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Distribuições de Linux Portuguesas

Caixa Mágica

http://www.caixamagica.pt

Vou começar pela distribuição portuguesa, provavelmente, mais conhecida e que, pessoalmente, já tive e tenho algum conhecimento prévio.

Um pouco de história. Caixa Mágica tem 10 anos. Nasceu de um projecto no ISCTE e penso por isso que é a distribuição de Linux em Portugal mais antiga.

A Caixa Mágica disponibiliza soluções para o mercado caseiro e empresarial, sendo que neste último ponto, é bastante baseado na venda de serviços.

Alguns dos projectos conhecidos são o E-escolas, Magalhães e exército. Aqui noto uma grande dependência do Estado, o que não me parece bom.

Tecnicamente e a meu ver, Caixa Mágica tem duas fases. A primeira em que era baseada em Suse e uma segunda em que passaram a basear a distribuição em Mandriva.

De realçar que a última versão lançada é a versão 15, mas esta não é suportada a longo termo. A que tem suporte a longo termo é a versão 14. Este facto devia estar espelhado no site, mas é um pormenor que não encontrei.

Começando aqui a minha opinião pessoal. Parece-me difícil agradar aos dois mundos, o empresarial e o mercado caseiro e ainda se torna mais difícil quando se baseia a distribuição em Mandriva.

Na minha opinião Mandriva não lança uma versão acima da média, desde a versão 9, que já foi à muito tempo. Mesmo quando gostei um pouco, na altura com o nome Mandrake, nunca achei que fosse uma distribuição para o mercado empresarial. Muito longe disso. No entanto é verdade que têm alguns projectos interessantes para o mercado empresarial, como o Pulse 2, mas penso que há no mercado soluções muito melhores para este segmento.

Em relação ao mercado caseiro. Pessoalmente não gosto de Mandriva, nem de KDE, o ambiente favorito de Mandriva, mas há quem goste. É uma opção.

Vamos então ver o que ultima versão 15 tem para oferecer.

Para a instalação usei o cd de instalação por rede, pois no final tem-se o sistema completamente actualizado. Este não é o método mais usado para se instalar uma distribuição, mas tendo em conta as vantagens, penso que é melhor escolha que um Dvd de instalação parado no tempo ou os livecds, que limitam as escolhas.

Para quem já instalou Mandriva, o setup não vai ser estranho, porque é praticamente igual, com mudanças nos gráficos e na release notes.

Por estranho que pareça, a escolha por default é em inglês. Visto ser uma distribuição portuguesa, mudei um pouco as regras de instalar por default e mudei para português.

Por default, tanto Mandriva como Caixa Mágica, dão preferência a KDE 4. No entanto pode-se escolher outras opções. Opinião pessoal, mesmo Gnome não sendo uma prioridade, está melhor que KDE 4. Mas como quero-me manter pelo que será a instalação “mais normal”, instalei KDE.

Tanto a instalação por rede, como a instalação por DVD, se não a costumizar, vai demorar largos minutos. Durante esse tempo é feita uma apresentação com os vários sites de suporte da Caixa Mágica e alguma da sua história.

Coloco esta imagem, porque acho que todos os pormenores são importantes. Penso que muitas vezes as distribuições de linux falham nesse ponto. Por exemplo neste caso temos a release notes em inglês e da versão RC1.

Criar o primeiro utilizador da máquina é muito simples. No mesmo menu também é pedido para escolher a password de “root” que para os mais iniciados, podem não saber o que é. Várias distribuições saltam este ponto, gerando uma password aleatória para o user root ou dando a possibilidade da password de root ser a mesma do primeiro utilizador.

Uma das coisas boas é que no fim da instalação temos um menu onde podemos configurar vários parâmetros, antes de começar a usar o sistema operativo.

Em relação aos serviços, penso que muitos deles podem não ser úteis a muitos utilizadores. A estratégia é incluir o máximo possível, para que nada falhe quando o utilizador está a usar Linux. É um ponto de vista, mas tem como contra tornar o sistema operativo mais lento. Seja como for, este aspecto está melhor que a versão 14.

O arranque da máquina não é propriamente rápido, um pouco por culpa de tantos serviços activados. Seja como for, há distribuições que conseguem bem melhor neste ponto.

No écran de login temos uma novidade. Uma conta de “convidado”, bastante útil quando alguém quer mexer no computador e assim não é preciso estar a configurar uma conta à parte.

Finalmente o ambiente de trabalho, que para dizer a verdade, não surpreende em nada. KDE 4, um wallpaper bastante discreto e mensagens no canto inferior direito.

Quero realçar dois pontos. Um positivo e outro negativo.

O positivo. Caixa Mágica usa como sistema de pacotes, “apt” e não “urpmi” como na distribuição mãe. Acho que é óptima escolha, até porque tenho pesadelos só de pensar nos problemas que tive no passado com urpmi. Para muitos pode ser estranho ter uma distribuição baseada em Rpms a usar apt, mas não é a primeira vez que vejo e nunca encontrei problemas.

O negativo. No canto inferior esquerdo temos quatro shortcuts, dois deles desperdiçados como control center. Um de KDE e outro de Mandriva. A meu ver isto não faz sentido, visto que devia haver uma ferramenta única de configuração. Eu sei porque existem duas, mas dar visibilidade às duas, só confunde o utilizador.

O KDE é a versão 4.4.3, uma versão bastante recente do KDE. Visto que Caixa Mágica não é uma “rolling distro”, não deverá haver evolução para a versão 4.5 ou a futura versão 4.6.

Apesar de ser uma distribuição baseada em KDE, o browser de preferência é o Firefox, apesar de não ter o último patch, o que acho um pouco grave.

A nível de Office, foi escolhido o Open Office, em vez do K-Office.

Esta imagem diz bem do meu problema com o KDE e também com a Caixa Mágica. Por defeito, instalam-se imensos programas. Parece-me que o ponto de vista não é dar uma solução para cada problema, mas sim instalar vários programas e deixar ao utilizador a escolha. Por exemplo, browser instalados estão 3: Firefox, Chromium e Konqueror.

A meu ver uma distribuição ou não instala nada e deixa ao utilizador o que quer instalar ou decide qual é o melhor programa para cada problema. Desta forma dá ideia de pouco cuidado e muita indecisão.

Tudo isto faz com que o KDE fique uma “molhada” a nível de menus, com centenas de programas instalados.

Esta é uma das aplicações desenvolvidas para a especificidade do nosso mercado. Uma aplicação para o Cartão do Cidadão.

Esta é uma das dúvidas deste artigo. Se devem ser as distribuições a adaptar-se ao mercado ou as aplicações é que devem dar suporte para linux.

A nível de media, Caixa Mágica vem bem preparado. Tanto a nível de ficheiros, como a nível de media na web, não tive qualquer problema. Este é um dos problemas mais reportados em linux e penso que esta distribuição está bem preparada.

Aqui podemos ver o Synaptic em uso, que é um frontend para o apt. Como já tinha dito, penso que é uma boa escolha.

O Centro de Controlo da Caixa Mágica, que se conhecem o Centro de Controlo de Mandriva, parece-me igual. É uma boa ferramenta, em que graficamente se podem alterar várias opções de sistema num ponto único. Penso que só pode ter comparação com o Yast do Suse.

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