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CRYORIG A40

A solução para os VRMs mais quentes?

A CRYORIG é uma marca relativamente jovem, fundada em 2013, que conseguiu nos seus meros 4 anos de existência ganhar o seu espaço num mercado muito competitivo e o reconhecimento entre a comunidade entusiasta, graças a dissipadores a ar que aliam designs inovadores a boa performance e preços muito competitivos.

Mais recentemente, a marca enveredou pelo mercado das soluções de arrefecimento liquido AIO e, para se diferenciar num mercado cada vez mais saturado, optou por tentar resolver um dos grandes problemas associados a este tipo de cooler: a falta de ventilação dos componentes da motherboard que rodeiam o socket, particularmente do circuito de alimentação do CPU, que normalmente recebem ar da(s) ventoinha(s) dos dissipadores tradicionais. A solução? Uma pequena ventoinha integrada no bloco, dedicada a agitar o ar que rodeia o socket.

Nas próximas linhas iremos pôr esta solução à prova, verificando se cumpre o objectivo a que se propõe ou se não passa de um artificio de marketing.
E, naturalmente, testaremos a performance deste cooler na sua função primordial: arrefecer o CPU.

Especificações:

Unidade AIO (Bomba/bloco/radiador)
Dimensões do radiador 272 x 120 x 27,5 mm
Material do radiador Alumínio
Dimensões da bomba (com ventoinha) 88 x 88 x 116,2 mm
Dimensões da bomba (sem ventoinha) 88 x 88 x 52,8 mm
Comprimento da tubagem 350 mm
Diâmetro da tubagem 10 mm
Ventoinhas (x2)
Modelo QF120 Performance
Dimensões 120 x 120 x 25,4 mm
Velocidade 600 ~ 2200 RPM +/- 10%
Nível sonoro 13 ~ 37 dBA
Fluxo de ar 83 CFM
Pressão de ar 3,33 mmH2O
Alimentação 12V / 0,43A
Ventoinha de ventilação
Dimensões 70 x 70 x 25,4 mm
Velocidade 1500 ~ 3000 RPM +/-10%
Nível sonoro 15 ~ 27 dBA
Fluxo de ar 25 CFM
Pressão de ar 3,1 mmH2O
Alimentação 12V / 0.12A
Compatibilidade
Intel LGA 2066, LGA 2011(-3), LGA1366, LGA115x
AMD AM4, AM3(+), AM2(+), FM1, FM2

Unboxing

 

A embalagem tem dimensões generosas, como é habitual nos AIO. A face frontal é dominada por uma imagem do produto, dando natural destaque ao bloco e respectiva ventoinha integrada.

Na traseira temos as especificações, um, sempre útil, esquema cotado de todos os componentes do cooler e a lista de todas as plataformas compatíveis.

Numa das laterais é dado grande destaque ao grande diferenciador deste cooler, a ventoinha de ventilação integrada no bloco. A eficácia do sistema é demonstrada com recuso a termografia. Algo que será devidamente testado mais à frente.

A última face é dedicada a dissipar qualquer duvida de qual o modelo presente no interior da embalagem.

Ao abrir a caixa somos desde logo incentivados a registar o produto, de modo a usufruirmos do período de garantia alargado de 3 anos. Uma prática de louvar, já que é algo que facilmente se esquece ou desconhece.

Todos os componentes do cooler vêem bem acondicionados e protegidos.

A Cryorig ainda inclui guias de instalação ilustrados no bom velho papel. O Português não é contemplado, mas as imagens fazem um bom trabalho só por si. Na mesma saqueta encontramos o cartão com os códigos necessários ao registo do produto com a marca.

Entre os acessórios contamos com um backplate para LGA115x, um anel de retenção para AMD e todos os parafusos e espaçadores necessários à montagem do cooler e ventoinhas em qualquer das plataformas suportadas.

As ventoinhas do radiador são duas Cryorig QF120 , na variante Performance. Estas são as ventoinhas de 120mm de maior capacidade da marca, controladas por PWM e com uma amplitude de velocidade de 600 a 2200 RPM. Como se pode ver, a velocidade máxima é indicada na traseira das ventoinhas. O aro incluí inserções de borracha nos cantos, de ambos os lados, de modo a amortecer vibrações e evitar ruídos parasitas.

A ventoinha de ventilação é um modelo de 60mm específico deste AIO, também controlada por PWM e capaz de rodar entre as 1500 e as 3000RPM.

A ventoinha de ventilação lado a lado com as irmãs convencionais de 120mm, para escala.

A unidade AIO ainda nos seus plásticos protectores.

Pormenor do radiador, uma unidade de 240mm em tudo semelhante ao que já nos habituamos a ver em unidades fabricadas pela Asetek.

A tubagem é de borracha, com revestimento exterior entrançado. Este revestimento protector adiciona alguma rigidez extra. Na maior parte dos casos não deverá ser um problema, mas pode causar algumas dificuldades de posicionamento em instalações mais confinadas.

Vista de topo do bloco/bomba. A ligação dos tubos ao bloco faz-se por intermédio de rótulas esféricas. A amplitude de movimento é algo limitada, mas suficiente para compensar a rigidez do tubo e permitir a montagem do sistema sem grandes dificuldades.  De resto, o topo do bloco é dominado pelo ponto de encaixe da ventoinha de ventilação e respectiva ficha de alimentação.

Vista lateral, com a marca em destaque.

A inconfundível base da Asetek, a dissipar qualquer réstia de dúvida da origem desta unidade. Como é habitual nestas soluções, o bloco traz pasta térmica pré-aplicada, de modo a facilitar a instalação. A primeira, pelo menos.

Onde o bloco foge um pouco ao habitual é no tipo e quantidade de fichas que integra. Em vez de deixar a tarefa da alimentação para a motherboard, como é hábito, o bloco requer uma ficha de alimentação SATA para funcionar, providenciando ainda alimentação às 3 ventoinhas que fazem parte do sistema.
A ficha de 4 pinos serve apenas para indicar a presença de um sistema de arrefecimento à motherboard e receber o controlo de velocidade, não retirando desta qualquer energia. Assim, ao todo requer apenas a ficha de 4 pinos habitualmente dedicada ao CPU, um grande ponto a favor da sua compatibilidade e versatilidade.

Aspecto do bloco com a ventoinha de ventilação montada.

Montagem

A montagem é bastante simples. Começa-se por aparafusar os espaçadores respectivos ao backplate ou socket, dependendo da plataforma.

O sistema pronto a receber o bloco.

De seguida coloca-se o bloco na orientação desejada e apertam-se os parafusos, idealmente em pequenos incrementos alternados.

Com o bloco devidamente fixado no seu lugar, instala-se a ventoinha de ventilação.

Aqui é possível ver a orientação da ventoinha em relação à motherboard e circuito de alimentação do CPU.

Depois de efectuadas as ligações necessárias e a instalação dos restantes componentes, o sistema deve estar pronto a funcionar.

Sucesso!

Temperaturas

VRMs

Antes de passarmos à performance do cooler a manter fresco o CPU, tivemos obrigatoriamente de nos debruçar sobre o grande destaque deste modelo: a ventoinha de ventilação da zona do socket.
Para testarmos a sua eficácia usamos a Gigabyte Aorus Z370 Ultra Gaming em conjunto com o i5 8600K, já que esta motherboard providencia monitorização da temperatura dos VRMs do circuito de alimentação do CPU.
Para o teste corremos por um período de cerca de uma hora o teste de stress do Prime95 no modo “in-place Large FFTs”, visto ser o modo que leva ao maior consumo de energia e, consequentemente, coloca maior esforço no circuito de alimentação.
O sistema foi montado na horizontal, numa benchtable aberta e sem qualquer outra fonte de ventilação. O radiador foi colocado de modo a minimizar a interferência das suas ventoinhas neste teste.
O teste foi, naturalmente, efectuado com e sem a ventoinha de ventilação.

A diferença é dramática, com a ventoinha a contribuir para a queda de uns expressivos 16ºC na temperatura dos VRMs.
Temos de confessar que não esperávamos um impacto tão pronunciado de uma ventoinha de dimensões reduzidas colocada naquela posição na temperatura dos VRMs.
A eficácia desta solução sai daqui plenamente comprovada.
É certo que as condições do teste são, provavelmente, o pior cenário para a temperatura de operação do circuito de alimentação, já que qualquer caixa actual deverá ser capaz de providenciar um mínimo de ventilação na zona, mas estes resultados só por si colocam este cooler no topo da lista de soluções a considerar para plataformas de consumo particularmente elevado, como por exemplo, a Intel X299.

CPU

CPU AMD Ryzen 7 1700 @stock
AMD Ryzen 7 1700 @3,8GHz
Motherboard MSI B350 Tomahawk
MSI X370 SLI Plus
RAM Corsair Dominator Platinum 2x8GB DDR4 3200MHz @2133MHz CL15
Corsair Vengeance LPX 2x8GB DDR4 2666MHz @2133MHz CL15
G.Skill Trident Z RGB 2x8GB DDR4 3600MHz @2133MHz CL15
Placa gráfica MSI GTX960 Gaming 2GB
Drive de sistema Toshiba OCZ RD400 512GB
Cooling AMD Wraith Spire RGB
Arctic Freezer 33
Arctic Freezer 33 Plus
Corsair H100i V2
Corsair H115i
Noctua NH-D15
Noctua NH-L12
Noctua NH-U12S
Noctua NH-L9x65
Noctua NH-D15S
Fonte de alimentação Corsair CS750M
Caixa Benchtable

A nossa actual metodologia de teste consiste em correr o cliente do projecto de computação Folding@home durante períodos mínimos de meia hora e anotar a temperatura de equilíbrio, num teste que alia grande intensidade de processamento e utilidade prática.
Os coolers foram testados para a frequência stock e com overclock para 3,8Ghz, com 1,36V de vCore.
Para a avaliação do ruído dispomos de um medidor que apenas reporta valores acima de 30dB, pelo que a maioria dos comentários a esse respeito será sujeita à nossa impressão subjectiva. Todos os valores de dB eventualmente mencionados foram obtidos a 15 cm das ventoinhas. Recordamos que o sistema de testes se encontra numa benchtable aberta.
Todas as temperaturas do CPU foram obtidas, ou normalizadas para, a temperatura ambiente de 25ºC.

Em repouso, a performance é em tudo semelhante aos restantes AIOs já testados nesta plataforma.
Neste cenário as ventoinhas rodam na velocidade mínima de 600RPM e são virtualmente silenciosas.

Em carga, a performance mantém-se ao nível dos adversário directos, perdendo apenas 1ºC para o Arctic Freezer 240 e 2ºC para o Corsair H100i v2, dois modelos muito semelhantes também fabricados pela Asetek.
As ventoinhas mal aceleraram, ficando-se pelas 660RPM, mantendo o silêncio.
Forçando as ventoinhas à velocidade máxima, estas estabilizaram nas 2050 RPM, produzindo dos melhores resultados do teste, apenas sendo ultrapassado pelo colossal Noctua NH-D15.
Esta é um modo de operação incomportável no dia a dia, no entanto, com as ventoinhas a gerarem um nível de ruído extremamente elevado, chegando a registar 48dB no nosso medidor.
Na nossa opinião, o limite prático para o dia a dia destas ventoinhas situa-se mais por volta das 1500 RPM, que felizmente se traduzem numa perda de apenas 2ºC. O CPU não dá pela diferença e os ouvidos agradecem imenso.

Com overclock o bom desempenho mantêm-se em relação aos adversários directos, perde de 1º a 4ºC, que acreditamos deverem-se à menor velocidade de rotação das ventoinhas deste modelo, neste teste.
Estas rodaram a apenas 980 RPM, com o ruído a manter-se bem abaixo dos 30 dB, sendo perceptível apenas de perto a passagem de ar pelo radiador. Surpreendentemente, a pequena ventoinha de ventilação não afecta o silêncio de operação deste modelo. Devido à sua maior velocidade de rotação, tememos que pudesse ser um factor negativo neste aspecto, mas na prática é imperceptível.

Forçar a velocidade máxima traz um ganho de 4ºC, muito pouco para justificar o verdadeiro assalto ao ouvidos que tal implica.
Manter o modo automático ou definir curvas que limitem a rotação máxima é, sem dúvida, a melhor opção com este cooler.

Conclusão

Do conjunto AIO em si, não há muito a dizer deste CRYORIG A40. É mais uma unidade proveniente da Asetek, com boa robustez e performance, perfeitamente ao nível do que se espera destes coolers.

Para a boa performance contribuem bastante as versáteis ventoinhas com que a Cryorig dotou este cooler, capazes de uma amplitude alargada de velocidade de operação. Embora as velocidades mais elevadas sejam, quanto a nós, inutilizáveis no dia a dia, estas ventoinhas revelaram-se suficientemente competentes a mover ar pelo radiador mesmo a baixa rotação, providenciando boa performance sem sacrificarem o silêncio.

Mas o que distingue verdadeiramente este modelo de todos os outros é, sem dúvida, a ventoinha de ventilação integrada no bloco, que revelou ser uma solução de extraordinária eficácia para o problema da fraca circulação de ar na zona do socket de sistemas arrefecidos a liquido.

Esta é uma mais valia para qualquer sistema, mas particularmente para sistemas baseados em CPUs com grandes necessidades de energia e/ou que serão sujeitos a níveis de overclock mais elevados.

Numa altura em que cada vez mais produtos se diferenciam apenas pela estética, ou com “soluções” para problemas que nunca ninguém teve, acaba por ser uma lufada de ar fresco ver um produto a diferenciar-se com uma característica de real utilidade prática, com verdadeiro impacto na estabilidade e longevidade dos sistemas.

O Cryorig A40 encontra-se disponível no nosso mercado por 99,90€, um valor do lado mais acessível do espectro de preços deste tipo de produtos. O bom preço, a boa performance e a utilidade das características particulares deste modelo levam, naturalmente, ao nosso recomendado sem reservas.

Os interessados neste cooler que tiverem um pouco mais de espaço na caixa poderão também considerar o Cryorig A40 Ultimate, uma versão dotada de um radiador de maior espessura, e o Cryorig A80, a versão com radiador de 280mm.

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