Benchmarks Kodi no Windows 10
Um dos usos mais comuns para este tipo de computadores mais baratos e pequenos, é o de “Media Center”, onde fica ligado a uma TV e com um comando tem-se acesso centralizado a todo o tipo de conteúdo multimédia.
Devido a esse uso tão habitual, instalei a última versão do Kodi (19.3) no Windows 10 e através de uma biblioteca de media com 81 GB que tem todo o tipo de vídeos e áudio, testei esta tipo de uso.
A instalação do Kodi 19.3 no Windows 10 fez-se sem qualquer problema e a nível do seu funcionamento, foi sempre estável e completamente funcional, a nível de opções.
Ele também detectou o Hardware sem problemas, tirando não conseguir ver a temperatura do processador, talvez por ser tão recente.
Testes de Codecs
O primeiro teste que fiz e talvez o mais importante, foi a vídeos com os mais importantes Codecs de Vídeo, para verificar a compatibilidade e a performance.
Todos os ficheiros aqui presentes têm uma resolução igual ou menor a 1080p, para ter a certeza que são o menos problemáticos possíveis a nível de utilização de recursos.
3ivx é um codec compatível com MPEG4. É bastante antigo, com quase 20 anos. Não tive imagem ao tentar reproduzir este ficheiro, o que me surpreendeu um pouco.
Av1 é um codec bastante recente e só agora estão a aparecer os primeiros SoCs com aceleração hardware para eles. Este Intel “Jasper Lake”, infelizmente, ainda não tem aceleração hardware para descodificação ou codificação de Av1. Alguns dos processadores ainda mais recentes da Intel já têm aceleração por hardware, mas só a nível de descodificação.
A importância deste codec é que será muito importante no futuro, porque é apoiado pelos gigantes da industria. Google, Microsoft, Apple, Netflix, etc. Aliás, os samples aqui testados são disponibilizados pela Netflix.
Mesmo sem suporte de descodificação por hardware, não tive problemas em ver vídeos Av1 com 8 Bit de cor e com resolução 1080p. Já o vídeo com 10 Bit de cor, só conseguiu fazer playback com muito arrastamento.
Nos restantes, não tive qualquer problema.
Testes de Bit Rates
Neste teste, testo se há problemas em h264 e h265, quando se aumenta o bit rate no vídeo. O conteúdo do vídeo é sempre o mesmo. A única diferença é que o bit rate vai sendo aumentado do 3 mbps até aos 400 mpbs.
Tanto em h264, como em h265, não tive qualquer problema, mesmo com 400 mbps de bit rate, em 4K de resolução e 10 bit de cor.
De notar apenas que só coloquei as imagens de h264 250 mbps e h265 400 mbps, para não encher a tabela com imagens muito semelhantes.
Testes de Frames por Segundo
O teste seguinte foi olhar para diversos vídeos com frames por segundo diferentes.
Em qualquer um dos casos, não verifiquei qualquer problema a nível do movimento e qualidade de imagem.
Testes de Legendas
Teste de Legendas | Observações | Imagem |
---|---|---|
2D Forced Subtitles Sample #1 (SRT) | OK | |
2D Forced Subtitles Sample #2 (PGS) | OK |
Aqui testei dois vídeos com legendas embutidas no vídeo. Um com SRT e outro com PGS.
Felizmente, não tive qualquer problema em qualquer dos exemplos e as legendas estavam perfeitamente legíveis.
Testes de Som
Teste de Som | Observações | Imagem |
---|---|---|
AAC 5.1 | OK | |
Dolby ATMOS | OK | |
Dolby Digital Plus 7.1 | OK | |
DTS-HD HRA 5.1 | OK | |
DTS-HD MA 7.1 | OK | |
DTS-X | OK | |
FLAC 5.1 | OK | |
FLAC 7.1 | OK | |
LPCM 5.1 | OK | |
LPCM 7.1 | OK |
Em seguida testei diversos vídeos com diferentes codecs de audio. Dolby, DTS, FLAC, AAC e LPCM.
Em qualquer um dos samples, não notei qualquer tipo de problemas com a qualidade do som nestes ficheiros.
Testes de Resolução 4K
Os últimos testes foram de playback de vídeos com resoluções elevadas, começando por vídeos em 4K, para verificar a performance do módulo de aceleração de vídeo por hardware, quando isso é suportado ou a performance do próprio processador, quando o descodificação é feito por software.
Os resultados a 4K foram medianos. Quatro dos exemplos não houve qualquer problema. Ter bastante arrastamento em ProRes 4K parece-me normal, visto que é um formato virado para o mercado profissional e que não tem suporte para descodificação por hardware. h265 a 60 frames por segundo, com HDR e 10 Bit de cor, também falha alguns frames na reprodução, mas pouco se nota na reprodução do vídeo e por isso é aceitável.
O caso mais estranho é VP9, um codec muito utilizado no youtube, por exemplo. Ele tem aceleração por hardware, o Kodi confirma que está a utilizar descodificação por hardware, mas qualquer vídeo VP9, acima de 1080p, aparece sempre com o ecrã sempre a preto, seja quais sejam as variáveis dos ficheiros a nível de frames por segundo, cor, etc.
Não sei onde está a raiz dos problema, se no Windows, nos Drivers da Intel ou no próprio Kodi, mas é algo um pouco grave.
Testes de Resolução 8K
Teste de Resolução 8K | Observações | Imagem |
---|---|---|
8K-AV1 | Muito arrastamento no vídeo | |
8K-H264 | Bastante arrastamento no vídeo | |
8K-H265 | OK | |
8K-VP9 | Imagem sempre a preto |
No mercado consumidor, mais de 99% das pessoas, não tem ecrãs e televisões superiores a 4K e este computador serve perfeitamente bem esse mercado até 4K, mas é sempre bom puxar os limites e ver até onde ele consegue ir.
Para isso, fiz testes com ficheiros de vídeo em 8K, com alguns codecs.
AV1 e H264 a 8K não têm suporte para descodificação por hardware e isso faz com estes vídeos tenham bastante arrastamento e não seja possível ver com qualidade estes samples. Este processador também não tem performance suficiente para fazer descodificação de vídeos 8K por software, o que não me surpreende.
Consegui visualizar o video h265 em 8K no Kodi e isso acontece por que ele faz a descodificação também é feita por hardware.
Por último, com o codec VP9, volto a ter o problema do Kodi fazer a descodificação por hardware, mas a imagem fica sempre toda a preto.
Testes de Resolução 16K
Para puxar ainda mais pelos limites deste computador a fazer de Media Center, testei três vídeos h264 em 16K ou com downsample de 16K. Estamos a falar de ficheiros bastante grandes, que têm entre 13 a 18 GB de tamanho.
Não esperava de todo que ele conseguisse reproduzir este conteúdo multimédia e é precisamente isso que acontece.
Quando é feito downsample para 12K, há alguns frames que são saltados e o resultado não é totalmente mau. A 60 frames por segundos e sem downsample, já se torna um “slide show” e quando se passa para 120 frames por segundo, nem o próprio SSD SATA consegue acompanhar na velocidade que seria preciso para ir fazendo load do ficheiro para memória.
De referir novamente que estes testes de vídeos com resoluções de 8K e 16K, foram feitos mais por curiosidade de levar este computador ao limite e as falhas que acontecem são perfeitamente normais e não têm qualquer implicação para 99,9% dos consumidores.