta, em vez disso, num aperfeiçoamento da versão anterior. Num mercado que vê, cada vez mais, o crescimento e desenvolvimento do Android, seria de esperar uma maior revolução. É importante, claro está, manter um fio condutor e coerência, mas o iOS já precisava de uma séria actualização com funcionalidades bem mais relevantes, como uma maior capacidade de personalização, muito presente em Android e actualmente praticamente inexistente em iOS. Além disso, os diversos problemas apontados aos novos Mapas são também eles, uma machadada na imagem de perfeição que a Apple procura (muitas vezes justificadamente) transmitir. A actualização é, sem dúvida alguma, recomendada mas ainda assim, é uma actualização que vai saber a pouco.

Introdução

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